sábado, 17 de maio de 2008

As nossas Estradas Municipais

Sempre que temos necessidade de enaltecer um facto ou argumentar um tema, procuramos desenvolvê-lo a partir da sua origem histórica, buscando os factos que o geraram.
As vias de comunicação (rede viária) foram desde a Pré-História e continuam a ser o factor de maior desenvolvimentos dos Povos. Ao longo da história da humanidade, as vias de comunicação ajudara no desenvolvimento e contribuíram para o seu progresso, tornando-se necessário para bem da comunidade, que os responsáveis não se alheem da sua conservação, reabilitando-as se possível como pólos de riqueza e união.
Todos já sentimos na carne os inconvenientes da sua degradação, sempre que se torne necessário utilizá-las e há muita gente que diariamente o tem que fazer. Os nossos emigrantes ao chegarem à fronteira, depois de milhares de quilómetros de boas estradas, encontram as nossas em péssimas condições e quem tiver que vir para Campo Maior então depara-se-lhes a Estrada do Retiro, que se encontra num estado deplorável.
Se a rede viária Nacional da responsabilidade do Governo enferma desse mal, a nível local o panorama é quase igual, mas aqui a responsabilidade dever-se-á imputar às Autárquias Locais.
É aqui que me disponho divagar, incidindo este devaneio nos Caminhos Municipais do nosso Concelho. Julgo não haver nenhum Campomaiorense ou mesmo cidadão da nossa vizinha Badajoz que não lhe doa a cabeça ao ter que utilizar a Estrada do Retiro. Também os agricultores proprietários de terras circundantes ao Caminho Municipal que nasce no Ribeiro da Conceição (Enxara), passando pela Serrinha, Monte de Castro, Alivã e seguindo para a D.Joana (limite concelho de Elvas), vêem-se confrontados não com um caminho, mas sim com uma picada intransitável, onde em tempos passados existia alcatrão e hoje só tem buracos.
Um dos deveres consignados pela Constituição às Autarquias, como pessoas colectivas territoriais dotadas de Órgãos representativos, é a prossecução de interesses próprios das respectivas populações. É aqui que está o fulcro da questão, os Caminhos referidos são imprescindíveis para o desenvolvimento de Campo Maior, é urgente que se inicie a sua recuperação, a plataforma logística do TGV a edificar entre o Retiro e o Caia, vai necessitar que esses Caminhos estejam transitáveis.
João Burrica vai no terceiro Mandato (muito prometeu e pouco fez) nunca reparou estes Caminhos. Os orçamentos Municipais, apesar de terem inscrito verbas para a reparação e conservação, nunca tiveram a vontade política para as iniciar.
Foi pensando nos utilizadores diários daqueles Caminhos e dos milhares de Espanhóis, muitos deles donos de propriedades no nosso Concelho e dos que utilizam a Barragem do Caia como seu Centro de Férias e de Desportos Aquáticos, que aqui lanço um repto ao actual Presidente da Câmara, sugerindo-lha a urgente reparação destas vias. Os dinheiros orçamentais devem ser aplicados com coerência, devem-se fazer atempadamente levantamentos dos investimentos mais prioritários a implementar e a Autarquia deverá elaborar projectos de candidatura a Fundos Comunitários para a reparação, restruturação e conservação da sua Rede Viária como o fez Rondão de Almeida para o seu concelho.
Porque é que Rondão de Almeida candidatou projectos e João Burrica o não fez? Será falta de capacidade técnica ou inépcia política! Apesar de alguma coisa ter sido feita, continuamos a ser um Concelho que vive num marasmo absoluto.
Campo Maior, 17 de Maio de 2008
Siripipi-alentejano

2 comentários:

Anónimo disse...

Quero, desde já, saudar o aparecimento de mais um espaço de debate virtual acerca de Campo Maior.

Em relação ao tema deste post, tenho que fazer alguns comentários para que os caminhos sejam vários e não apenas um...

Fala dos caminhos municipais e da sua importância para o desenvolvimento das comunidades e aí estou completamente de acordo consigo. Estas vias são fundamentais, sobretudo para um concelho onde a agricultura tem um peso muito grande na economia local.

Agora, reduzir a rede viária municipal a 2 estradas é que já me parece despropositado. Sobretudo porque são essas duas, precisamente, as que estão degradadas. Parece que se esqueceu de mais uma boa meia dúzia, reparadas e com todas as condições para aí se circular. Ou será que essas, alvo do investimento municipal e de candidaturas aos fundos europeus, não interessam para este blog?

Entretanto, e particularizando na famosa estrada do Retiro, o autor comete algumas imprecisões que, quero crer, se devem a desconhecimento... A referida via não é um caminho municipal, é uma Estrada Regional, tal como o site do das Estradas de Portugal, SA refere neste link http://www.estradasdeportugal.pt/site/v3/?id_pagina=DC489617-178B-4669-A0F3-623F14C9671D&id_pasta=B9D1BE27-0079-4FCF-A0AA-86248E5B482E&grupo=5

Esta via foi classificada como tal por altura do referendo acerca da regionalização, antecipando um cenário que não se viria a concretizar.

Com a classificação de Estrada Regional, o governo lava as mãos daqui e pode alegar que não é competência sua intervir ali, deixando a Câmara Municipal com a batata quente nas mãos. E aqui, meus amigos, é preciso muita hipocrisia para querer acreditar que um Município como o nosso, limitado a nível orçamental, como todos sabemos, possa ter capacidade para mexer numa via com aquele tipo de perfil. Quanto muito poderá exercer uma posição de pressão para que o governo volte a "pegar no menino" e faça aquilo que lhe compete, nem que seja por uma questão de moralidade.

Como dizia no início, saúdo o aparecimento deste espaço, só tenho pena de se aborde apenas um dos vários caminhos que existem...

Anónimo disse...

Saúde o blogue, é a primeira vez que a ele acedo e vejo que retrata com conhecimento a vida do nosso municipio...Parabéns Siripipi Alentejano.

Caro olhaq'esta disse
A sua análise revela algum conhecimento da problemática da rede viária municipal mas também, tal como o autor, alguma imprecisão no conhecimento.
A famosa Estrada o Retiro (parte da EN 371) foi classificada como ER Estrada Regional não no processo da Regionalização, infelizmente chumbado nas urnas pelos portugueses, mas sim no PRN 2000.
è certo que houve algunas CM's, da rede radicular, repavimentadas, mas também é certo que a rede vital para a economia agricola,incluindo o CM 1109 onde quase todas as outras vão ligar, a verdadeira artéria está intransitável.
Ah..deixei-me informá-lo que considerando uma excepção o interessenõmico da Etrada do Retiro o governo através EP, epe acaba de retomar a referida via indo, desde já fazer ali uma interrvenção, não a que todos desejariamos, mas que e algum modo irá melhorar a via.
Como é lógico.....por que alguém se mexeu.