terça-feira, 4 de agosto de 2015

AS FESTAS ESTÃO AÍ... Estas poderão vir a ser as últimas…
O título desta crónica poderá parecer exagerado, todavia, expressa o que eu penso face ao que se tem falado acerca da presente edição. Muitos Campomaiorenses, no seu dia-a-dia nas conversas que mantêm, afirmam que as Festas deste Ano foram forçadas e não pela livre vontade das suas Gentes.
As Festas são uma realidade pela audácia e bairrismo do seu Povo e só se realizam quando a vontade Popular o quer, é um trabalho impossível de ser realizado amiudadamente, é preciso esquecer um pouco a azáfama das últimas, para que a vontade ressurja novamente, deve-se dar tempo ao tempo, como diz o nosso Povo.
Sabe-se que a primeira edição teve lugar em 1889, já lá vão 121 anos, no século XX tiveram um interregno e ressurgiram em 1923, já se realizaram por mais de 22 vezes.
É extraordinariamente difícil descrever em palavras a sua majestosa beleza, trata-se de um espectáculo genuíno da nossa Cultura Popular, poucos é os Povos que conseguem realizar esta tão grande magia de cor e de beleza, e daí, quem sabe, ser esta nossa forma de estar em sociedade fruto de saber viver a vida: de ligar os sentimentos; de ultrapassar as vicissitudes da Vida; de estimar os que nascem próximos e abriram os olhos para os mesmo projectos; para as mesmas encruzilhadas; para o mesmo desespero de viver. É assim que são as nossas Gentes…
O meu texto pretende alertar para uma realidade que poderá levar ao términos dos valores morais da nossa Cultura Popular, porque alguém se lembrou de as comercializar, tornando-as num espectáculo cujo interesse principal é o Dinheiro, esquecendo-se que o Povo não gosta de ser instrumentalizado, impondo-lhes a sua realização, acenando-lhes com pagamento de salários para que as decorações sejam confeccionadas.
As Festas passam a perder qualidade, os Visitantes que nos procuram passam a ter que pagar um ingresso na Vila (4,00 €/dia) demasiadamente caro e que vão afastar milhares e milhares de Visitantes, além de ser um acto ILEGAL por falta de legislação que permita essa cobrança e sendo legal estaria igualmente sujeita a IVA Só os Municípios como Organismos de Administração Pública é que têm competência Fiscal (Taxas e Licenças) e nunca uma Associação.
Vamos ter umas Festas menos concorridas, com menos Ruas (troços) de menos qualidade e onde vai faltar o amor que a maioria das Pessoas davam noutras edições e onde o dinheiro sendo pouco, dava para muito e a criatividade imperava.
Festas SIM, nas SEMPRE quando o POVO quer.
Em todas os Municípios do País, nas Sedes ou nas Freguesias, realizam-se Festas Anuais e são as Autarquias que as financiam as Associações, porque cada uma delas produz altos rendimentos que são aplicados a favor das Populações, na maioria há bilhetes de ingressos porque os recintos da Festa são fechados e com excelentes programas musicais.
O Comércio e a População Local irão certamente retirar os seus dividendos, todavia, há que também haver cuidado com os exageros nos preços dos produtos (Bebidas e Restauração) a Fiscalização deve ser exercida para bem de quem nos visita e de todos nós.
Nas nossas Festas mostramos o que de mais puro os Camponeses têm, a sua Cultura e os seus Usos e Costumes e todos são recebidos com alegria ao sabor das nossas SAIAS.
Torna-se necessário, que a Entidade Organizadora, dê a conhecer quanto vão custar as Festas do Povo, para memória futura dos Campomaiorenses.
Siripipi-Alentejano (texto em Port. Antigo)
Campo Maior, 4 de Agosto de 2015                                        

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