segunda-feira, 21 de abril de 2014

AS ARTES E OFÍCIOS POR ANDAM

Em meados do século passado, quando ainda se vivia sobre o jugo de uma Ditadura revanchista, o Povo Português estava subjugado pelos donos e Senhores deste País.
O dinheiro e o ouro armazenado por Salazar que enriquecia o País, mas que mantinha o Povo na miséria e no obscurantismo, era fruto da sua exploração e da riqueza produzida nas Colónias, essa riqueza acumulada nunca contribui para melhorar a vida dos Portugueses.
A educação e a cultura só servia para alguns, não havia interesse em que o Povo tivesse os olhos abertos, não lhes interessava que houvesse evolução para que não fossem desalojados dos seus Palácios e das suas mordomias.
O acesso ao Ensino Superior, por parte da população era bastante difícil por dificuldades económicas e nem todos tinham condições para mandarem os Filhos estudar nas poucas Faculdades que existiam. Só os abastados ou os filhos de médios proprietários ou empresários tinham acesso a esse ensino, os outros que eram a grande maioria, ficavam analfabetos ou limitava-se a frequentar o Ensino Básico e a aprender uma Arte ou Ofício. Os que nem isso conseguia, esperava-os os trabalhos agrícolas, servindo os senhores das Terras.
Nessa época, nem todas as Famílias podiam prescindir do salário que um Filho poderia auferir para o sustento da casa e se dedicassem, durante muitos anos e sem que ganhassem algo, a aprender uma profissão.
Nas décadas que antecederam o 25 de Abril, a Europa começava a evoluir lentamente, a tecnologia e as novas invenções começavam a dar os primeiros passos, a emigração que nos anos sessenta eclodiu, tornou-se numa nova esperança de vida e de oportunidade para o Povo, os Jovens que estavam fartos de uma Guerra Colonial que lhe era imposta e que os manietava, procuraram igualmente na emigração uma nova esperança de vida.
A agricultura era a actividade que maior número e mão-de-obra absorvia e as artes e ofícios que lhe servia de apoio, abarcava mais um número considerável de pessoas e os restantes dedicavam-se aos serviços.
Nesse tempos, Campo Maior tinham uma actividade enorme em diversas profissões – Carpinteiros, Serralheiros, Ferreiros, Sapateiros, Mecânicos, Latoeiros, Ferradores, Pedreiros, Alfaiates, Moleiros e nos períodos sazonais os Lagareiros, Caiadores e outros.
Estas actividades abarcavam grande parte da Juventude que queria aprender uma profissão e viam-se nas oficinas inúmeros aprendizes que davam continuidade a essas profissões.
Hoje, com a evolução tecnológica, muitas dessas profissões desapareceram, as oficinas fecharam, os mestres reformaram-se e os aprendizes deixaram de existir.
As grandes máquinas, as novas tecnologias, contribuíram para a diminuição de mão de obras, mas em contra partida, esta tornou-se mais especializada, obrigando o Homem a uma actualização permanente para acompanhar toda a evolução que surge em cada dia que passa.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, a verdade desta grande mudança é a inteligência humana, sem ela nada poderia ter evoluído, a agricultura de hoje é diferente, tal como as tecnologias de então deram lugar, com o evoluir da ciência, com o aparecimento da informática, da robótica e de outras modernidades, o Mundo é diferente e o Homem limitar-se-á a ser um mero observador, porque as máquinas passarão a fazer tudo.
Siripipi-Alentejano


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