As vias de comunicação (rede viária) foram desde a Pré-História e continuam a ser o factor de maior desenvolvimentos dos Povos. Ao longo da história da humanidade, as vias de comunicação ajudara no desenvolvimento e contribuíram para o seu progresso, tornando-se necessário para bem da comunidade, que os responsáveis não se alheem da sua conservação, reabilitando-as se possível como pólos de riqueza e união.
Todos já sentimos na carne os inconvenientes da sua degradação, sempre que se torne necessário utilizá-las e há muita gente que diariamente o tem que fazer. Os nossos emigrantes ao chegarem à fronteira, depois de milhares de quilómetros de boas estradas, encontram as nossas em péssimas condições e quem tiver que vir para Campo Maior então depara-se-lhes a Estrada do Retiro, que se encontra num estado deplorável.
Se a rede viária Nacional da responsabilidade do Governo enferma desse mal, a nível local o panorama é quase igual, mas aqui a responsabilidade dever-se-á imputar às Autárquias Locais.
É aqui que me disponho divagar, incidindo este devaneio nos Caminhos Municipais do nosso Concelho. Julgo não haver nenhum Campomaiorense ou mesmo cidadão da nossa vizinha Badajoz que não lhe doa a cabeça ao ter que utilizar a Estrada do Retiro. Também os agricultores proprietários de terras circundantes ao Caminho Municipal que nasce no Ribeiro da Conceição (Enxara), passando pela Serrinha, Monte de Castro, Alivã e seguindo para a D.Joana (limite concelho de Elvas), vêem-se confrontados não com um caminho, mas sim com uma picada intransitável, onde em tempos passados existia alcatrão e hoje só tem buracos.
Um dos deveres consignados pela Constituição às Autarquias, como pessoas colectivas territoriais dotadas de Órgãos representativos, é a prossecução de interesses próprios das respectivas populações. É aqui que está o fulcro da questão, os Caminhos referidos são imprescindíveis para o desenvolvimento de Campo Maior, é urgente que se inicie a sua recuperação, a plataforma logística do TGV a edificar entre o Retiro e o Caia, vai necessitar que esses Caminhos estejam transitáveis.
João Burrica vai no terceiro Mandato (muito prometeu e pouco fez) nunca reparou estes Caminhos. Os orçamentos Municipais, apesar de terem inscrito verbas para a reparação e conservação, nunca tiveram a vontade política para as iniciar.
Foi pensando nos utilizadores diários daqueles Caminhos e dos milhares de Espanhóis, muitos deles donos de propriedades no nosso Concelho e dos que utilizam a Barragem do Caia como seu Centro de Férias e de Desportos Aquáticos, que aqui lanço um repto ao actual Presidente da Câmara, sugerindo-lha a urgente reparação destas vias. Os dinheiros orçamentais devem ser aplicados com coerência, devem-se fazer atempadamente levantamentos dos investimentos mais prioritários a implementar e a Autarquia deverá elaborar projectos de candidatura a Fundos Comunitários para a reparação, restruturação e conservação da sua Rede Viária como o fez Rondão de Almeida para o seu concelho.
Porque é que Rondão de Almeida candidatou projectos e João Burrica o não fez? Será falta de capacidade técnica ou inépcia política! Apesar de alguma coisa ter sido feita, continuamos a ser um Concelho que vive num marasmo absoluto.
Campo Maior, 17 de Maio de 2008
Siripipi-alentejano