terça-feira, 19 de agosto de 2008

Divagar - As Árvores Morrem de Pé

Às vezes apetece-me divagar ao sabor do querer. Para divagar e sem me debruçar num único assunto, percorro os caminhos do dia-a-dia e faço uma análise precisa e concisa do sucedido.
Os nossos olhos têm uma força avassaladora nos destinos da consciência e como dizia um grande filósofo: "O nada, é uma faca sem cabo à qual lhe extraímos a lâmina".
Perguntar-me-ão porque é que inicio assim esta divagação! A verdade é que sou campomaiorense e sofro imenso quando algo da minha Terra é destruído, é o mesmo do que assistir ao apunhalamento de algo que me é querido e sem poder prestar a minha ajuda.
Alguém escreveu que as Árvores Morrem de Pé, quando uma árvore é abatida é um ser que morre, é uma vida que se perde, é um património de todos que desaparece e que muita falta nos fazia.
Um dia em Campo Maior, alguém com poderes de decisão, para mostrar obra, resolveu remodelar o Jardim Municipal, a verdade é que não existia projecto nem orçamento (só na última reunião é que foi dado a conhecer esse projecto aos Vereadores da Oposição), mesmo assim e dessa inspirada decisão resultou o abate de sebes e da maioria das árvores e a impermeabilização do chão de terra que existia. As árvores que tiveram a sorte de não terem sido abatidas, privadas de água nas raízes, a curto prazo secarão.
Mais um atentado ao nosso património vegetal está-se consumando e como prometeu, o Senhor Presidente da Câmara iniciou no dia 18 de Agosto, o desmantelamento de mais uma parte do Jardim Municipal, mais cinco árvores viçosas e toda a vegetação junto da estátua de Santa Beatriz foi destruída, é mais uma das machadadas que João Burrica nos habituou.
Ironicamente o autor deste "genocídio" florestal convidou os cidadãos a desfrutar dele e apelou aos campomaiorenses que respeitem o Jardim. Apetece-me perguntar-lhe, o Senhor Presidente como Técnico Agrícola não respeitou um legado que lhe foi conferido e que era considerado e muito bem, um ex-libris da nossa Terra?
A incúria é a fonte de todos os males. O mal está feito, foi um acto lamentável, o que posso fazer é deixar aqui para memória futura nota desse facto e a minha mais veemente repulsa.
As árvores morrem de pé, mas a incúria de quem as liquidou continuará activa, quem sabe para dar próximas provas. E como diz o blogue "De Campo Maior" sobre o abate de árvores - Senhor Presidente - Pode efectivamente justificar tudo o que está a fazer a este Jardim, com a excelência dos seus conhecimentos técnicos? Demasiada convicção tende a confundir-se com excessiva presunção. Se as árvores não forem substituídas por outras mais adequadas às circunstâncias em que estão a ser utilizadas, o senhor arrisca-se a deixar como marca da sua gestão uma "Pégada Ecológica" muito superior à que o maior dinossauro poderá ter deixado sobre a superfície do território".
Não nos devemos esquecer que as ÁRVORES DEVEM MORRER DE PÉ.
Campo Maior, 19 de Agosto de 2008
siripipi-alentejano

2 comentários:

Júlia disse...

Infelizmente, hoje foram abatidas todas as que rodeavam aquele espaço que está em "remodelação". Será que o plátano e o coreto também estão condenados?

Anónimo disse...

Fiquei sem palavras quando vi no chão, as que estavam no passeio... posso dizer que foi uma imagem deprimente! Uma verdadeira lástima... seria necessária tamanha matança???... parece não haver ninguém em dita instituição que defenda espaços verdes com árvores mais crescidas!!!... não podemos abrir um inquérito? Estamos no pais dos inquéritos!!!!.... deplorável...