terça-feira, 2 de setembro de 2008

Era uma vez...Uma Primavera em Setembro

Setembro é o mês de transição do Verão para o Outono, o calor vai diminuindo as primeiras chuvas vão aparecendo. Campo Maior e suas gentes, imbuídas de uma força avassaladora e quando o querer e a vontade delas se apodera, faziam desses finais de Verão, uma Primavera em Setembro.
É assim que futuramente teremos que contar aos nossos filhos e netos uma das maiores realidades da nossa Gente - "As Festas do Povo, dos Artistas, das Flores" - temos que lhes explicar que se tratava de uma Tradição com mais de cem anos, que só tinha lugar por vontade expressa do Povo e nunca por imposição, todavia, essa imposição deu-se uma vez e o resultado todos sabemos qual foi!
Ao contar esta história, devemos dizer-lhes que essas Festas sempre foram fruto do trabalho desinteressado de todos, trabalho espontâneo executado durante meses consecutivos, conseguindo-se com muito amor e carinho transformar a nossa Vila num Jardim Multicolor e Paradisíaco. Só a vontade, o querer e a força aglutinadora deste Povo é que consegue realizar essa magistral beleza.
Estas Festas são a alma do seu Povo, traduz a grandeza e a tradição de todo um colectivo, as quais não podem deixar de marcar com deslumbramento, a arte e a magia desse cartaz cultural e turístico que os Campomaiorenses se habituaram a conceber e a mostrar ao Mundo.
Infelizmente essa vontade esmoreceu. houve uma triste gestão nas últimas Festas e o Povo que sempre trabalhou desinteressadamente sentiu-se traído e a continuidade desse evento foi posto em causa.
Ao longo dos anos sempre escrevi e defendi este magnifico Património Cultural, apelei à Juventude para preservarem esta herança e até houve quem me tivesse ofendido e contestado por posições que assumi relativamente a imitações feitas noutras localidades. Como Campomaiorense nunca deixei cair os braços, respondi, barafustei, fiz prevalecer as minhas convicções, todavia. há razões que a razão não entende que me obriga, como homem de princípios, a dar razão a quem pensava não a ter.
Tenho o dever de me penitenciar dos meus erros -"Errar é próprio dos Homens" - errei ao contestar agressivamente a forma como eram concebidas as Festas do Redondo, Cartaxo, Tomar, Ermidas do Sado,etc., hoje tenho que pedir-lhes desculpa, dar-lhes razão nalguns aspectos. Nas Festas do Povo de 2000 e 2004 foram usados os mesmo métodos dessas Festas, não foi a vontade popular e o seu querer que as determinaram, foram outros interesses e o futuro deu-me a razão, quais terão sido esses interesses?
A verdade é que neste Setembro de 2008, a Primavera murchou, as Festas caíram no esquecimento e por força de alguma magia barata e para tapar o Sol com uma peneira, impuseram-nos a Semana das Tradições.
A minha voz não se calará, continuarei a apelar à continuidade das Festas do Povo, não nos devemos submeter à vontade de Associações ou Políticos de meia tigela e isso só será possível se o Povo quiser continuar a preservar os nossos usos e costumes, o nosso Património Cultural, não podemos deixar vulgarizar as Festas do Povo, temos que lutar para que seja a vontade do Povo, a nossa voz interior, a nossa alma Campomaiorense, o nosso amor a dizer "VAMOS FAZER FESTAS DO POVO, não podemos permitir que haja pessoas ou personalidades que queiram servir-se delas para colherem frutos ou tirarem dividendos.
A nossa verdadeira Tradição são as Festas do Povo e não as Semanas das Pseudo-Tradições.
Campo Maior, 2 de Setembro de 2008
siripipi-alentejano

9 comentários:

Anónimo disse...

Felicito-o pelo seu post. Retrata fielmente a situação a que se chegou relativamente às Festas do Povo e a tentativa de as substituir por esta coisa ridícula que é a semana das "Tradições".
Se Campo Maior não tem capacidade para cumprir a suas verdadeiras tradições, só podemos congratularmo-nos com as terras que nos imitaram. Pelo menos, podemos dizer aos nossos filhos e netos: - "Em Campo Maior fazia-se uma festa semelhante, mas muito melhor".

Três horas da manhã disse...

Não podemos ficar de braços cruzados, gostei do seu post, porém parece algo derrotado. Não pode ser, temos de ir para frente, esperemos reflorescer Campo Maior em 2009!!! Lá porque o Sr. Burrica diga que há eleições...
Espero sinceramente que as Festas do Povo voltem no máximo dentro de um ano.
Ainda ontem fui interpelado por uns vizinhos de Badajoz, a perguntar..."onde estavam as flores??? e as pessoas na rua??? as tradições de Campo Maior não são as Flores de papel?" Lá lhe expliquei.

Anónimo disse...

Meu caro:
Lembre-se da teoria da "boa" e da "má moeda" que já apareceu aqui num texto.
Primeiro é preciso afastar a "má moeda".
Como?
Denunciando,criticando,divulgando.
Depois cunharemos moeda boa.
Pela força da razão, e pelo esclarecimento dos que andam perdidos num "mundo de enganos" e pelo combate àqueles a quem interessa viver num mundo de falsidades.
Pelo combate a esta degradação decadente tecida pelos que só pensam em tirar vamtagem.
Pelo afastamento dos incompetentes que se instalaram em lugares em que não devem estar por falta de merecimento.
Depois, faremos de novo as "nossas festas".
Que gosto teria fazê-las agora que estamos no meio deste lodaçal.

Anónimo disse...

Gostei. Continue a animar esta conversa que está a tomar jeito.
Hoje apareceu mais uma comadre:http://maecamponesa.blogspot.com/
É uma coisa co piada. Isto está de tal modo que o riso também pode ajudar muito.
Dê uma espreitadela e divulgue.
Maria Júlia

Anónimo disse...

festas do povo que saúdades ... não á direito serta pessoa ter acabado com as festas do povo! com grandezas ,ficou a associaçao ,cheia de dividas o povo é humilde não pressiza de corroseis nem poltronas para receber o presidente da republica



para qué?para ficar com dividas? essa essoa não não têm limites

Anónimo disse...

Parabéns pelo post...tem toda a razão. Vamos lutar pelo regresso das "Festas do Povo",que na minha opinão era a festa mais bonita da nossa terra e não esta "coisa" das Janelas a S. João, que são um engano...mas não servem do que tentar tapar o sol com a peneira como se costuma dizer. È uma pena que a maioria dos campomaiorenses se deixem iludir por quem está no "poleiro" e não lutem pelo que é nosso. VAMOS LUTAR pelo regresso das nossas festas em 2009!

Anónimo disse...

ate pode haver uma festa das tradiçoes mas nao com flores nas janelas .porque tambem temos que
ensinar aos jovens como se canta e
dança e quais os fatos que se
ussar para trabalhar.
mas oque nao podemos e perder as
festas do povo mas nnnnnnnao inpostas nem por motivos politicos.

Anónimo disse...

boas tardes a todos...

eu não sou bom a discursar nem a dar openiões aos outros, eu faço as coisas e se correr mal tenho que remediar a situação e tentar levantar-me de novo, mas isso sou eu. O que eu queria dizer ao certo era o seguinte: porque não há ninguem que queira assumir a direcção das festas? falar com os credores e negociar a divida não deve ser nada do outro mundo, sim porque eu não acredito que alguma vez alguem va formar nova direcção e as dividas fiquem por pagar, não era honesto por parte de "Campo Maior" ficar a dever o que fosse das ultimas festas, pagar o honesto pelo destruidor não ficava mal à nossa terra. 2- queria que cada um daqui em diante pusesse o resto das questões, e, era isso que uma duzia de pessoas como eu e muitos dos que aqui falamos e damos opiniões, mesmo "anónimos", deveria-mos considerar à parte de todas as politicas da nossa terra das flores... alguem pode dar alguma opinião sobre isto..
siripipiri alentejano, obrigado por ser apartidario nestas questões e um abraço. jmar

siripipi alentejano disse...

Ao anónimo que hoje comentou o meu trabalho, em primeiro lugar cumprimentá-lo e em segundo informá-lo que vou saber qual o passivo da extinta Associação de Festas e elaborar um trabalho para esclarecer a situação. Num trabalho que publiquei no dia 23 de Agosto, com o título Tradições, informei quem me lê, que a Associação das Festas, na última edição (2004) foram comparticipadas pela U.E. com uma verba de 250.000,00 €.
Brevemente voltarei a falar deste assunto e então debruçar-me-ei sobre as Contas das Festas de 2004.
Campo Maior, 20 de Setembro de 2008
siripipi-alentejano