quinta-feira, 4 de setembro de 2014

MUNICÍPIO ABATE AMOREIRAS

Em Abril de 1996 escrevi um artigo que intitulei de “O incrível aconteceu – Cortadas abusivamente duas Árvores na Avenida da Liberdade em Campo Maior” e acrescentava que a Sociedade onde estamos inseridos, deve preservar e proteger o meio ambiente, arranjando soluções para ajudar ou evitar a poluição, da mesma maneira, é também um objectivo assaz importante, preservar a floresta, criar zonas verdes como forma de repor o espectro florestal e de enriquecimento da nossa qualidade de vida. Essas Árvores foram cortadas em frente à Caixa de Crédito Agrícola, o meu artigo teve eco e a Câmara Municipal participou a ocorrência ao Ministério Público, por se tratar de um crime de abuso de confiança e de atentado contra o património paisagístico Municipal.
Os responsáveis por esse acto foram punidos judicialmente e foram obrigados a repor árvores adultas com o mesmo porte.
As novelas de abate de árvores continuaram em 2007/ 2008, mais alguns tristes episódios tiveram lugar, desta vez é o Município presidido por João Burrica que determina o abate de Árvores para remodelação do Jardim Municipal e Estrada da Fonte Nova, estas repostas por determinação da JAE, sua legítima proprietária.
Os abates de árvores tiveram de novo o seu início, agora foram as Amoreiras do Largo dos Carvajais, árvores com mais de 100 anos onde os jovens de gerações anteriores e posteriores à minha, brincaram e saborearam seus frutos.
Os nossos olhos têm uma força avassaladora nos destinos da consciência e como dizia um grande Filósofo: “ O nada é uma faca sem cabo à qual lhe extraímos a lâmina”,  o que é que fica “NADA”. Perguntar-me-ão a razão desta divagação, a verdade é que sou Campomaiorense e sofro imenso quando algo da minha Terra é destruído, é o mesmo do que assistir ao apunhalamento de algo que me é querido e eu sem poder para prestar a minha ajuda.
Alguém escreveu que as Árvores Morrem de Pé, quando uma árvore é abatida é um ser que morre, é uma vida que se perde, é um património de todos que desaparece e que muita falta nos fazia.
Mais uma vez a História se repete, agora foi a vez deste  Executivo  querer mostrar serviço e por isso, lá no alto de todo o seu Poder, sentenciou as pobres Amoreiras do Largo dos Carvajais, como quem diz: Vós já não servis para nada! O vosso reinado acabou! Os tempos são outros, vamos modernizar! Se porventura pensaram assim, pensaram mal e esqueceram que as Árvores Morrem de Pé, grande parte dos Campomaiorenses que se  aperceberam deste triste episódio, manifestaram o seu desagrado condenando a atitude desta triste decisão.
Não sei a razão que levou a Câmara a deliberar o abate das árvores, quero todavia dar-lhes o benefício da dúvida, porque toda a decisão tomada só tem eficácia externa se for do conhecimento público, através de Edital ou das Actas das reuniões,  a última Acta publicada é de 14 de Maio do ano em curso  e nas publicadas não existe qualquer deliberação, a não ser que tenha sido tomada nas Reuniões que ainda não foram publicadas no Site do Município.
As Autarquias Locais são Órgãos de Administração Pública e têm como atribuições o que diz respeito aos interesses próprios, comuns e específicos das suas populações, designadamente entre outras: a defesa e protecção do  meio ambiente e da qualidade de vida do respectivo agregado populacional.
As novas tecnologias que estão à nossa disposição, podem e devem servir como meio de divulgação e auscultação das Populações, para os objectivos que os Organismos, com poder de decisão, queiram implementar, a esta auscultação devemos chamar de ACTO PARTICIPATIVO ou de AUSCULTAÇÃO PRÉVIA. Qualquer decisão colegial tomada na sequência destas práticas é um Acto que devemos apodá-lo de extremamente coerente e correcto.
Siripipi-Alentejano

Campo Maior, 4 de Setembro de 2014

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