quinta-feira, 2 de setembro de 2010

COMO VIABILIZAR AS FESTAS DO POVO...

A última edição das Festas do Povo teve lugar em 2004, de 28 de Agosto a 5 de Setembro. Há 6 anos neste data decorria o quinto dia, a alegria continuava estampada nos rostos de quem nos visitavam, as dezenas de milhares de visitantes, perante a sua majestosa beleza, tornar-se-iam na maior fonte de divulgação de uma cultura popular e de uma tradição que os Campomaiorenses carregam desde 1889, já lá vão 121 anos.
No Século XX, desde 1923, já se realizaram por 20 vezes. As nossas Festas são um espectáculo genuíno da nossa Cultura Popular, poucos são os Povos que conseguem realizar esta grande magia de cor e beleza, daí, quem sabe, esta nossa forma de entender o dia-a-dia; de saber a vida; de ligar os sentimentos; de estimar os que nascem vizinhos e abriram os olhos para os mesmos projectos, as mesmas encruzilhadas, o mesmo desespero de viver encostado a uma porta que estava fechada, mas que hoje se abre ao Mundo com a vontade de mostrar a sua realidade e o que somos capazes de fazer.
No dizer dos nossos visitantes, as Festas do Povo são únicas no Mundo, são únicas porque representam o poder de criatividade, de esforço e de beleza dum Povo que há mais de cem anos sabe fazer das suas Festas o mais belo cartaz turístico da sua Terra e da sua Região.
Esta introdução vem a propósito do interesse manifestado pelo actual Executivo Municipal em realizar as Festas do Povo, inicial mente falaram em 2010 mas não foi possível, a sua nova aposta aponta para 2011, pois o Povo pela sua afluência a iniciativas da Autarquia está demonstrando o seu interesse para nova edição.
Se esta ideia pegar, é tempo de se começar a pensar a forma de viabilizar em termos económicos quantificando os custos e a forma de obter as necessárias receitas para cobrir as despesas, mas para isso é necessário, em primeiro lugar, motivar o Povo dando-lhes os necessários incentivos.
A Associação de Festas não tem Dirigentes, mas para que as Festas se realizem em 2011, a Câmara Municipal deve assumir essa responsabilidade e nomear uma Comissão de Festas, integrada por pessoas idóneas a quem lhes delegará poderes de gestão, pondo-lhes ao seu dispor as verbas necessárias para o seu arranque.
A maioria das Autarquias do País têm assumido a realização das Festas dos seus Concelhos, porque é que Campo Maior não assume as Festas do Povo?
As Festas do Povo sempre que se realizam o número de visitantes aumentam, há que digam que as últimas foram visitadas por mais de 1.000.000 de pessoas, se fizermos um exercício de memória em termos económicos e contabilizarmos, só um gasto de 2,00 € por pessoa e por dia, quanto dinheiro aqui fica?
Há um exemplo que nunca deixo de referir, porque contribuí para o seu lançamento à 26 anos e que hoje é dos maiores eventos culturais da Região Alentejo – Feira do Artesanato e Gastronomia do Crato – este certame é auto-suficiente e até produz um saldo positivo, a sua realização é da responsabilidade da Autarquia. As entradas no recinto custaram entre os 4,00 e os 10,00 € e os espectáculos não têm nada a ver com a beleza das Festas do Povo.
É aqui que pretendo chegar, as nossas Festas têm que ter uma gestão economicista para poderem ser auto-suficientes, para isso têm-se que criar receitas que permitam a continuidade das Festas de, pelo menos, de 3 em 3 anos.
Uma das formas é a exploração de parques de estacionamento, aluguer de ferrados para fins comerciais e o pagamento simbólico de um bilhete de entrada (1,00 € por Pessoa e por dia), para este extraordinário espectáculo ninguém se negará.
As cobranças destas receitas não podem ser feitas como em Festas anteriores, tratando-se de valores avultados, a Comissão com o beneplácito da Autarquia, deverá por a concurso a execução desses trabalhos, adjudicando-os a uma Empresa com credibilidade que garanta eficazmente e com lisura essas tarefas. Igualmente em relação aos Parques de Estacionamento, a Câmara no uso das suas competências e tendo como único princípio a Utilidade Publica, deve decretar a posse administrativa dos terrenos envolventes da Vila para os afectar a Parques, para que não haja aproveitamentos e especulações oportunistas. A posse desses terrenos implicaria, da parte do Município, a responsabilidade de os entregar aos seus proprietários, como os encontrou.
As receitas provenientes cobririam com avultados lucros as despesas das Festas e garantiriam o seu futuro, todavia, não nos podemos esquecer que as Festas só terão lugar quando o Povo assim o determinar.
As Festas do Povo não podem ser impostas.
Assim é possível dar resposta às avultadas despesas de uma edição das Festas do Povo, contudo, há uma explicação que se deve dar ao Povo, quanto custam as Festas do Povo?
Campo Maior, 2 de Setembro de 2010
Siripipi-alentejano

5 comentários:

Anónimo disse...

Festas sem tempo…e arrependimentos envergonhados …

Vou tentar ser sintético, escrever simples, sem metáforas, (é uma exigência da moral reinante ?) para ver se compreende o ponto de vista de quem diverge do Senhor.

O Sr. Siripipi quer festas. Eu também . Até aqui coincidimos.

Mais… Até sou de opinião que tem todo o direito a tê-las.

Agora - e aqui começa a discórdia - o que não se compreende é este frenesim constante, a exigir festas com dinheiros que não lhe pertence, ou controla.

Por exemplo. Eu não estou de acordo que a Câmara vá investir dinheiro – que não tem - no que considero já um “nado-morto”- enquanto não houver infra-estruturas essenciais inexistentes e urgentes a fazer - por mais, que o Senhor “grite” no seu blog e dos seus amigos, e queira adquirir o estatuto de considerar as festas ainda um “nado-vivo” e prioritárias a tudo o resto.

Se o senhor tem o direito a exigir festas. Eu terei o mesmo direito a contestar essa sua exigência.

Posso ? Muito bem !

E então em que ficamos?

Então ! … Chegamos a um beco sem saída. Beco que é o mesmo, que outros, antes têm encontrado desde há alguns anos para cá.

Porque é que o Senhor pensa, que não se têm realizado as festas ?

Acha que se estas fossem economicamente rentáveis não havia gente em CM que retirava o dinheiro debaixo das pedras para as fazer ?

Quer apostar (figurado) que em 2013/4 quando for necessário rentabiliza-las “politicamente” , não haverá problemas de qualquer espécie ?

Não andará o Senhor a marchar fora do tempo, e com o passo trocado?

Acho que devia conter-se, para quando chegar a altura, a “vossa” opinião publicada, faça chegar coordenadamente a mesma onda, á opinião publica votante, para que esta esteja apta recepcioná-la , a nadar nela, no lugar e tempo certo, sem convulsões.

Sempre assim foi. Senão, que sentido faria esta luta” fratricida” pela comunicação social, e até nos mais insignificantes órgãos de poder como juntas de freguesia?

Talvez por isso também, esta insurreição constante dos “insurrectos” que não se acomodam a uns e outros , e “guerreiam”, para que – no mínimo - o investimento público deva ser canalizado na educação das pessoas e na sua evolução…

...sabendo que no lado oposto os “poderes-poderosos ” continuarão a insistir tanto na manutenção deste status-quo, e nos conjuntos odemira, marias albertinas e nos “bacalhaus quer`alhos” .

Pausa para uma mousse e um café…. Já voltarei !

Anónimo disse...

Mas recomeçando … Bem que podíamos estar prá` qui a argumentar um contra o outro, ou seja, os que pensam como o senhor , e os que pensam como eu – não levo isto para o campo pessoal – que nunca nos entenderíamos.

Mas voltando ás festas… e se é assim – como escreve – estas pagarem-se com elas próprias, (com a argumentação e o estudo tão pobrezinho que apresentou não convenceu ninguém)

… porque não promove o Senhor uma comissão competente e da sua confiança, e com as vossas disponibilidades monetárias, ou empréstimo bancário, ou patrocínios, etc .etc., avançam com elas a todo o gaz ?
Se o lucro é garantido qual é o problema ?
Porquê essa fúria de Messias benemérito dar o ouro ao “bandido” ?
Porque insistem em responsabilizar - tão fora de tempo - o Sr. Presidente , a Câmara municipal , o seu dinheiro, e seu pessoal nesta embrulhada ?

Sr. Siripipi: Sei, que se se fizesse um referendo a perguntar quem quer as festas … certamente que daria uma “tareia” muito próximo dos 99,9 %.

Agora continue e pergunte : de quem está interessado em trabalhar - dia e noite - á “borla” para as festas como em outros tempos ; ou a contribuir – em tempo de crise - com o seu dinheiro.

E pergunte igualmente … se em lugar destas, preferiam que a Câmara investisse antes no arranjo da vila e dos imóveis degradados ; Ou na segurança; Ou no pagamento de ordenados a bons professores – em todas as áreas - para uma mais competente educação dos seus filhos ; ou na consolidação dos empregos existentes e na sua expansão; ou no desenvolvimento do apoio social; ou na união solidária dos campomaiorenses; ou no desporto , ou na cultura; e por aí fora …

Os tempos mudaram, e é necessário compreender a reedificação da sociedade actual Sr. Siripipi.

È verdade que continuamos (remos) a ser o país mais atrasado da Europa, mas não é utilizando adjectivos e advérbios pomposos que iremos sair.
Hoje já se come frango diariamente, enquanto dantes era só em dias de festa.
Hoje as pessoas (jovens e não só) sentadas no sofá, carregam num botão, e têm show de bola, de musica, telenovelas, noticias, festas e feiras - com ofertas em termos de espectáculo incomparavelmente superiores - a estas “nossas”, a qualquer hora do dia ou da noite.

E essa do 1.000.000 de pessoas é para os muito ingénuos - para ser simpático, e não usar outra terminologia - não é para pessoas como o senhor !

… ou será que acredita que há - ou em algum momento houve - estruturas para receber tanta gente?
20.000 camionetas cheias ? Mais de 1.000 camionetas por dia ?

… isso nem o Salazar, com transportes gratuitos, - nos seus tempos áureos - o conseguiu para o T. do Paço.

…mesmo escrevendo de jacto e sem reflexão! … até estou admirado com a doçura das palavras, que saem desta caixa, perante esta temática… não sei se pelo facto de já estar em fim de semana, ter comido a mousse, ou desta preguiça que me inunda languidamente, em saber que não vou fazer o jantar!

…depois disto, não voltarei (por muito que me (se) escandalizem) a “desenterrar” o cadáver das festas!

… talvez só p´raí em 2013 !

Cumprimentos

siripipi alentejano disse...

Carissimo Anónimo
Os comentários que antecefem são ambos de V.Exª. e permita-me que lhe diga que está fora do contexto.
O meu post vem na sequência de trabalhos de outros Blogues sobre este tema e ainda porque o Presidente da Câmara e a Vereadora da Cultura têm manifestado publicamente o interesse da Autarquia em fazer as Festas em 2011, não fui eu o autor da ideia, mas sim aqueles Edis.
Quanto aos investimento que descreve para aplicação das eventuais verbas a dispender com as Festas, grande parte deles não são competências próprias dos Municipios (vide legislação).
A intenção do meu trabalho, além de manifestar alguns aspectos do bairrismo e cultura dos Campomaiorenses onde me revejo, pretendi igualmente fazer algumas sugestões que pudessem rentabilizar as Festas.
Finalmente no final deste post a dizia que as Festas, independentemente da Autarquia estar interessada em fazê-las, as mesmas só poderão ter lugar se o Povo quizer, é a sua vontade a última das palavras.
O António Mourão é que cantava "Oh Tempo volta para Tràs" hoje é diferente e sabe-se que ninguém trabalha para o boneco, os Gestores do Projecto Festas do Povo certamente poderão ter isso em conta.
Finallmente, refiro mais uma vez a V.Exª. Senhor Anónimo, que como Campomaiorense tenho o direiro e a obrigação de defender o nosso património cultural, os nossos usos e costumes e as nossas tradições, as Festas do Povo são o maior expoente das realidades deste bom Povo.
Quer hajam Festas ou não, continuo a defendê-as, para que os jovens de amanhã deiem continuidade a esta maravilhosa herança.
siripipi-alentejano

Garcia disse...

olá em campo Maior há problemas que têm que ser resolvidos, primeiro de fazer as festas do povo, não vamos fazer uma casa a começar pelo telhado, com certeza que o povo quer festas é normal. na minha singela opinião neste momento, campo maior não tem condiçôes em fazer as festa do povo em 2011, por muitas razôes que é do conhecimento de 50% da população. para aver festas campo maior tem que, mudar de imagem em muitas frentes, continuo e repito festas só lá para 2012 por razões políticas um abraço

Luis Almeida disse...

Completamente fora do contexto deste post, queria deixar o meu agradecimento pela visita a banza Congo (o blog).
Obrigado.