terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Derrocada da Muralha - Realojamento dos Cidadãos de Etnia Cigana

Na noite de 4 para 5 de Janeiro, parte da Muralha que circunda a Vila, devido às fortes chuvadas que têm assolado a nossa Região, aluíram e essa derrocada arrastou algumas barracas de cidadãos de etnia cigana.
Este acontecimento fez com que a Comunicação Social, durante alguns dias, tecesse algumas considerações e até se deslocasse a Campo Maior como forma de pressionar as entidades oficiais para a situação.
O nosso Presidente da Câmara, como lhe competia, solicitou audiência ao Secretário de Estado da Protecção Civil, para que em conjunto encontrassem a melhor forma de resolver este problema, esperava-se que assim fosse, no entanto o Governo só quer assumir parte da responsabilidade, passando a batata quente para o Município.
Sobre este tema, permitam-me que faça a seguinte reflexão, os Municípios como Organismos de Administração Pública têm atribuições e competências próprias e entre elas salientam-se: 1 – Em relação ao Património compete-lhes estabelecer protocolos e participar na conservação e reparação do património e das áreas classificadas; 2 – Em matéria de Acção Social, compete-lhes a participação, em cooperação com instituições de solidariedade social e em parceria com a administração central, em programas e projectos de acção social de âmbito municipal, designadamente nos domínios do combate à pobreza e à exclusão social.
A sabedoria popular diz que “Há males que vêm por bem”. Esta derrocada veio despoletar uma situação já velha e assaz debatida- a recuperação do nosso património monumental e o realojamento dos cidadãos de etnia cigana.
O problema da recuperação do património monumental é o mais fácil para o Município, pois trata-se de equipamentos da responsabilidade do Governo e aí a Câmara tem que diligenciar no sentido de que as obras de recuperação sejam céleres.
O problema dos cidadãos ciganos do Mártir Santo é muito mais difícil, trata-se de uma situação que se arrasta desde 1998 e que ainda não foi resolvida por falta de vontade política.
Em 1995 a zona do Mártir Santo foi sujeita pelo IPPAR a obras de conservação e limpeza, tendo a Igreja sido caiada. Há fotografias aéreas tiradas nessas Festas (existe uma dessas fotos na Sala de Reuniões da Câmara) onde se pode verificar que nessa altura não existia nenhuma barraca no Mártir Santo.
Há um dado que importa salientar, em Campo Maior sempre houve famílias ciganas vivendo integradas na nossa comunidade, eram famílias respeitadas, alguns dos seus descendentes continuam por cá. A única barraca que existiu e onde viveram algumas famílias, naturais de Campo Maior, estava sediada no Ribeirinho, os que são da minha geração devem lembrar-se com saudades da Camarila.
Os tempos são diferentes e Campo Maior pela sua situação geográfica ou pela riqueza que gera, tornou-se apetecível para muitas dezenas de famílias ciganas, naturais de outros concelhos, que aqui se fixaram à revelia das mais elementares regras de uma sociedade de princípios éticos.
Não há dúvidas que são cidadãos cujos direitos e deveres devem ser respeitados, eles próprios deveriam ser os primeiros a integrar-se, infelizmente isso não tem sido, a sua vivência no Mártir Santo tem criado inúmeros problemas na vizinhança.
É a altura própria, de uma vez por todas, para recuperar a Igreja e a zona envolvente, mas para isso a Câmara Municipal e o Governo, no uso das competências que lhes cometidas, devem procurar resolver o realojamento dos Ciganos naturais ou residentes em Campo Maior há mais de 10 anos, como foi feito em muitos outros concelhos.
Esse realojamento só pode ser feito com a colaboração do Governo, pois a Autarquia per si, não tem capacidade financeira para o fazer.
Campo Maior, 26 de Janeiro de 2010
Siripipi-alentejano

7 comentários:

XP disse...

É muito interessante esta situação. Toda a gente espera que seja o governo central a resolver o problema do Mártir Santo e dos ciganos. No entanto, de quem é a responsabilidade pelo facto de lá se ter instalado aquela comunidade? Se no início tivesse havido uma actuação da autarquia no sentido de não consentir na ocupação daquele espaço não se estaria a assistir a esta lamentável discussão, nem o património estaria em condições tais que só pode envergonhar os campomaiorenses.
De notar que não é apenas o Mártir Santo que está em péssimas condições. É só seguir o que resta das muralhas e ver o estado em que se encontram.

portas.da.vila disse...

Sr.siripipi, acha justo ser a Camara a custear todos os gastos e os futuros? Porque do ESTADO, já sabemos que se encolheu na hora de abrir os bolsos, coitados eles agora estão com o defice às voltas!!
É que os actuais, serão o terreno, loteamento do terreno, construçao das casas, e mobilia!
O futuro será pagar agua, luz, e mais alguma coisa!
Acha justo que os jovens campomaiorenses se querem comprar casa tem que 1º comprar o terreno, os que há são carissimos, indo muitos para o campo porque é mais barato, depois construir, e depois mobilar! Mas antes tem que ter dinheiro para isso tudo, se não tiverem tem de ir ao BANCO, e esses que vão ao banco são 99% dos jovens, e tem de fazer um emprestimo a 50 anos.
Acha justo que a camara a uns dá e a outros não!
É que como já ouvi e vi, tanto ciganos como campomaiorenses, são todos de Campo Maior|!
Porque este tratamento desigual?

o Alcaide do Castelo disse...

em princípio a responsabilidade é da Autarquia de realojar os ciganos, o governo não tem nada haver com os ciganos, mas pode auxiliar um pouco a Autarquia, que são do mesmo partido. Agora de recuperar as muralhas isso sim é da competencia do governo, eu penso que é desta que se vai resolver o problema para bem de todos um abraço

Kustanilha disse...

Deêm-lhe tudo, para depois, ainda termos de dar mais!
Em Campo Maior, quem é que dá a cara por algum cigano, qual é de confiança?
E a autarquia vai dar-lhe tudo?
Já se sente um grande mal estar por esta atitude da autarquia!
Nos cfés já se sente o descontentamento, só que agora a estrada só tem uma via, e os que lá transitam, não podem sair dela, senão são multados pela Alta Autoridade!
Espero melhores dias para CM.

Anónimo disse...

não concordo de o sr. afirmar que em 1995 não existiam barracas no martir santo. o problema dos ciganos é o seguinte: a forma mais facil de os integrar (julgam eles) na sociedade foi o governo atribuir subsidios ás familias que meterem os filhos na escola o que não é sinonimo de aproveitamento escolar, ou seja os miudos vão para a escola e raro é o que chega ao 2º periodo. sabiam que existe um cigano que ate contador de água tem?? pois é uma realidade talvez fosse um bom exemplo para integração e exemplo para os outros elementos da mesma etnia. na semana passada um pequeno gang de ciganos espalhou o terror na porta de algumas das escolas da nossa vila, roubando em especial os telemoveis desses estudantes, como é natural a revolta dos adulchentes da nossa terra é enorme em relação a tal gente e as dos respectivos pais ainda maior. tentem educalos primeiro e depois pode ser que mereçam algo. ( OU SE PORTAM BEM OU ENTÂO NÃO HA NADA PARA NINGUEM)

Anónimo disse...

É por estas situações que se comprova que eles nunca se ão de querer integrar, porque no dia em que estiverem integrados acaba-se a MAMA!!!
E eles sabem disso!
Ponham-nos a trabalhar e digam-lhe que o rendimento minimo vai ser cortado porque agora já recebem um ordenado!
Quantos querem continuar a trabalhar e a deixarem de receber o rendimento minimo?
Nenhum, logo nunca se ão de integrar.

Anónimo disse...

há 60mil ciganos em portugal, dos quais 30mil recebem o rendimento minímo, ora bem estão a receber o rendimento minímo aquase 300 mil em portugal. Em Campo Maior estão a receber o rendimento minímo mais de 500 pessoas, e 60 são ciganos, faço-me entender?