segunda-feira, 8 de junho de 2015

ALENTEJO TANTA TERRA ABANDONADA
Ao ouvir uma interpretação de Dulce Pontes relacionada com o nosso Alentejo, suou-me como uma pulga nos ouvidos e deixou-me a pensar nessa infeliz verdade.
É uma infeliz verdade porque continuamos a viver em crise, porque diariamente somos confrontados na Comunicação Social, com conflitos Sociais, com narrativas da vida de miséria que existe e da fome que se vai arrastando e que se tornou numa pandemia, enquanto o nosso Governo diz que estamos crescendo, que vai havendo menos desemprego, que estamos no bom caminho!
Como é possível que estes Senhores nos queiram meter Lisboa pelos olhos, quando a realidade é outra, nos meus 70 anos de vida, só nos anos anteriores ao Abril de 74 é que me recorda a miséria em que vivia o nosso Povo, vivia-se com salários de miséria, com fome em condições desumanas e sem acesso à Educação e Cultura, vivia-se encostado a uma parede manietados por um Regime Ditatorial que os inibia de procurar outra forma de vida, senão a de irem para a Guerra ou servirem os Senhores da Terra.
A Terra que existia nesses tempos, é a mesma que hoje continua a existir, mas com uma nuance bastante diferente, antigamente o campo produzia cereais à base da força humana e de muares, porque a tecnologia ainda estava a dar os primeiros passos, mas hoje com todas as descobertas que foram feitas, a principal das descobertas, além das Maquinarias, foi a SUBSIDIO-DEPENDÊNCIA, os campos passaram a ser povoados de Gado, em que a mão-de-obra é diminuta e os Lucros são suficientes para viverem vidas de Lordes.
Quem percorrer o nosso Distrito, basta de Campo Maior a Portalegre (48 Km) não encontra um palmo de Terra cultivado, o que vê, Montado e Gado e mais nada, todavia, nós ainda possuímos alguma cultura arvense, é o Olival e Fruticultura que dá algum rendimento e absorve alguma mão-de-obra, esta também já não tem o mesmo número de Trabalhadores porque a Maquinaria contribuiu e de que maneira, para a sua diminuição, por um lado quem veio a beneficiar desses trabalhadores foram as Industrias que se fixaram e se desenvolveram.
Pegando de novo no tema “ALENTEJO TANTA TERRA ABANDONADA” é urgente por estarmos perto de um novo período Eleitoral, alertar as Forças Politicas para a necessidade de analisarem esta situação e com os Fundos Comunitários existentes, elaborarem projectos de candidatura para REJUVENESCER A AGRICULTURA, criando e apelando aos Jovens para se dedicarem de novo à produção Agrícola como forma de se combater a crise que assola o País.
É uma aposta que o Governo tem que ter em conta, o País precisa de deixar de produzir para uma economia de subsistência, tem que produzir bem em quantidade e qualidade para que a Economia se desenvolva. É necessário Agricultores Jovens e de vistas largas que saibam analisar as necessidades e os produtos que devem produzir e que tenham mercado na Europa.
Há uma dádiva que nos foi legada – CLIMA – que deve ser aproveitado porque se pode produzir produtos antes de tempo, é necessário uma política de solos para que se possa produzir o que é rentável e que se aplique à qualidade dos nossos terrenos, igualmente se deve pugnar por criar pontos de armazenamento e de frio para conservação, a criação de Cooperativas, como se faz na nossa vizinha Espanha, seria uma das vertentes a ter em conta.
Portugal não pode permitir que o ALENTEJO TANHA TANTA TERRA ABANDONADA, OS Políticos devem sair dos seus Gabinetes, visitarem o Alentejo reunindo com as Forças vivas e discutirem olhos nos olhos esta triste realidade.
Siripipi-Alentejano

Campo Maior, 8 de Junho de 2015

1 comentário:

Anónimo disse...

MUITO BEM TIAGO GRANDES VERDADES QUE APENAS ALGUNS TEEM ACESSO.PARABENS