quarta-feira, 28 de abril de 2010

PISCINA COBERTA CONTINUA ENCERRADA AO POVO!...

Eu tinha prometido que o próximo post seria para analisar a Prestação de Contas de 2009, aprovadas, por maioria, pela Assembleia Municipal no passado dia 17 de Abril. O prometido é devido, esse trabalho irá estar disponível no próximo dia 1 de Maio.
Hoje é dia 28 de Abril, tem sido um dia de sol e muito calor, o verão aproxima-se e a Piscina descoberta entrará em funcionamento para agrado dos seus frequentadores, contudo, este dia faz-me lembrar outras datas.
Em 28 de Junho a Piscina Coberta da Fonte Nova foi inaugurada em cerimónia oficial e na presença de um Sub-Secretário de Estado, com direito a visita, discursos e almoço para todos os que quisesse estar presentes.
No dia 28 de Outubro, o novo Executivo encabeçado pelo Eng.º. Ricardo Pinheiro tomou posse no Salão Nobre dos Passos do Concelho perante a avidez de esperança dos Campomaiorenses, anunciou alguns objectivos imediatos, entre eles a abertura da Piscina Coberta e a motivação de todos para que as Festas do Povo viessem a ser uma realidade em 2011.
A verdade é que passados 10 meses sobre a inauguração e 6 meses sobre a posse de Ricardo Pinheiro, a PISCINA COBERTA CONTINUA ENCERRADA.
Muito já se escreveu sobre a Piscina, também é sabido que a mesma é propriedade da Campiscinas S.A. (MJR e Campomayor XXI) e que esta irá ser explorada pela referida Empresa Municipal (a quem foi arrendada a Piscina) cujo Conselho de Administração foi nomeado e empossado pela Câmara Municipal.
Todos sabemos que os custos daquele equipamento (construção, manutenção e pessoal) são elevados e alguém tem a obrigação de os suportar!
Mas há uma situação, na minha opinião, que merece uma explicação urgente e aqui lanço um repto à Câmara Municipal e Campomayor XXI: os Campomaiorenses têm o direito e dever que lhes expliquem, de uma vez por todas, quais os motivos que têm condicionado a sua abertura e qual o resultado da Auditoria que foi mandada fazer à Empresa Municipal Campomayor XXI.
Campo Maior 28 de Abril de 2010
Siripipi-alentejano

sábado, 24 de abril de 2010

LIBERDADE SEMPRE...

Comemora-se hoje o 36º. Aniversário da Revolução dos Cravos, muitos são os que recordam com saudade essa memorável noite e é imperioso que se continue a recordar esse dia e os que, não sendo militares, lutaram activamente, alguns na clandestinidade, para que a democracia fosse uma realidade em Portugal.
Em Abril de 1974 encontrava-me em Angola aí vivi, como Militar e Civil, de Outubro de 1968 a Abril de 1976, conheci muita gente e muitos deles eram pessoas que sempre lutaram pela democracia e até pela auto determinação das antigas Colónias.
O meu trabalho de hoje destina-se a recordar e homenagear um lutador pela liberdade. Foi um dos seus livros de poesia que serviu para epigrafar o meu Blog.
SIRIPIPI NA GAIOLA
Na vida das pessoas há ocasiões que nos levam a reviver o passado e a meditar sobre episódios já vividos.
Recordar é viver, diz o Povo, este provérbio leva-nos a divagar nas boas e más recordações. Muitas vezes são conhecimentos do presente que nos remetem a factos do passado, levando-nos por isso a compará-los com a vida do dia- a- dia.
Os anos passaram e esses fazem hoje a história da nossa vida. Já decorreram 42 anos sobre a minha ida para Angola em missão militar obrigatória, foram 26 meses vividos em Luanda, aí tive o grato prazer de conhecer e fazer muitos amigos, conviver e formar tertúlias, pois tornava-se necessário viver o tempo, de ultrapassar a saudade de estar longe da família, do seu carinho, da nossa Terra, dos amigos de sempre.
Nesse tempo em Angola ainda não havia televisão, os tempos livres ocupavam-se ouvindo rádio, frequentando cinemas, bares, passeando pelas magníficas praias ou então cavaqueando amenamente à mesa de um café.
Foi num café da baixa de Luanda, que casualmente conheci um grupo, tornei-me de imediato amigo de todos, passando a conviver com eles, no entanto entre eles havia um que sobressaia pela maneira de estar na vida, pela sua cultura, pelo amor à sua Terra e ainda por ser um revoltado politicamente, era ERNESTO LARA FILHO um dos grandes poetas Angolanos, irmão de uma das mais afamadas poetizas daquela época, Alda Lara.
Ernesto Lara Filho, angolano de nascimento, filho de Portugueses, Regente Agrícola de profissão, era um homem de vistas largas, poeta irreverente, amante de bem viver, viu-se expulso da Função Pública, por ser amante da liberdade, por não pactuar com as ideias do regime, por gostar da democracia, da sua Angola independente e sofreu na pele as agruras do Campo de São Nicolau, enfim, foi um frequentador assíduo das masmorras da PIDE/DGS.
Nos nossos contactos, entre conversas em surdina à mesa do café, o Jara de Carvalho, o Africano Rodrigues e o Ernesto Lara Filho, confidenciou-me as dificuldades que estavam vivendo por serem defensores da Liberdade, a forma como eram preteridos quando buscavam emprego e a perseguição sistemática que a polícia política lhes movia.
Quando cheguei a Angola em 1968, Ernesto Lara Filho tinha acabado de sair do Campo de São Nicolau onde cumpriu, como ele dizia, umas férias forçadas, além de também esse facto ter conduzido à demissão do cargo que ocupava num organismo público do Governo Provincial.
A solidão daqueles meses de desterro e a falta de liberdade reforçaram os seus sentimentos, enriqueceram a sua força anímica, permitindo-lhe que escrevesse uma das mais belas obras poéticas, o SIRIPIPI NA GAIOLA, cujo lançamento tive o prazer de assistir, a seu convite.
Certo dia falamos sobre a sua obra e referiu-me que o Siripipi é uma pequena ave de penagem multicolor, cantador nato, abundante no sul de Angola, que deambula de árvore em árvore e o poeta seguia-o diariamente, o Siripipi era como ele, um amante da liberdade, era o seu conforto no infortúnio de um dia de São Nicolau.
A poesia de Ernesto Lara Filho, neste livro, é um grito de revolta à brutalidade que os ditadores impõem à sociedade, é um hino à liberdade e ao mesmo tempo é também uma miragem de tristeza se a vida de um siripipi estivesse em cativeiro numa gaiola.
Eu adivinhava o seu pensamento nas palavras que me dirigia!
Ninguém pode imaginar quão difícil é viver sem liberdade, quão difícil é querer falar e escrever e não lhe ser permitido fazê-lo, quão difícil é acumular infinitamente factos, histórias verídicas e ser pressionado a não poder divulgá-las, quão difícil é admitir sevícias por defender a liberdade, desejar uma igualdade de deveres e direitos para os Angolanos e Portugueses ali residentes, de todas as raças e credos.
É tudo isto que mata quem é amante da liberdade e da democracia, quem gosta de viver e quem mesmo vivendo em liberdade, também se vê inibido de poder transmitir verdades, em nome dessa liberdade.
O ser humano, os animais e as aves, não se fizeram para viver em cativeiro, todos têm direito a serem livres, a viver a sua vida ao sabor da natureza, podendo exteriorizar os seus sentimentos a seu belo prazer tal como o sentem.
Ernesto Lara Filho sentiu esses problemas, teve uma vida difícil, faleceu no Huambo em 7 de Fevereiro de 1977, mas ainda conseguiu viver a liberdade nascida em 25 de Abril de 1974, viveu os tempos difíceis que se seguiram à independência da sua Angola e posso afirmar que levou consigo para a cova, uma grande mágoa porque a sua mensagem de liberdade não ter sido compreendida e assimilada, os homens da sua Terra ainda não compreenderam que devem dar as mãos e lutar para o desenvolvimento e bem-estar de todos os Angolanos, que deviam acabar com a fome e a guerra e criar uma vivência de amor e paz para todos.
Ernesto Lara Filho foi um bom amigo, as suas obras fazem-me meditar e compreender as dificuldades de uma vida de luta pela liberdade e pela livre expressão de ideias, eu próprio também algumas vezes penso e sofro como ele, enfim, a vida á assim, e devemos estar preparados para ela.
Que o dia de hoje continue a ser comemorado, este texto é igualmente uma homenagem de respeito e reconhecimento pelos Militares de Abril e por todos os que durante a ditadura de Salazar, ausentes da Pátria e vivendo com nostalgia, lutaram e contribuíram para que Portugal seja um País Democrático e de Liberdade.
Siripipi-alentejano

sexta-feira, 16 de abril de 2010

CANTOS DE BAIXO

Quase todas as Terras têm um lugar mais ou menos carismático, uns por uma razão e outros porque algo lhes proporcionou esse carisma. Na nossa Vila há dois locais que marcaram uma época (Cantos de Baixo e Terreiro) e que há perdurar na memória das gerações de 50 e 60.
No próximo dia 25 de Abril, os Portugueses comemoram 36 anos de liberdade e democracia, graças aos Capitães das Forças Armadas que proporcionaram a revolução dos cravos, do que resultou a queda de uma ditadura de 48 anos. Os Portugueses ficar-lhes-ão eternamente agradecidos.
A razão deste tema é para dar a conhecer aos que, felizmente, nasceram e vivem em democracia, o que se passava na nossa Terra naqueles tempos e os sacrifícios e afrontas que o Povo passou.
Nessa época a vida era extremamente difícil, a agricultura estava na mão de meia dúzia de abastados lavradores, únicos empregadores, os pequenos proprietários sobreviviam do seu trabalho limitando-se, de vez em quando e em época sazonal a socorrer-se de alguma mão-de-obra.
Nessas duas décadas, Campo Maior era uma povoação inteiramente dedicada à agricultura, a indústria não existia e o sector de serviços era insípido, as únicas ocupações possíveis era os trabalhos agrícolas e o contrabando.
Foi uma época de crise, as famílias passavam imensas necessidades, havia fome e a liberdade era uma palavra impossível, o Povo vivia com medo, a repressão fazia-se sentir, as Autoridades da época eram déspotas.
O Povo quando não tinha trabalho passava os dias deambulando na procura de alguma ocupação ou entretinham-se nas Tabernas porque os Cafés não estavam ao seu alcance, os que existiam eram frequentados pelos Senhores e pessoal dos Serviços e mesmo os Cafés que existiam tinham determinado tipo de clientela, nem toda a gente frequentava todos os cafés.
Os Cantos de Baixo era o local, onde os trabalhadores se juntavam, esperando que um manageiro os procurasse para trabalharem. Há uma situação que eu sempre considerei ultrajante, os trabalhadores eram escolhidos como se escolhe um bom borrego do rebanho. Os salários eram de miséria e a troco de quase nada trabalhavam de sol a sol.
Muitos passaram pelos montes e foram ganhões, a única certeza que os acompanhava era o muito trabalho e a míseras refeições que recebiam, há histórias que se contam que mereciam ser recolhidas para constarem como memória futura, num livro que retratasse a vida dos trabalhadores rurais de Campo Maior.
Nos finais de 60 com a eclosão da guerra em África, a Juventude partiu e a emigração foi a tábua de salvação das nossas gentes, Campo Maior transformou-se.
Felizmente que os homens abriram os olhos, que Abril de 1974 se tornou no bálsamo redentor das mazelas deixadas pela ditadura e os Cantos de Baixo passaram ser um espaço público liberto das masmorras dos grandes senhores e dos olhos de falcão dos bufos da PIDE.
São histórias que nos marcam e que não podemos esquecer, mas que temos o dever de transmitir às novas gerações.
Campo Maior, 16 de Abril de 2010
Siripipi-alentejano

quarta-feira, 14 de abril de 2010

DIA MUNDIAL DO CAFÉ

Comemora-se hoje, dia 14 de Abril, o DIA MUNDIAL DO CAFÉ, e como tal é uma efeméride que os Campomaiorenses vêm com muito agrado, uma vez que somos, no espaço Europeu, o maior Centro de torrefacção de Café.
A verdade é que Campo Maior deveria ser reconhecida como a Capital do Café. Aproveito o dia de hoje para voltar a publicar um meu artigo, escrito em 14 de Maio de 2008

Campo Maior . Capital do Café
Como a maioria das Vilas do Alentejo, Campo Maior tem vivido quase sempre dependente da Agricultura, a Indústria é reduzida e insuficiente para que possamos ombrear com a riqueza de outras zonas mais desenvolvidas de Portugal.
A interioridade tem sido um dos factores condicionantes na captação de investidores interessados em contribuir para o seu desenvolvimento, criando riqueza, aproveitando os recursos humanos existentes e as suas matérias primas.
Em Campo Maior, a par de uma Agricultura mais ou menos bem sucedida, a azeitona tem um lugar especial pela qualidade, existem também algumas industrias do ramo Alimentar, designadamente a torrefacção de Café, considerada como a mais importante do País, quiçá da Península Ibérica, facto que tem levado alguns sectores económicos a denominar Campo Maior como a " CAPITAL DO CAFÉ".
A Indústria de Torrefacção de Cafés é a actividade económica de maior relevo em Campo Maior e também á a que detém e cria mais postos de trabalho.
A sua história recente, tem pouco mais de 50 anos de vida, o seu percurso foi conseguido graças ao trabalho e sacrifício de pessoas sapientes, que souberam trilhar um caminho de progresso e de desenvolvimento bem alicerçado. Esta Indústria contribui directa e indirectamente para o desenvolvimento da nossa Terra, os Campomaiorenses reconhecem quão importante foi também o impulso que foi conseguido com a abertura da fronteira do Retiro e a livre circulação de pessoas e bens.
Hoje a Indústria do Café é um exemplo de Desenvolvimento, Riqueza e Progresso.
A nível Nacional há muitas Indústrias que pela sua importância têm contribuído para o engrandecimento das suas Regiões. O reconhecimento por esse desenvolvimento tem merecido a homenagem das suas forças vivas, lembramos os casos de Paços de Ferreira (Capital do Móvel),
Felgueiras (Capital do Calçado), Estremoz (Capital do Mármore), Penafiel (Capital do Vinho Verde), entre outras.
Muito do engrandecimento de Campo Maior é fruto da Agricultura e principalmente do Café que se tornou filho adoptivo desta maravilhosa Vila.
É da maior justiça que Campo Maior faça esse reconhecimento, que inicie um processo de cariz popular que conduza à criação de um Monumento que perpetue a Industria do Café.
Nessa iniciativa não se deve pretender homenagear Empresas ou uma única Empresa, nem mesmo a raiz do aparecimento da Indústria do Café em Campo Maior, deve sim, distinguir e homenagear todos os que contribuíram para o seu progresso económico do Concelho, o objectivo principal é homenagear todos os que de alguma forma (empregados, contrabandistas e empresários) estiveram nesse percurso de progresso.
Campo Maior é merecedor de ser reconhecida a nível Nacional como a "CAPITAL DO CAFÉ".
Espero que a nossa Autarquia aceite este repto e que brevemente accione os meios que achar por convenientes para que Campo Maior ostente este título.
O Progresso de Campo Maior não vai parar, não podemos nem devemos esquecer que somos uma Vila Fronteiriça e como tal somos a Entrada e Saída da Europa.
Campo Maior, 14 de Maio de 2008”

Espero que este artigo possa desperta a nossa Câmara!...
Campo Maior, 14 de Abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

CONTINUAM OS ROUBOS NA ZONA DO MÁRTIR SANTO

Não é primeira vez que escrevo acerca deste tema, os roubos continuam a verificar-se diariamente, os automobilistas (principalmente visitantes) são os mais apetecíveis e as autoridades chamadas ao local nada fazem e até permitem situações, que a serem verdade, merecem a nossa condenação.
Na semana passada um casal Espanhol que se deslocava numa caravana subiu a Estrada da Cerca e ao dar a volta para o lado do Convento, em pleno andamento, um jovem de etnia cigana abriu-lhe uma das portas e roubou-lhes uma mala com alguns objectos de valor. Na mesma semana uma cidadã Inglesa que visitava a mesma zona sucedeu-lhe o mesmo, mas esta turista a quem roubaram uma máquina, ainda conseguiu sair do carro e correr atrás daquele amigo do alheio, que foi mais lesto e se escondeu no acampamento. Chamada a G.N.R. desconhece-se se houve ou não recuperação do material roubado. Há pouco tempo, alguém seguia numa carrinha (na mesma zona) e na caixa transportava alguns equipamentos, um jovem cigano saltou para a carrinha e roubou-lhe uma Moto Serra.
Os vizinhos daquele acampamento sofrem diariamente insultos, apedrejamentos e assaltos sistemáticos, as forças de Segurança continuam a nada fazer sabendo-se quem são os autores, eles estão devidamente identificados.
Todos sabemos quem provoca esta insegurança! Certamente que não são os que estão bem na vida, são os que querem comer e não o têm, são os excluídos da sociedade e algumas minorias étnicas que se recusam a integrar-se na sociedade, vivendo em igualdade e com respeito pelo próximo.
As Autoridades são confrontadas diariamente com estas situações através das queixas que lhe chegam e o que fazem? Nada… Se um de nós transitar sem cinto ou estacionar mal o carro é logo multado, se a nossa viatura possuir uma anomalia ou não estiver inspeccionada está sujeito a ser apreendida, no entanto, os cidadãos de etnia cigana viajam em caros sem as mínimas condições, sem seguros e inspecções e não lhe fazem nada, fecham os olhos ou voltam-lhes as costas.
A Constituição da República Portuguesa, no seu art. 27 (Direito à Liberdade e Segurança) diz que TODOS TÊM DIREITO À LIBERDADE E SEGURANÇA… Onde está a nossa Segurança!
A insegurança em Campo Maior pode e deve desaparecer, mas para isso torna-se necessário chamar a atenção do Senhor Presidente da Câmara, como mais alto representante da nossa comunidade e responsável pelo novo Conselho Municipal de Segurança, para que tome as medidas que achar por convenientes para acabar com esta insegurança.
Sabe-se que o actual Presidente está desenvolvendo esforços para que o acampamento do Mártir Santo seja erradicado, dando-lhes a curto prazo, uma solução coerente para comunidade cigana.
Campo Maior, noutros tempos, vivia em segurança, era raro ouvir falar de um assalto, de roubos. Era uma época de mais harmonia e compreensão, podem crer que não é saudosismo. A verdade é que os tempos mudaram, hoje tudo é diferente e com a evolução tecnológica a realidade de vida é outra.
É tempo de alterar esta situação, para isso basta que haja boa vontade de todos, especialmente de quem tem a competência de zelar pela segurança das Pessoas e de seus bens.
Campo Maior, 12 de Abril de 2010
Siripipi-alentejano

terça-feira, 6 de abril de 2010

A PISCINA DA FONTE NOVA ESTARÁ EMBRUXADA!

A Primavera está aí, o Sol aquece e convida-nos a procurar espaços aprazíveis. Há Cafés cujas esplanadas já funcionam, onde as pessoas se juntam e conversam. Numa esplanada da Avenida, várias jovens falavam sobre a Piscina da Fonte Nova e uma dizia: “já tenho touca, fato de banho e chinelos, gastei o dinheiro para quê! Gastei o dinheiro para quê?” as outras concordaram porque também já fizeram a mesma despesa.
Ninguém sabe o que se passa, os responsáveis continuam calados e o Povo exclama com muita razão, o que se passa com a Piscina! Este diálogo, se chegar ao conhecimento dos responsáveis pelo Conselho de Administração da Campomayor XXI, deve merecer uma explicação pública para o que se está a passar.
Durante alguns meses e enquanto este Conselho não foi nomeado e empossado, competia à Câmara Municipal responder perante os seus Munícipes e a verdade é que no “Jornal de Campo Maior” (Fevereiro de 2010) na primeira página era afirmado “O Município está a ultimar a abertura ao público do complexo de piscinas da Fonte Nova, o qual está apenas dependente de certificação exterior.
No dia 31 de Março último, a Piscina foi vistoriada pela entidade que a iria certificar e infelizmente foi chumbada por ainda conter algumas deficiências, há quem tenha dito que uma dessas anomalias, entre outras, se prende pela inexistência de acessos para pessoas com deficiências físicas, será verdade?
Na minha opinião e já o escrevi, a Piscina foi construída sem que tivesse havido uma fiscalização responsável e o próprio projecto não deve ter sido analisado convenientemente, as anomalias são fruto de erros de concepção, os Serviços Técnicos que aprovaram o projecto de arquitectura e de especialidades tinham a obrigação de detectarem esses erros e só depois de corrigidos é que o projecto seria aprovado e concursado.
A par de tudo isto, não nos podemos esquecer que desde o seu início, a Piscina tem sido bastante contestada, quer no financiamento e na constituição da Empresa Campiscinas S.A., quer na construção do equipamento e sua gestão.
Noutro artigo expliquei o que se passou. No entanto há uma outra realidade que só agora tive conhecimento, não obstante a Campiscinas S.A. ser constituída pela MGR (51%) e Campomayor XXI (49%), a presidência deste Empresa Privada compete à Campomayor XXI, mas há mais, a gestão de toda a Piscina é da responsabilidade da Empresa Municipal que a recebeu de arrendamento da Campiscinas S.A. Que custos acarreta esse arrendamento e a quem se imputa a responsabilidade dos danos existentes que a obrigam a continuar encerrada.
Apesar de todo este imbróglio, os únicos que não têm culpa deste situação é a população de Campo Maior, a Piscina da Fonte Nova inaugurada há mais de 9 meses (tempo de gestação de um ser humano) deveria já estar a funcionar, mas infelizmente parece que vai continuar a ser uma miragem e o Zé Povinho continuará a dizer – NÃO SERIA MELHOR CONTRATAR UMA BRUXA PARA A LIBERTAR DO ALÉM OU ESPERAR PELO PAPA PARA A BENZER!...
Campo Maior, 8 de Abril de 2010
Siripipi-alentejano

CENTRO ESCOLAR VAI SER UMA REALIDADE

Entre as muitas competências cometidas aos Municípios em matéria de Cultura e Educação, destaca-se a participação no planeamento e na gestão dos equipamentos educativos.
Através do Dec-Lei nº. 144/2008, o Governo estabeleceu o novo quadro de transferências de atribuições e competências na área da Educação e determinou que essas transferências só se poderiam efectuar se os Municípios já possuíssem CARTA EDUCATIVA.
Em abono da verdade, graças à acção atempada do anterior Executivo, Campo Maior foi dos primeiros concelhos do País a dispor de Carta Educativa, mas sabia-se que a sua implementação teria custos elevadíssimos para o orçamento municipal.
A Carta Educativa previa a construção de um Centro Escolar de raiz que albergasse toda a população escolar até ao 3º Ciclo, desactivando-se a maioria das actuais Escolas Primárias e Ciclo.
O actual Executivo Municipal aprovou por maioria, com a abstenção dos Vereadores da Oposição, a proposta apresentada pelo Presidente da Câmara para adjudicar, por ajuste directo, a elaboração dos projectos necessários para a construção do novo Centro Escolar.
È de lamentar que na votação da proposta, a oposição se tenha abstido apesar de concordar, pois se existe Carta Educativa esse documento só foi possível por acção do seu cabeça de lista para a Autarquia, o que torna essa votação uma atitude incompreensível!
Segundo a proposta do Presidente Ricardo Pinheiro, o futuro Centro está enquadrado na estratégia do Programa Nacional de Requalificação da Rede do 1º Ciclo e 2º Ciclo do Ensino Básico e da Educação Pré-Escolar, este novo Centro visa garantir a igualdade de oportunidades de acesso a espaços educativos de dimensão e recursos adequados, através do reordenamento e racionalização do parque escolar.
O novo Centro Escolar será uma realidade e vai servir uma população escolar de 898 alunos, 480 do 1º Ciclo do Ensino Básico, 218 do 2º Ciclo e 200 da Educação Pré-Escolar distribuídos, respectivamente, 39 turmas por 39 salas, além de todas as restantes infra-estruturas que as complementam.
Este investimento irá ser suportado por verbas provenientes do QREN, através do PORA-CIMAA, no qual o Município, no seu Eixo III, detém cativo o valor elegível de investimento de 1.700.000,00 €, e ainda o regime de Overbooking neste enquadramento, que vai disponibilizar fundos substanciais, mas que também implicará avultados fundos do Município.
A par deste investimento, que enriquecerá o património escolar do concelho, também o Ministério da Educação, através da Parque Escolar, E.P.E., adjudicou pelo valor de 143.484,00 €, à firma ARQWORK-Arquictetura, Lda, a elaboração do projecto de arquitectura e coordenação geral de projecto da Escola Secundária de Campo Maior.
O novo Centro Escolar e a requalificação da Escola Secundária, concentrando num espaço delimitado toda a população escolar de Campo Maior, permite-nos afirmar que o nosso Concelho irá ser na Região Alentejo, um Oásis neste deserto assaz esquecido.
O futuro parece estar com Campo Maior. Oxalá não haja nenhum acidente de percurso e que a sua construção possa ser iniciada no último trimestre de 2010 ou início de 2011.
Campo Maior, 6 de Abril de 2010
Siripipi-alentejano

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ENXARA - Festividades da Páscoa

Há 50 anos, decorria o ano de 1960, no Tribunal Judicial de Elvas, o Meritíssimo Juiz Dr. Patrão, condenou diversos Campomaiorenses, dois em penas de prisão (José Maria Napoleão com 30 dias e Mário Serpa, conhecido pelo Para Ratos em 40 dias) e outros (António Camilo, Matias Batuca, Cipriano Videira, João Centeno, José Passão, Manuel Borrega, Manuel Calaça, etc.) em 1.149$00 cada um, pelo crime de ULTRAJE Á MORAL PÚBLICA.
Esta condenação deveu-se ao facto de na primavera de 1959, como vinha sendo habitual, alguns grupos de amigos que procuravam as margens aprazíveis do Rio Xévora (Salvador e Enxara) para petisqueiras de são convívio, a maioria desses ajuntamentos tinha lugar junto da degradada Igreja de Nossa Senhora da Enxara (que nessa altura, servia de guarida ao gado de um abastado agricultor da nossa Vila), terem encenado uma procissão (simulada), o andor era uma padiola que se encontrava no interior da Igreja e a imagem era o Valério Fialho, ainda muito jovem.
Como se vivia em clima de opressão, alguém denunciou ao Cónego Francisco Farinha o sucedido e este transmitiu-o à GNR, que de imediato iniciou inquérito e alertou a PIDE. A verdade é que o Jornais da época fizeram manchetes, e o Jornal Alentejano “A Defesa” na sua primeira página, em parangonas, denominava o acontecimento como “Alerta Vermelho em Campo Maior”.
O obscurantismo que Salazar impunha e a repressão a que os Portugueses estavam votados, aproveitaram a inocência e a simplicidade de dezena e meia de Campomaiorenses, tentando transformá-los em revolucionários, apodando-os de comunistas. Quanto muito e se alguma ilação se deveria ter tomado dessa manifestação, seria como uma forma de revolta, o estado de abandono do Santuário.
Felizmente que os Campomaiorenses tiveram essa percepção e hoje pode-se afirmar, que na década de 60 e por esse facto, a Igreja foi entregue à Paróquia de São João Baptista, que procedeu a sua restauração e a abriu ao culto. É a partir daqui que a população faz da Enxara o palco especial das comemorações da semana da Páscoa.
A Festa em honra de Nossa Senhora da Enxara é um dos momentos altos da vida dos Campomaiorenses, tornando-se numa Romaria procurada por centenas de famílias que ali acampam.
Se hoje a Enxara se tornou num local aprazível, de convívio e de culto, devemos reconhecer que isso só foi possível graças à procissão que levou um Juiz de Direito a condenar alguns Campomaiorenses por “Ultraje à Moral Pública” e não como Revolucionários Comunistas”, bem-haja a esses homens que ao cumprirem a sentença, foram pessoas de vistas largas.
Siripipi-alentejano