AS ARTES E OFÍCIOS POR
ANDAM
Em
meados do século passado, quando ainda se vivia sobre o jugo de uma Ditadura
revanchista, o Povo Português estava subjugado pelos donos e Senhores deste
País.
O
dinheiro e o ouro armazenado por Salazar que enriquecia o País, mas que
mantinha o Povo na miséria e no obscurantismo, era fruto da sua exploração e da
riqueza produzida nas Colónias, essa riqueza acumulada nunca contribui para
melhorar a vida dos Portugueses.
A
educação e a cultura só servia para alguns, não havia interesse em que o Povo
tivesse os olhos abertos, não lhes interessava que houvesse evolução para que
não fossem desalojados dos seus Palácios e das suas mordomias.
O
acesso ao Ensino Superior, por parte da população era bastante difícil por
dificuldades económicas e nem todos tinham condições para mandarem os Filhos
estudar nas poucas Faculdades que existiam. Só os abastados ou os filhos de
médios proprietários ou empresários tinham acesso a esse ensino, os outros que
eram a grande maioria, ficavam analfabetos ou limitava-se a frequentar o Ensino
Básico e a aprender uma Arte ou Ofício. Os que nem isso conseguia, esperava-os
os trabalhos agrícolas, servindo os senhores das Terras.
Nessa
época, nem todas as Famílias podiam prescindir do salário que um Filho poderia
auferir para o sustento da casa e se dedicassem, durante muitos anos e sem que
ganhassem algo, a aprender uma profissão.
Nas
décadas que antecederam o 25 de Abril, a Europa começava a evoluir lentamente,
a tecnologia e as novas invenções começavam a dar os primeiros passos, a
emigração que nos anos sessenta eclodiu, tornou-se numa nova esperança de vida
e de oportunidade para o Povo, os Jovens que estavam fartos de uma Guerra Colonial
que lhe era imposta e que os manietava, procuraram igualmente na emigração uma
nova esperança de vida.
A
agricultura era a actividade que maior número e mão-de-obra absorvia e as artes
e ofícios que lhe servia de apoio, abarcava mais um número considerável de
pessoas e os restantes dedicavam-se aos serviços.
Nesse
tempos, Campo Maior tinham uma actividade enorme em diversas profissões –
Carpinteiros, Serralheiros, Ferreiros, Sapateiros, Mecânicos, Latoeiros,
Ferradores, Pedreiros, Alfaiates, Moleiros e nos períodos sazonais os
Lagareiros, Caiadores e outros.
Estas
actividades abarcavam grande parte da Juventude que queria aprender uma
profissão e viam-se nas oficinas inúmeros aprendizes que davam continuidade a
essas profissões.
Hoje,
com a evolução tecnológica, muitas dessas profissões desapareceram, as oficinas
fecharam, os mestres reformaram-se e os aprendizes deixaram de existir.
As
grandes máquinas, as novas tecnologias, contribuíram para a diminuição de mão
de obras, mas em contra partida, esta tornou-se mais especializada, obrigando o
Homem a uma actualização permanente para acompanhar toda a evolução que surge
em cada dia que passa.
Mudam-se
os tempos, mudam-se as vontades, a verdade desta grande mudança é a
inteligência humana, sem ela nada poderia ter evoluído, a agricultura de hoje é
diferente, tal como as tecnologias de então deram lugar, com o evoluir da
ciência, com o aparecimento da informática, da robótica e de outras
modernidades, o Mundo é diferente e o Homem limitar-se-á a ser um mero
observador, porque as máquinas passarão a fazer tudo.
Siripipi-Alentejano
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