MUNICÍPIO
ABATE AMOREIRAS
Em
Abril de 1996 escrevi um artigo que intitulei de “O incrível aconteceu – Cortadas abusivamente duas Árvores na Avenida da
Liberdade em Campo Maior” e acrescentava que a Sociedade onde estamos
inseridos, deve preservar e proteger o meio ambiente, arranjando soluções para
ajudar ou evitar a poluição, da mesma maneira, é também um objectivo assaz
importante, preservar a floresta, criar zonas verdes como forma de repor o
espectro florestal e de enriquecimento da nossa qualidade de vida. Essas Árvores
foram cortadas em frente à Caixa de Crédito Agrícola, o meu artigo teve eco e a Câmara Municipal participou a ocorrência ao
Ministério Público, por se tratar de um crime de abuso de confiança e de atentado
contra o património paisagístico Municipal.
Os
responsáveis por esse acto foram punidos judicialmente e foram obrigados a
repor árvores adultas com o mesmo porte.
As
novelas de abate de árvores continuaram em 2007/ 2008, mais alguns tristes
episódios tiveram lugar, desta vez é o Município presidido por João Burrica que
determina o abate de Árvores para remodelação do Jardim Municipal e Estrada da
Fonte Nova, estas repostas por determinação da JAE, sua legítima proprietária.
Os
abates de árvores tiveram de novo o seu início, agora foram as Amoreiras do Largo dos Carvajais,
árvores com mais de 100 anos onde os jovens de gerações anteriores e
posteriores à minha, brincaram e saborearam seus frutos.
Os
nossos olhos têm uma força avassaladora nos destinos da consciência e como
dizia um grande Filósofo: “ O nada é uma
faca sem cabo à qual lhe extraímos a lâmina”, o que é que fica “NADA”. Perguntar-me-ão a
razão desta divagação, a verdade é que sou Campomaiorense e sofro imenso quando
algo da minha Terra é destruído, é o mesmo do que assistir ao apunhalamento de
algo que me é querido e eu sem poder para prestar a minha ajuda.
Alguém
escreveu que as Árvores Morrem de Pé,
quando uma árvore é abatida é um ser que morre, é uma vida que se perde, é um
património de todos que desaparece e que muita falta nos fazia.
Mais
uma vez a História se repete, agora foi a vez deste Executivo
querer mostrar serviço e por isso, lá no alto de todo o seu Poder,
sentenciou as pobres Amoreiras do Largo dos Carvajais, como quem diz: Vós já não servis para nada! O vosso
reinado acabou! Os tempos são outros, vamos modernizar! Se porventura
pensaram assim, pensaram mal e esqueceram que as Árvores Morrem de Pé, grande parte dos Campomaiorenses que se aperceberam deste triste episódio,
manifestaram o seu desagrado condenando a atitude desta triste decisão.
Não
sei a razão que levou a Câmara a deliberar o abate das árvores, quero todavia dar-lhes o benefício da dúvida, porque toda a decisão
tomada só tem eficácia externa se for do conhecimento público, através de
Edital ou das Actas das reuniões, a
última Acta publicada é de 14 de Maio do ano em curso e nas publicadas não existe qualquer
deliberação, a não ser que tenha sido tomada nas Reuniões que ainda não foram
publicadas no Site do Município.
As
Autarquias Locais são Órgãos de Administração Pública e têm como atribuições o
que diz respeito aos interesses próprios, comuns e específicos das suas
populações, designadamente entre outras: a
defesa e protecção do meio ambiente e da
qualidade de vida do respectivo agregado populacional.
As
novas tecnologias que estão à nossa disposição, podem e devem servir como meio
de divulgação e auscultação das Populações, para os objectivos que os
Organismos, com poder de decisão, queiram implementar, a esta auscultação
devemos chamar de ACTO PARTICIPATIVO
ou de AUSCULTAÇÃO PRÉVIA. Qualquer decisão
colegial tomada na sequência destas práticas é um Acto que devemos apodá-lo de
extremamente coerente e correcto.
Siripipi-Alentejano
Campo
Maior, 4 de Setembro de 2014
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