AS NOSSAS TRADIÇÕES
FEIRA DE SANTA MARIA
DE AGOSTO E FESTAS DOS ARTISTAS
A
história de um Povo mede-se em face das suas Tradições, dos seus Usos e
Costumes e da sua história, esta é-nos transmitida através de fontes orais,
documentais e monumentais.
A
propósito de Tradições, em 2008 escrevi um artigo com este título e chamei a atenção
dos mais velhos, dizendo-lhes que nos tempos da Velha Senhora, os Governantes
de então, para manterem o Povo sereno e distraído, davam-lhes Festas e
transmissões de Futebol (a que chamavam ópio do Povo) e assim mantinham-nos
afastados dos problemas do dia-a-dia (a guerra no Ultramar, a fome, a
discriminação e uma vida de opressão) foi neste contexto que o Povo optou pela
Emigração, no intuito de terem uma vida melhor e de fugirem à ditadura.
A
Revolução dos Cravos trouxe a Liberdade e impôs a Democracia, contudo a nossa
História, os nossos Usos e Costumes, as nossas Tradições prosseguiram com muito
mais clarividência e libertas dos espartilhos que a Ditadura impunha.
Existem
Tradições que advêm desses tempos imemoriais, mas da nossa História mais
recente, quando não eram Religiosas (Enxara, São Joãozinho e Feira de Stª.
Maria de Agosto), surgia de tempos a tempos e só quando o Povo queria, a
extraordinária Festas do Povo, das Flores ou dos Artistas.
Reza
a nossa História (Fonte Oral) que a Festa dos Artistas surgiu por vontade
desses Profissionais para fazerem frente a uma outra Festa que se realizava por
vontade dos Trabalhadores do Campo e dos Hortelões, a ser verdade este
argumento, resta-nos o dever de agradecer essa vontade, abraça-la com amor e
dar-lhe continuidade de geração em geração.
As
Festas do Povo são o nosso Ex-Libris e são a forma mais nobre de dar a conhecer
ao Mundo a Arte de um Povo que durante o Dia trabalha arduamente e há Noite, ao
serão, consegue transformar o Papel em manifestações de arte e magia, que deslumbra
quem nos visita. Os que nos visitam (dificilmente quantificável) não podem ser
defraudados, pois é do esforço, do poder, desse poder inigualável de criatividade
e imaginação, das mãos hábeis e maravilhosas do nosso Povo, é que nasce o
encanto e o prestígio que as Festas hoje desfrutam e como tal temos que fazer
juz a quem nos procura.
As
Festas do Povo é uma das nossas maiores Tradições, no século passado realizaram-se
22 Edições em (1923-1927-1936-1937-1938-1939-1941-1944-1952-1953-1957-1961-1964-1972-1983-1985-1989-1995-1998-2000-2004
e 2011) estas são as que se conhecem por factos orais e documentais.
Como
Campomaiorense sou um defensor acérrimo da realização das Festas do Povo e
ficaria mal com a minha consciência, se não defendesse a nossa Cultura e as
nossas Tradições. A minha voz não se calará, continuarei a apelar à sua
continuidade e isso só é possível se a Juventude de hoje quiser continuar a
preservar os nossos usos e costumes, o nosso Património Cultural, não podemos
deixar vulgarizar as Festas do Povo, temos que lutar para que seja a vontade do
Povo, a nossa voz interior, a nossa Alma Campomaiorense, o nosso Amor a exigir
que se realizem FESTAS DO POVO.
A
nossa Autarquia nos últimos anos, tem aproveitado a realização da Feira de
Santa Maria de Agosto, para ornamentar o Jardim Municipal, fê-lo em boa hora e
a sua intenção é, no meu entender, é a de dar continuidade e inovar, promovendo
as suas principais tradições, destacando-se a arte de trabalhar o papel,
promovendo o 3º. Jardim Florido.
Este
evento, segundo a nossa Autarquia, é uma nova demonstração de arte e carinho, um
Jardim de Papel como forma de homenagear as nossas Festase as suas Gentes.
Em
2011, na sua 1ª. Edição, o Presidente da Autarquia, Engº Ricardo Pinheiro,
referia no editorial do Programa, passo a citar: “Também no Jardim Municipal poderemos (re) viver as Festas do Povo de
Campo Maior, com dois apontamentos de Arte que tão bem caracteriza os
Campomaiorenses”.
Pois
bem, elas aí estão, vamos desfrutá-las pensando que em 2015, os Campomaiorenses
possam dar ao Mundo um novo cartaz de Magia e Beleza.
Termino
dizendo-vos que a riqueza de um Povo assenta em dois factores importantes, o primeiro deriva da congregação existente
entre a sua História, Cultura, Educação, Património Monumental, Tradições, Usos
e Costumes, etc. e o segundo das
suas Gentes, da sua Juventude. Acresce que as Festas são um fenómeno de cariz
essencialmente popular e como já anteriormente disse, só têm lugar se o Povo as
desejar, a sua vontade determina a realização.
Siripipi-Alentejano
Campo
Maior, 9 de Agosto de 2014
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