sexta-feira, 22 de agosto de 2014

BOYS, ENGRAXADORES, LAMBITAS E LAMBE-BOTAS

Num País em crise, onde impera a Lei do mais forte e em que a vida das Pessoas não conta e se tornou numa Selva, as Pessoas para sobreviverem, tornam-se por vezes joguetes dos poderosos e há até os que para viverem se sujeitam a enveredar por princípios imorais.
A Sociedade onde estamos inseridos presta-se, a que para se atingirem determinados objectivos, muitos não olhem a meios para os alcançar, mesmo que para tal seja necessário usar esquemas de subserviência, de sabujice e de cariz pidesco, o que lhes importa é que eles estejam bem e que o seu semelhante se lixe.
Na política, no emprego, na vida em sociedade, são as áreas mais vulneráveis e propensas a este tipo de actuação, é aqui que os espertos aparecem para se auto-promoverem, usando os mais variados esquemas, infiltram-se nas esferas de acção das Chefias, dos Patrões, dos Políticos e como um Polvo estendem os Tentáculos e manipulam-nos, nunca para beneficiarem o próximo, mas sim para seu interesse pessoal.
Na vida Associativa há por vezes situações semelhantes, todavia, nesta área que se rege por regras contidas no Direito Civil e pelos Regulamentos dessas Instituições, o que mais transparece é a apetência pelo Poder ao ficarem vários mandatos à frente dos seus destinos, fazendo crer que são insubstituíveis e até se julgam que são os seus legítimos donos, o que não é verdade face a Lei vigente. Também há os que através de outros esquemas, pouco lícitos, conseguem continuar nas cadeiras do Poder.
Nestes casos, também importa referir, que por vezes a falta de gente interessada para o desempenho de um cargo de direcção, obriga à sua continuidade e essa continuidade cria vícios nocivos e por vezes perversos.
No mundo laboral é onde se nota mais a existência de engraxadores, lambitas e lambe-botas, aqui a vida é uma selva quase virgem, de caminhos difíceis onde impera a inveja, a sabujice e em que o Trabalhador tem que conviver com gente sem escrúpulos, ávida de poder e sempre pronta a chibar, desde que disso tire algum proveito.
É no mundo do trabalho que surgem as situações mais gritantes face ao grande número de desempregados, a necessidade de manter o posto de trabalho, quase que obriga o trabalhador para o manter a abraçar situações menos correctas que podem prejudicar quem com ele convive.
Na Política, a situação é muito mais complexa e susceptível de lutas internas, porque a apetência pelo Poder ou a nomeação para o desempenho de funções pública/partidárias, ultrapassa o bom senso de cada um e até pode transformar amigos em inimigos, como criar feridas profundas no seio dos seus Partidos.
Os Boys ou benjamins de alguns Senhores da Política, muito Jovens e sem experiência de vida, que proliferam nos Partidos, julgam-se no direito de preferência para o desempenho dum qualquer cargo, e para mal dos nossos pecados, muitas vezes são posto como responsáveis de cargos públicos sem experiência e sem preparação.
Em todos os sectores da vida existem esse tipo de Gente, o estado em que se encontra Portugal, é fruto da inépcia, da imaturidade e da falta de preparação dos Boys que se colaram aos Partidos e é igualmente fruto da acção dos Lambitas e dos Lambe-Botas de que a nossa Sociedade está recheada, os afilhados e os padrinhos continuarão a fazer das suas e o Zé Povinho dificilmente conseguirá sair e sobreviver deste marasmo em que o nosso País se tornou.
Siripipi-Alentejano
Campo Maior, 22 de Agosto de 2014



quarta-feira, 13 de agosto de 2014

EMIGRANTES DE Férias

O Verão está no auge e os nossos Emigrantes regressam para passarem um período de merecidas Férias junto de todos os seus Familiares e ao mesmo tempo, saborearem com avidez os prazeres que as suas Terras lhes proporcionam.
Após um ano de árduo trabalho, muitas vezes em condições adversas, esperam pela hora de partirem, para poderem matar a saudade que lhes ruía a alma, é a Família, os Amigos, as Romarias, o Descanso, a Gastronomia, os Petisquinhos e o nosso Sol, que ao longo desse ano de trabalho lhes falta e que se torna numa miragem, que se vai tornar realidade todos os Verões ou no Natal.
Ao falar de Emigrantes, é obrigatório voltar ao século passado, anos sessenta/setenta, para remexer o Baú das recordações e retirar as razões políticas e sociais que desencadearam esse tão grande movimento de Pessoas, os Jovens de hoje desconhecem essa situação, Portugal era um País cinzento, sem alegria, onde imperava a Fome e Desemprego, governado por um Ditador Fascista que oprimia o Povo e o manietava. A Terra estava nas mãos dos Latifundiários que exploravam o trabalhador porque, por não existir Industria ou outras formas de trabalho, sujeitavam-se por batuta e meia a servirem os Senhores.
Nessa época existiam algumas artes e ofícios, que dispunham de pouca mão-de-obra, mas que ainda iam ensinando algum ofício aos que não tinham ou não queriam o trabalho do campo.
A Educação e a Cultura eram deficientes, nem todos podiam ir à Escola porque a necessidade das Famílias em angariarem o seu sustento, não se podiam dar ao luxo de mandar os seus Filhos aprender a Ler, porque eles tinha que trabalhar para ajudar a casa, enquanto a Escola não era obrigatória. O analfabetismo era um dos males da Sociedade desses tempos, aos Governantes interessava-lhes o Povo inculto e analfabeto para os poderem manobrar a seu belo prazer.
A eclosão das lutas dos Povos das antigas Colónias pela sua Libertação, levou a que o Ditador Salazar determinasse o envio imediato de Forças Militares para as defenderem, uma vez que a exploração desses Povos era a maior fonte de riqueza do País. Se foi uma Fonte de Riqueza, também se tornou um Cemitério de Vidas, nessa nefasta Guerra pareceram milhares de Jovens que foram obrigados a pegarem Armas contra a sua vontade.
Diz o Povo, que depois da tempestade vem a bonança, a verdade é que essa injusta Guerra levou a que muitos Portugueses fugissem do País, para não irem à Guerra e procurassem o seu sustento emigrando. A emigração, que não era autorizada, tornou-se como clandestina, a melhor forma de deixar o País.
A par dos Jovens, os mais velhos perderam o medo e começaram igualmente, pela calada da noite, com o auxílio de passadores, rumarem a outros Países na miragem de uma vida melhor. Em principio eram os Homens, mais tarde e quando já existia alguma estabilidade, iam as esposas e só depois os Filhos.
A história da Emigração, os sacrifícios e as dificuldades que os primeiros Emigrantes passaram, são histórias de Vida merecedoras de serem conhecidas pela sua vivência, pelo seu sacrifício, pelas dificuldades encontradas (Língua, clima, integração) e habituação à forma de vida desses Países.
A emigração contribuiu para que o Portugal de hoje se modernizasse, com as suas poupanças e com os conhecimentos que adquiriram nos seus postos de trabalho, contribuíram para o nosso desenvolvimento, mas também foram eles que ajudaram a construir e a desenvolver os Países que os acolheram, tornando-os mais ricos.
É verdade que nem sempre a Emigração foi uma Gaiola Dourada, para se chegar a ter-se uma posição cómoda, houve muitos Emigrantes que passaram, no início por situações extremamente difíceis, mas na verdade onde há um Português, a solidariedade não é uma palavra vã e a ajuda surge imediatamente quer para os abrigar nos primeiros dias, quer para os ajudarem na procura de trabalho.
A Emigração de hoje é diferente, grande parte dos novos Emigrantes são Jovens Licenciados que procuram disponibilizar os conhecimentos adquiridos nas nossas Universidades, cursos pagos pelos dinheiros dos Pais e do País, para ajudarem com seus conhecimentos o desenvolvimento de outros Países.
Um País que não faz nada pelos seus Jovens e que os manda emigrar, não merece os Filhos que tem.
Os Emigrantes que estão chegando, para gozarem as suas Férias merecem, pelo esforço, nostalgia e as saudades que sempre os acompanha, serem recebidos e terem bons dias de descanso e de retemperarem as forças para mais uma nova etapa de Trabalho.
Siripipi-Alentejano
Campo Maior, 13 de Agosto de 2014





sábado, 9 de agosto de 2014

AS NOSSAS TRADIÇÕES
FEIRA DE SANTA MARIA DE AGOSTO E FESTAS DOS ARTISTAS

A história de um Povo mede-se em face das suas Tradições, dos seus Usos e Costumes e da sua história, esta é-nos transmitida através de fontes orais, documentais e monumentais.
A propósito de Tradições, em 2008 escrevi um artigo com este título e chamei a atenção dos mais velhos, dizendo-lhes que nos tempos da Velha Senhora, os Governantes de então, para manterem o Povo sereno e distraído, davam-lhes Festas e transmissões de Futebol (a que chamavam ópio do Povo) e assim mantinham-nos afastados dos problemas do dia-a-dia (a guerra no Ultramar, a fome, a discriminação e uma vida de opressão) foi neste contexto que o Povo optou pela Emigração, no intuito de terem uma vida melhor e de fugirem à ditadura.
A Revolução dos Cravos trouxe a Liberdade e impôs a Democracia, contudo a nossa História, os nossos Usos e Costumes, as nossas Tradições prosseguiram com muito mais clarividência e libertas dos espartilhos que a Ditadura impunha.
Existem Tradições que advêm desses tempos imemoriais, mas da nossa História mais recente, quando não eram Religiosas (Enxara, São Joãozinho e Feira de Stª. Maria de Agosto), surgia de tempos a tempos e só quando o Povo queria, a extraordinária Festas do Povo, das Flores ou dos Artistas.
Reza a nossa História (Fonte Oral) que a Festa dos Artistas surgiu por vontade desses Profissionais para fazerem frente a uma outra Festa que se realizava por vontade dos Trabalhadores do Campo e dos Hortelões, a ser verdade este argumento, resta-nos o dever de agradecer essa vontade, abraça-la com amor e dar-lhe continuidade de geração em geração.
As Festas do Povo são o nosso Ex-Libris e são a forma mais nobre de dar a conhecer ao Mundo a Arte de um Povo que durante o Dia trabalha arduamente e há Noite, ao serão, consegue transformar o Papel em manifestações de arte e magia, que deslumbra quem nos visita. Os que nos visitam (dificilmente quantificável) não podem ser defraudados, pois é do esforço, do poder, desse poder inigualável de criatividade e imaginação, das mãos hábeis e maravilhosas do nosso Povo, é que nasce o encanto e o prestígio que as Festas hoje desfrutam e como tal temos que fazer juz a quem nos procura.
As Festas do Povo é uma das nossas maiores Tradições, no século passado realizaram-se 22 Edições em (1923-1927-1936-1937-1938-1939-1941-1944-1952-1953-1957-1961-1964-1972-1983-1985-1989-1995-1998-2000-2004 e 2011) estas são as que se conhecem por factos orais e documentais.
Como Campomaiorense sou um defensor acérrimo da realização das Festas do Povo e ficaria mal com a minha consciência, se não defendesse a nossa Cultura e as nossas Tradições. A minha voz não se calará, continuarei a apelar à sua continuidade e isso só é possível se a Juventude de hoje quiser continuar a preservar os nossos usos e costumes, o nosso Património Cultural, não podemos deixar vulgarizar as Festas do Povo, temos que lutar para que seja a vontade do Povo, a nossa voz interior, a nossa Alma Campomaiorense, o nosso Amor a exigir que se realizem FESTAS DO POVO.
A nossa Autarquia nos últimos anos, tem aproveitado a realização da Feira de Santa Maria de Agosto, para ornamentar o Jardim Municipal, fê-lo em boa hora e a sua intenção é, no meu entender, é a de dar continuidade e inovar, promovendo as suas principais tradições, destacando-se a arte de trabalhar o papel, promovendo o 3º. Jardim Florido.
Este evento, segundo a nossa Autarquia, é uma nova demonstração de arte e carinho, um Jardim de Papel como forma de homenagear as nossas Festase as suas Gentes.
Em 2011, na sua 1ª. Edição, o Presidente da Autarquia, Engº Ricardo Pinheiro, referia no editorial do Programa, passo a citar: “Também no Jardim Municipal poderemos (re) viver as Festas do Povo de Campo Maior, com dois apontamentos de Arte que tão bem caracteriza os Campomaiorenses”.
Pois bem, elas aí estão, vamos desfrutá-las pensando que em 2015, os Campomaiorenses possam dar ao Mundo um novo cartaz de Magia e Beleza.
Termino dizendo-vos que a riqueza de um Povo assenta em dois factores importantes, o primeiro deriva da congregação existente entre a sua História, Cultura, Educação, Património Monumental, Tradições, Usos e Costumes, etc. e o segundo das suas Gentes, da sua Juventude. Acresce que as Festas são um fenómeno de cariz essencialmente popular e como já anteriormente disse, só têm lugar se o Povo as desejar, a sua vontade determina a realização.
Siripipi-Alentejano
Campo Maior, 9 de Agosto de 2014                                                                             
  


sexta-feira, 1 de agosto de 2014


ACTO DE CONTRIÇÃO
Haverá porventura alguém na vida, que não se tenha arrependido de algo errado que cometeu, e em consciência analise esses erros, e arrepender-se ao fazer um acto de contrição?
Julgo que o mais comum dos mortais já passou por essas situações, relevar os nossos erros mediante um exercício de pensamento, é uma forma salutar e digna de dar a volta ao que está supostamente errado.
Na vida de cada um e na Política, confrontamo-nos com estas situações e depois de em consciência, numa análise fria e isenta, reconhecer que estamos errados, é a prova de que estamos lúcidos e que conferimos o benefício da dúvida aos que estavam mais certos do que nós. O ser humano, com os pés bem assentes na Terra, deve proceder assim.
Resolvi nesta introdução ao tema em epígrafe, divagar um pouco como se de um aperitivo se tratasse para um bom repasto, a verdade é que o período que o Mundo e os Portugueses estão atravessando, tornaram-se num manancial de informação, por vezes bastante explosiva, que nos surge minuto a minuto e que transforma o Mundo num Barril de Pólvora à beira de explodir.
A Paz, a Harmonia, a Solidariedade, deixaram de ser metas a atingir, para se tornarem num labirinto difícil de ultrapassar, os Povos subjugados e dominados por usuários e pelos Senhores da Guerra impõem as suas vontades para poderem dominar o Mundo como eles querem.
Olhe-se para o Médio Oriente, para o Leste da Europa, para os Países Africanos possuidores de Ouro Preto e o que é que vemos? Guerras, Fome, Sofrimento, Miséria e os Senhores, esses mantêm o seu domínio espezinhando os seus Povos com um único objectivo, o seu bem-estar e a garantia de continuarem a dominar. Esses arautos do Poder gozam de imunidades porque os seus negócios vivem da exploração, da Guerra e da miséria dos Povo envolvidos.
Na Política passa-se a mesmíssima coisa, cada um puxa a brasa à sua Sardinha, ou seja propagandeia a seu belo prazer objectivos irreais e incapazes de serem atingidos, prometer é fácil, cumprir é extremamente mais difícil. O Povo com a sua simplicidade e com a sua pouca Cultura vai atrás desses vendedores de Banha da Cobra, iludindo-nos com fantasiosas ilusões.
Já alguma vez vimos um dos Políticos da nossa Praça, cumprir o que prometeu em Campanha Eleitoral? Se houver alguém a dizer que sim, tenho a certeza que de imediato a esmagadora maioria dos Portugueses diria que era mentira. Todos sabemos o que foi prometido pelo actual Governo em Campanha – não cortar vencimentos, não aumentar impostos, não despedir ninguém, acabar com o desemprego, etc, - Cumpriram? Não! São mentirosos compulsivos e nós Povo, somos os verdadeiros culpados por lhes consentirmos essas mentiras.
Esses Governantes já alguma vez reflectiram relativamente à forma como o Povo está vivendo e as dificuldades que passa, face à sua acção Governativa? Alguma vez esses iluminados da Política que estão no Poder e os que estão na Oposição já fizeram o seu ACTO DE CONTRIÇÃO?
A verdade é que eles sabem que o Acto de Contrição é um exercício de memória da sua acção como responsáveis e é uma forma de se penitenciarem pelos erros cometidos, e de afirmação de não cometimento dos mesmos no futuro.
Neste momento, há no nosso País muitas áreas onde os seus intervenientes devem fazer o seu Acto de Contrição antes de tomarem as suas decisões para bem de todo o Povo Português, recorda-se os casos BES, as Eleições Inter-Partidárias no PS, as Matérias Salariais da Função Pública, Pensões e Reformas, os assuntos em análise no TC, etc a nível Nacional e há igualmente a necessidade do Governo ponderar as suas posições em matérias internacionais de que esteja em jogo a vida dos Portugueses.
Por tudo isto, qualquer decisão que um decisor deva tomar em prol da Comunidade nunca deve ser tomada sem o competente Acto de Contrição.
Siripipi-Alentejano
Campo Maior, 1 de Agosto de 2014






sábado, 19 de julho de 2014

INSEGURANÇA – ASSALTOS A HABITAÇÕES EM PLENO DIA
         A onda de assaltos a habitações continua e ontem foi a vez de ter sido eu o visado, em pleno dia, entre as 09H30 e a 13H00. Um dos amigos do alheio, dos muitos que existem em Campo Maior e que são sobejamente conhecidos, quer por nós cidadãos pacatos, quer pelas nossas Autoridades, a quem compete zelar pela nossa segurança pessoal e dos nossos bens.
         Entraram pelo quintal, vasculharam toda a habitação, abriram e despejaram gavetas e só levaram o ouro que existia, de valor elevado, não ligando a pratas, estanhos e outros bens. As Autoridades Locais recorreram aos serviços especiais que durante mais de 10 horas passaram tudo a pente fino e recolheram impressões digitais, que irão ser analisadas e comparadas pelos Serviços de Identificação, para posterior apresentação a Juízo, do verdadeiro responsável. Oxalá que seja ou sejam descobertos e até lá vai-se aguardando.
         A verdade é que eu tenho denunciado sistematicamente, desde há vários anos, neste Blogue, os problemas da Insegurança e dos Actos de Vandalismo que os Campomaiorenses têm sido sujeitos. Num artigo que escrevi em 24 de Julho de 2010 (faz 4 anos na próxima quinta-feira) que intitulei de “Em Campo Maior – Os Ciganos são Reis” referia:”A insegurança continua a ser um tema, o dia-a-dia dos Campomaiorenses e não se vê quando é que irão ser tomadas as medidas necessárias para erradicar, de uma vez por todas, da nossa comunidade, os principais culpados. Os verdadeiros obreiros dessa insegurança, apoderaram-se em 1995 do Mártir Santo, uma zona da Vila que deveria estar preservada por ser uma fonte monumental da nossa História, degradaram-na e fizeram dela um verdadeiro GUETO, onde esses delinquentes fazem o que bem querem sem que as Autoridades os punam. Os Ciganos em Campo Maior estão protegidos, tornaram-se verdadeiros Reis da Insegurança.”
         Tal como o artigo atrás referido, voltei ao assunto por diversas vezes (24/07/10; 21/02/11; 22/08/12; 27/11/12; 27/02/13; 7/10/13; 12/03/14 e 22/03/14), intervim ainda em sessões da Assembleia Municipal, apelei ao Presidentes de Câmara, uma vez que no tempo do anterior Autarca, existiram situações idênticas. Mas tudo continua na mesma e cada vez continuará a ser pior já que o produto dos assaltos são facilmente transportados para a vizinha Espanha e aí com alguma facilidade são transformados em dinheiro e o rasto desaparece, o que dificulta a acção das Autoridades.
         Ainda não há muito tempo que o nosso Presidente da Câmara, em comunicado distribuído pela População referia: os assaltos, as agressões, os actos de vandalismo, o ataque à propriedade pública e privadatêm sido o dia-a-dia os Campomaiorenses que se vêem obrigados a viver num constante estado de alerta e, sobretudo, a conviver com a inexplicável impunidade com tudo o que se vai passando” – fim de citação.
         Palavras são palavras e só estas não chegam, quando a liberdade e a segurança das Pessoas é posta em causa, é imperioso analisar a situação, equacionar os prós e contras e definir os objectivos para erradicar, de uma vez por todas, os autores dessa insegurança e do vandalismo.
         Campo Maior já foi uma Vila segura, hospitaleira, amiga do seu amigo, por vezes maus Madrasta do que Mãe, onde se vivia em paz e harmonia, não olhando para os que aqui se fixaram pela sua origem, religião, ideologia, raça, situação económica ou social. Todos eram bem-vindos quando vinham por bem e contribuíam para o bem-estar da nossa comunidade e para o progresso da nossa Terra.
         Conterrâneos, estamos a chegar ao ponto de saturação, a População está a ficar extremamente saturada perante a inépcia das Autoridades, a quem compete zelar pela nossa segurança, fiscalizar e actuar, não o fazendo a População de Campo Maior, que é pacífica e ordeira, poderá, poderá enveredar por fazer Justiça pelas suas próprias mãos, o que não seria desejável, mas que certamente acarretaria consequências graves.
         Em face da nossa Constituição, todos os Cidadãos gozam dos mesmos deveres e direitos, mas os Cidadãos de Etnia Cigana, tal como qualquer outros, não podem a seu belo prazer fazerem o que querem, desrespeitando os Princípios Fundamentais que a Constituição consagra, pondo em causa a segurança e a liberdade dos restantes Cidadãos.
         Para terminar importa levar à coação o que muitas vezes se passa quando a GNR prende os amigos do alheio de etnia Cigana e emigrantes de Leste, por furtos ou actos de vandalismo, alguns antes de serem presentes em Tribunal são devolvidos à Liberdade por acção de alguém que lhes paga as multas e outros merecem o mesmo tratamento por parte do Meritíssimo Juiz de Direito do Tribunal onde foram presentes, mas o mais grave é que saiam em liberdade ainda antes dos Guardas terem carimbado a guia de Marcha da sua Diligência.
         A segurança de Pessoas e Bens é um dever cometido ao Estado e um direito das Populações e a Câmara Municipal, como Organismo de Administração Pública, na sua área geográfica, deve assumir esses deveres e competências.
         A situação é grave, muito grave, é preciso que as Autoridades ajam de forma a poderem prevenir antes de que remediar depois!.
Siripipi-Alentejano

..



quarta-feira, 2 de julho de 2014

CAMPOMAIORENSE – QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ !...

 Hoje dia 1 de Julho, o nosso Campomaiorense completa 88 anos de vida, foi graças a um punhado de Campomaiorenses, Sportinguistas de coração, que neste dia de 1926, resolveram constituir este Clube, tornando-o uma das primeiras Filiais do Sporting Clube de Portugal e consequentemente um dos maiores ícones do nosso Alentejo.
Ao longo destes 88 anos de vida, o Campomaiorense viveu períodos de muitas alegrias e de algumas tristezas, tornando-se como um dos maiores esteios Desportivos do Alentejo. Foi igualmente um grande formador de Homens, contribuindo para o enriquecimento da cultura física dos nossos Jovens, unindo-os na prática desportiva como forma de os afastar das misérias sociais que a vida, por vezes, os confronta “ Alma sã em Corpo São”.
É um Clube com uma História riquíssima, filiado na Associação de Futebol de Portalegre, o Campomaiorense ganhou oito Troféus importantes: Campeão da 2ª. Divisão na época de 91/92, a Liga de Honra na temporada de 96/97, Campeão Distrital da 1ª. Divisão da A.F.Portalegre em quatro ocasiões (62/53, 69/70, 71/72, 2011/12, o Campeonato de Portalegre em 1946 e da A.F.Portalegre-Supertaça na temporada de 2011/12. Participou em muitos Campeonatos  Nacionais da Terceira Divisão e em variadas edições da Taça de Portugal de que foi Finalista em 1999, derrotado pelo Beira-Mar, curiosamente por ter descido de Divisão.
O Campomaiorense foi promovido pela primeira vez à 1ª. Divisão Nacional, em 1995, sob a orientação de Manuel Fernandes. O clube foi apenas o terceiro Clube do Alentejo a atingir o direito de participar na 1ª. Divisão Nacional, os outros dois foram o Lusitano de É em 1960 e o nosso eterno rival (no bom sentido)  “Elvas” na década de 80. Os maus resultados na época de 95/96 provocaram a saída de Manuel Fernandes e a consequente descida de Divisão.
Na época de 96/97, com a chegada de novos jogadores, fomos Campeões da 2ª Divisão e ascendeu de novo à 1ª Divisão treinado pelos Luvas Pretas João Alves depois de ter substituído Diamantino Miranda, cujo trabalhos não deu resultados agradáveis. Em 2001 baixamos à 2ª. Divisão e face às despesas do Clube o Presidente resolveu acabar com o profissionalismo, passando desde então a competir nos Campeonatos de Juvenis.  Em2006/07,o Campomaiorense  ressurgiu e começou a competir a nível regional. Na época de 2011/12, o Campomaiorense ganhou o Campeonato Distrital e o acesso à 3ª. Divisão Nacional, mas por decisão da sua Direcção, renunciou participar no Campeonato.
Foi a morte de um Clube que tudo deu em prol do Futebol da nossa Região, limitando-se unicamente à formação dos Jovens Campomaiorenses.
Aos Campomaiorenses resta-lhes as recordações de um passado desportivo que muito nos orgulhou, que trouxe milhares de adeptos de todos o Sul do País, especialmente Alentejanos, que trouxe desenvolvimento e movimentação nos serviços de restauração, enfim, que ajudou a levar o nome da nossa Terra em Portugal e até no Estrangeiro.
A nível de profissionais do Futebol, muitos foram os que também nos deixaram gratas recordações: Treinadores: Manuel Fernandes, Diamantino Miranda, João Alves, José Pereira, Carlos Manuel; Jogadores: Abel Silva, Beto, Bruno Mendes, Bruno Patacas, Carlos Fernandes, Carlos Martins, Filipe Azevedo, Filipe Fernandes, Jimmy, Jorge Ferreira, Jorge Ribeiro, Marco Almeida, Marco Silva, Nuno Afonso, Paulo Torres, Rogério Matias, Carlos, Détinh, Isaias e muitos outros.
Hoje olhamos para o Estádio Capitão César Correia, que nos grandes jogos esgotava a sua lotação (7.500), para em jogos das camadas jovens (hoje) a sua assistência limita-se a algumas dezenas, o que me leva a dizer: “CAMPOMAIORENSES – QUEM DE TE VIU E QUEM TE VÊ !...
Melhores dias poderão vir, os Jovens de hoje merecem que um dia voltem a ver o velhinho Sporting Clube Campomaiorense nas ribaltas do Futebol, todavia, é preciso agradecer a quem tornou possível essas épocas áureas (Presidente João Manuel Nabeiro e seu Pai, Comendador Rui Nabeiro) esperando que um novo raio de esperança permita, com alguma moderação financeira, voltar de novo a erguer bem alto o nome de Campo Maior e do Sul de Portugal no Desporto Rei, a Sul do Tejo, com a excepção do Vitória de Setúbal, o Futebol é uma simples Miragem.
Parabéns Campomaiorense pelos 88 anos de vida ao serviço do Desporto Local, Regional.
Campo Maior, 1 de Julho de 2014
Siripipi-Alentejano


quarta-feira, 18 de junho de 2014

BARRAGEM DO ABRILONGO

Há dias li na Imprensa Nacional que o Governo pode usar fundos estruturais para concluir Alqueva em 2 015, é uma notícia que apraz a todos os Alentejanos, mas que peca por tardia. É bom não esquecer que o projecto do Alqueva iniciou-se há mais de 40 anos, passou por várias fases com alguns senãos pelo meio, mas acabou por ser finalizado por Guterres, no que diz respeito à Barragem. O Alqueva foi sem qualquer dúvida uma das maiores Obras Públicas realizadas no Alentejo no final do século passado, contudo ainda ficou por realizar muitos km do sistema de regadio. Este enorme Lago artificial, o maior da Europa, foi concebido para o desenvolvimento desta Região, também conhecida, na altura como o Celeiro do País. Oxalá que o actual Governo não descure esta oportunidade e conclua-a em 2015.
Foi com base nesta notícia que vou agora falar-vos de outro caso muito parecido, a Barragem do Abrilongo, inaugurada em 2000, já á vão 14 anos e continua sem ser convenientemente aproveitada por não terem sido construídas os canais de distribuição, apesar de existir uma Associação de Regantes do Xévora. Foi mais um investimento feito sem que haja retorno e que no estado em que se encontra só acarreta prejuízos para o Estado e consequentemente para os Agricultores que poderiam fazer regadio. A Barragem do Abrilongo foi construída na Ribeira do mesmo nome, afluente do Rio Xévora, ambos nascidos nas encostas da Serra de São Mamede, pertencendo à Bacia Hidrográfica do Guadiana, onde desaguam. Importa agora dar a conhecer aos Campomaiorenses e a todos em geral alguns dados interessantes desta obra.
O projecto foi iniciado em 1993 pela COBA e a obra realizada pela EDIFER, a sua Bacia tem uma área de 124 Km2 e uma capacidade total de 19 900 000 de m3, sendo a sua capacidade útil de 18 900 000 m3. A área de rega inicial é de 1.764 Ha, podendo ir até à aos 2.053. Ha e o pleno armazenamento pode ir até à cota 252, sendo a cota de coroamento 254,7 m. O Paredão  tem uma altura  de 27 m e é do Tipo: Aterro/Terra Zonada.
A Barragem situa-se na Freguesia de Degolados, Concelho de Campo Maior e vai-se até ela, a partir de uma estrada de alcatrão que nasce à esquerda da EN 371que leva à fronteira, estando sinalizada por placa identificadora.
A Ribeira do Abrilongo faz fronteira com a Extremadura Espanhola a partir da Aldeia de Parra até à própria Barragem. Há um pormenor bastante interessante que importa referir, é que parte dela está dividida em duas partes pela Raia, mas não pelo meio, como seria de esperar, mas sim apenas em parte. Quem vem de Degolados encontra-se com a Estrada a passar acima da Barragem até que, subitamente, deixa de estar alcatroada, é então substituída por um caminho de terra batida onde confluem outros caminhos que são fronteiriços.
A Fronteira decorre pelos arames farpados que delimitam os montados Espanhóis vizinhos da nossa Terras, importa referir que o caminho é inteiramente Português, mas os campos são Espanhóis, aí estão colocados os marcos fronteiriços 716-A e o 716-B a marcar a Raia.
Posto isto, o que importa dar a conhecer é a razão porque a Barragem se encontra neste Estado e porque não foi ainda terminada. A verdade é que Comissão Europeia cancelou as verbas para o acabamento da Barragem por ameaçar o habitat de aves estepárias (Grou, Cisão e Abetarda) da ZPE-Zona de Protecção Especial de Campo Maior, este ZPE foi criada exclusivamente para a sua protecção e salvaguarda do seu habitat, por estarem ligadas às culturas de sequeiro. Foi criada a Associação dos Regantes  e  Beneficiário do Xévora, cuja actividade, em termos da utilização da água da Barragem, é desconhecida.
Foi mais um investimento, cujo valor desconheço, mas que apesar de tudo se tornou um local aprazível para a prática desportiva (Pesca, Vela e outras) e a sua situação convida todos os que querem estar em contacto com a Natureza, ou passar um dia sossegado no meio de uma calmaria absoluta.
Siripipi-Alentejano



segunda-feira, 12 de maio de 2014

ELEIÇÕES EUROPEIAS – VOTAR É UM DEVER CÍVICO
No próximo dia 25 de Maio, os Cidadãos Comunitários vão ser chamados a votar para elegerem os Deputados que vão integrar o Parlamento Europeu. É um acto Eleitoral da maior importância para todos os Países que compõem a UE, em especial para nós porque estamos vivendo uma austeridade pesadíssima, face à dívida contraída junto da Troika e da restante dívida que tem o Estado.
Essa dívida (78 mil milhões de euros) só daqui a três décadas, 2042, é que nos veremos livre dela. Uma geração inteira terá de carregar o pesado fardo da dívida do Estado. É caso para perguntar: Aguentará?
Segundo um artigo publicado na Visão, a dívida do Estado de 162,5 mil milhões de euros em 2010, passou para 213,6 mil milhões em 2012. Actualmente o Estado desembolsa 7 mil milhões de euros só em juros da dívida. Quase tanto como gasta na Saúde. Desde que a crise começou em 2007, Portugal já pagou 41 mil milhões de euros em Juros – um valor idêntico ao que a Alemanha poupou, com a redução dos juros da sua própria dívida, olhada como um refúgio “seguro” à medida que as Taxas dos Países sob pressão – Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, Itália – disparavam. Desse montante, mais de 4 mil milhões voaram directamente para os Bolsos da Troika.
A Visão questiona os seus Leitores: Mas, afinal, porque cresceu a dívida, nestes três anos? Seremos capazes de pagá-la’ Ou, devemos renegociá-la? Cada um deverá construir a sua própria resposta. É um exercício difícil, mas na verdade ninguém nos dá explicações.
São estes e outros problemas que pesam nas costas dos Portugueses, que esperamos que possam ser resolvidos pelo Governo, com a contribuição dos Deputados Europeus, nas áreas que lhes estão cometidas face ao conteúdo do Tratado da União Europeia.
É uma das matérias mais importantes da próxima legislatura da União Europeia, ou seja a resolução da forma de pagamento das dívidas dos Países membros, reformulando o actual Tratado, minimizando os custos de forma a proporcionarem aos seus cidadãos um desenvolvimento sustentável, assente num crescimento económico equilibrado, promovendo se possível, o pleno emprego e o progresso social.
A União tem por objectivo promover a paz, os seus valores e o bem-estar dos seus povos, por isso é de todo o interesse que os Cidadãos utilizem, como arma de luta reivindicativa o voto, para que os Eleitos possam pugnar pelo bem-estar de todos os Cidadãos da Comunidade.
Votar é um dever cívico, consignado na Constituição, fruto de uma Democracia nascida em 25 de Abril de 1974, que nos tornou num Povo livre das amarras da ditadura por que passamos.
A Campanha Eleitoral começou hoje, os Partidos e Coligações vão estar por aí, vão apresentar os seus Programas e nós devemos ouvi-los, ler e meditar nas suas propostas e no dia 25 resta-nos votar em consciência.
Siripipi-Alentejano






sexta-feira, 9 de maio de 2014

TROIKA PARTE E A AUSTERIDADE VAI CONTINUAR
        Os Portugueses nestes três últimos anos sofreram na pele as exigências da Troika, impostas pelo programa de assistência financeira, acrescidas de outras medidas que o Governo quis implementar, tornando-se mais Trokistas do que os senhores da Troika.
      O Governo pretende no próximo dia 17 de Maio reunir extraordinariamente o Conselho de Ministro para “festejarem” o fim do programa de assistência financeira.
O que é que pretendem festejar? Sim, é verdade, querem festejar a Pobreza, os Cortes de Salários, os Cortes de Pensões e Reformas, enfim, festejarem a Miséria do nosso Povo, festejar o Desemprego que cada vez é maior, festejar o êxodo da nossa Juventude que procura no Estrangeiro, por os conhecimentos adquiridos nas nossas Universidades, pagas por dinheiros públicos, ao serviço de outros Países.
Onde estão as perspectivas de futuro? Serão estas pseudo perspectivas que estão a celebrar? Será que para Passos Coelho e Paulo Portas é este o seu 25 de Abril? Não, isto é uma traição aos Capitães de Abril.
A presença da Troika em Portugal, nestes três últimos anos, foi um despudor, uma vergonha e um atentado à nossa soberania e à nossa democracia.
Foram três anos a retalhar as Famílias impondo-lhes a emigração, a retalhar empregos e serviços do Estado e agora vem com palavrinhas mansas dizer que a recuperação já está em marcha, que melhores dias vão vir, que vai já em 2015 repor salários, reformas e pensões que já tinham sido espoliadas, que vai baixar o IRS.
O programa de assistência acaba, mas os sacrifícios continuam. Já a partir de agora e no próximo ano, vamos ter uma austeridade adicional de cinco mil milhões de euros. Ao mesmo tempo, ficamos a saber por um membro do Governo que Portugal está na iminência de perder muitos milhões de euros de fundos comunitários porque a Ministra das Finanças não desbloqueia a contrapartida Nacional.
Portugal encontra-se numa situação difícil, com a tragédia social que vive, com o fraco investimento que tem, não pode perder aqueles cinco mil milhões de euros para investimentos, para dinamizar a economia e criar postos de trabalho.
A DEO - Documento  de  Estratégia Orçamental contém medidas que não são mais do que uma tentativa para enganar os Portugueses, vêm aí mais cortes, mais austeridade, mais encerramentos de Escolas, Centros de Saúde, Tribunais e redução de Funcionários.
O Povo que tem sofrido e vai continuar a sofrer com os devaneios destes politiqueiros, tem a obrigação de começar a pensar a melhor forma de os substituir, todavia, a decisão que vierem a tomar deve ser bem ponderada e não ir na conversa deles, quem neles votar, não venham depois queixar-se.
Aproximam-se as Eleições para o Parlamento Europeu, é a melhor altura para o Povo demonstrar o seu estado de espírito, dando-lhes apoio ou penalizando-os com seu voto.
Portugal necessita de um Governo que acabe com a austeridade, que implemente políticas económicas geradoras de riqueza e de postos de trabalho e que acabe com as assimetrias sociais.

Siripipi-Alentejano

quinta-feira, 1 de maio de 2014

1º. DE MAIO – DIA INTERNACIONAL DO TRABALHADOR

         A comemoração do 1º. de Maio em Portugal, só se tornou possível com a revolução dos Cravos, mas importa  referir a razão que levou  todo o Mundo à celebração desta efeméride.
         A história do movimento operário internacional está recheada de acontecimentos e datas extremamente importantes. O 1º. De Maio assume, indiscutivelmente, particular relevo e o mais profundo significado histórico.
         A este dia estão intimamente ligados muitas das maiores e mais exaltantes jornadas e movimentações de luta da classe operária, que, com sofrimento, coragem e determinação, demonstrou claramente o quanto é capaz a vontade colectiva dos trabalhadores para melhorar as suas condições de vida e de trabalho, vencer injustiças e desigualdades sociais, mudar mentalidades, transformar as sociedades e pôr fim à exploração do homem pelo homem.
De todos os dias Feriados ou comemorativos reconhecidos pela Lei Portuguesa, o 1º. de Maio é aquele cuja celebração oficial é mais recente. O seu reconhecimento oficial remonta a 1974, altura em que, na sequência dos acontecimentos do 25 de Abril, se comemorou legalmente, após longos anos de proibição, e pela primeira vez este dia foi dedicado à celebração política da conquista histórica de importantes direitos dos trabalhadores e das suas lutas desenvolvidas a nível internacional.
         Importa referir que o regime que vigorava antes de 25 de Abril de 1974  proibia as manifestações relacionadas com o 1º. de Maio pelo carácter de contestação política que sempre esteve relacionado com esta data. Mesmo assim, ao longo das décadas de 50 e 60, nomeadamente no Alentejo e nos grandes centros urbanos, foram levadas a cabo manifestações de protesto no 1º. de Maio, com os objectivos, entre outros, de impor a jornada de luta de oito horas de trabalho diário, de conseguir melhores salários e soluções para o problema da guerra colonial.
 No 1º. de Maio de 1974, realizaram-se um pouco por todo o País, grandes manifestações comemorando o dia do trabalhador e apoiando as novas autoridades e as transformações políticas recentemente introduzidas na sociedade portuguesa.
         Na maior de todas as manifestações, a realizada em Lisboa, contou com a presença de exilados políticos recentemente regressados do estrangeiro. Entre eles estavam Mário Soares e Álvaro Cunhal que iriam desempenhar um papel muito importante no desenvolvimento da acção política dos anos pós 25 de Abril.
         Esta é a história do primeiro de Maio em Liberdade, mas importa lembrar aos mais novos, aos que nasceram depois de 25 de Abril de 1974 e viveram sempre num regime Democrático, que a vida dos seus progenitores foi bastante difícil e recheada de percalços quase intransponíveis.
          As origens históricas da comemoração do 1º. de Maio remontam ao século XIX. Em 1886, realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas e nesse mesmo dia teve início uma greve geral, seguindo-se outras manifestações e formas de luta que levaram ao lançamento de uma granada, por desconhecidos, para o meio da força policial matando sete agentes. A polícia abriu fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas de manifestantes.
         Estes acontecimentos, divulgados pela imprensa de todo o Mundo industrializado da época, marcaram o início da luta generalizada pelas oito horas de trabalho diário.
         A 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar, anualmente, uma manifestação com o objectivo de lutar pelos direitos dos Trabalhadores.
         O drama vivido em Chicago marcou negativamente as manifestações do 1º. de Maio, levou que a Internacional Socialista de Bruxelas proclamasse esse dia como o Dia Internacional das Reivindicações de Condições Laborais.
         Não quero terminar o historial do 1º. de Maio sem prestar a minha homenagem e admiração aos “Mártires de Chicago” e da luta de gerações de revolucionários, muitos sacrificando-se e pondo a sua vida em risco, lutaram contra a exploração, tendo como único objectivo o bem-estar de todos os trabalhadores e na intenção de lutar por uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.
VIVA O 1º. DE MAIO  E A TODOS OS TRABALHADORES DO MUNDO
Siripipi-Alentejano
Campo Maior, 1 de Maio de 2018    
        


quinta-feira, 24 de abril de 2014

VAMOS CHAMAR OS BOIS PELOS SEUS NOMES

Portugal e os Portugueses estão vivendo um dos períodos mais difíceis da sua vida contemporânea, para não dizer da sua História recente. A verdade é que nos foi imposta uma austeridade implacável e que nos obriga a viver quase no limiar de uma extrema pobreza.
Muitos são os que já passaram períodos muito difíceis nos anos cinquenta e sessenta, que se viram confrontados com a miséria, a fome, a falta de trabalho e com a opressão imposta por uma Ditadura de mais de quarenta anos, contudo, actualmente em democracia, as dificuldades que vivemos são fruto da imposição de um grupo de agiotas que têm unicamente um objectivo – explorar os nossos recursos e recolher todos os dividendos possíveis, visando a obtenção de lucros que encham os seus cofres sem fundo.
Os incautos, que somos nós e que fomos sujeitos durante décadas a viver uma vida sem esperança e sem futuro, sofremos resignadamente esses horrores e contribuímos com a nossa passividade, que isso se tornasse possível.
Os da minha geração, hoje com mais de sessenta anos, filhos de gente pobre e honrada, lembram-se como foi a sua Juventude, como era querer comer e não o ter, ir para a escola em jejum, descalço, fizesse calor ou frio porque os Pais não lhes podiam proporcionar uma vida melhor.
O trabalho não abundava, o desemprego imperava, a vida era extremamente difícil, o sofrimento e as dificuldades das Pessoas estava expressa nos seus rostos tristes e as crianças que não estavam imunes a essa situação, eram o reflexo dessa vida e os que mais sofriam.
 Nesse tempo, muitos jovens, aos sábados, iam às casas dos Lavradores na esperança de que lhes dessem um Marrocate, um pedaço de queijo ou de toucinho para lhes saciar a fome, uma vez que nas suas casas as necessidades eram muitas e os Pais não tinham trabalho nem nada para lhes dar. Havia um contraste abismal entre os Pobres e os Ricos.
Além do trabalho na Agricultura e nos serviços, havia também quem se dedicava ao contrabando para poder angariar mais alguns recursos, era um trabalho duro e perigoso e que os sujeitava, quando apanhados pelas Autoridades Portuguesas ou Espanholas, à perda do contrabando e à prisão.
Na realidade, a forma de viver do Pobre era difícil, o futuro nunca lhes foi risonho, foi sempre tristonho e incógnito.
A esperança por uma melhor vida esteve sempre nas suas mentes, nunca baixaram os braços, aguardavam que melhores dias iriam aparecer e transformar a sua vida.
O renascer dessa esperança surgiu numa madrugada de Abril quando um punhado se Soldados, fartos das guerras de África e da opressão que se vivia, fruto da Ditadura que vigorava, resolveram devolver ao Povo a Liberdade e implantar a Democracia.
Essa Democracia está a esvaziar-se, está a perder a sua génese e o actual Desgoverno é o culpado dessa situação, é imperioso que se faça algo que permita fazê-la rejuvenescer para que não tenhamos, como diz o Povo, chamar os Bois pelo Nome, ou então apodá-lo de um Governo que deixou de ser Democratico para passar a ser novamente FACHISTA.
Não queremos nunca mais passar a viver como nas décadas de cinquenta e sessenta, queremos continuar a viver em Liberdade e em Democracia onde todos têm os mesmos direitos e deveres.
Siripipi-Alentejano


segunda-feira, 21 de abril de 2014

AS ARTES E OFÍCIOS POR ANDAM

Em meados do século passado, quando ainda se vivia sobre o jugo de uma Ditadura revanchista, o Povo Português estava subjugado pelos donos e Senhores deste País.
O dinheiro e o ouro armazenado por Salazar que enriquecia o País, mas que mantinha o Povo na miséria e no obscurantismo, era fruto da sua exploração e da riqueza produzida nas Colónias, essa riqueza acumulada nunca contribui para melhorar a vida dos Portugueses.
A educação e a cultura só servia para alguns, não havia interesse em que o Povo tivesse os olhos abertos, não lhes interessava que houvesse evolução para que não fossem desalojados dos seus Palácios e das suas mordomias.
O acesso ao Ensino Superior, por parte da população era bastante difícil por dificuldades económicas e nem todos tinham condições para mandarem os Filhos estudar nas poucas Faculdades que existiam. Só os abastados ou os filhos de médios proprietários ou empresários tinham acesso a esse ensino, os outros que eram a grande maioria, ficavam analfabetos ou limitava-se a frequentar o Ensino Básico e a aprender uma Arte ou Ofício. Os que nem isso conseguia, esperava-os os trabalhos agrícolas, servindo os senhores das Terras.
Nessa época, nem todas as Famílias podiam prescindir do salário que um Filho poderia auferir para o sustento da casa e se dedicassem, durante muitos anos e sem que ganhassem algo, a aprender uma profissão.
Nas décadas que antecederam o 25 de Abril, a Europa começava a evoluir lentamente, a tecnologia e as novas invenções começavam a dar os primeiros passos, a emigração que nos anos sessenta eclodiu, tornou-se numa nova esperança de vida e de oportunidade para o Povo, os Jovens que estavam fartos de uma Guerra Colonial que lhe era imposta e que os manietava, procuraram igualmente na emigração uma nova esperança de vida.
A agricultura era a actividade que maior número e mão-de-obra absorvia e as artes e ofícios que lhe servia de apoio, abarcava mais um número considerável de pessoas e os restantes dedicavam-se aos serviços.
Nesse tempos, Campo Maior tinham uma actividade enorme em diversas profissões – Carpinteiros, Serralheiros, Ferreiros, Sapateiros, Mecânicos, Latoeiros, Ferradores, Pedreiros, Alfaiates, Moleiros e nos períodos sazonais os Lagareiros, Caiadores e outros.
Estas actividades abarcavam grande parte da Juventude que queria aprender uma profissão e viam-se nas oficinas inúmeros aprendizes que davam continuidade a essas profissões.
Hoje, com a evolução tecnológica, muitas dessas profissões desapareceram, as oficinas fecharam, os mestres reformaram-se e os aprendizes deixaram de existir.
As grandes máquinas, as novas tecnologias, contribuíram para a diminuição de mão de obras, mas em contra partida, esta tornou-se mais especializada, obrigando o Homem a uma actualização permanente para acompanhar toda a evolução que surge em cada dia que passa.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, a verdade desta grande mudança é a inteligência humana, sem ela nada poderia ter evoluído, a agricultura de hoje é diferente, tal como as tecnologias de então deram lugar, com o evoluir da ciência, com o aparecimento da informática, da robótica e de outras modernidades, o Mundo é diferente e o Homem limitar-se-á a ser um mero observador, porque as máquinas passarão a fazer tudo.
Siripipi-Alentejano


quarta-feira, 16 de abril de 2014

QUARENTA QUATRO ANOS DE ABRIL
(A REVOLUÇÃO FEZ REVIVER A ESPERANÇA DOS PORTUGUESES)

Ao caminhar para os setenta anos de vida paro, medito e olho para o passado, mas sempre pensando num futuro risonho para todos os Portugueses.
         Estamos em Abril e a Primavera rejuvenesce os campos e as nossas mentes acompanham a vivência de uma estação de temperança e de vida. É altura de olhar os tempos que lá vão e de os analisar, comentando o que de bom ou mau nos trouxe.
Há um marco desse passado que reputo de extraordinária importância e que marcou a vida das gerações de setenta e as posteriores, decorria o ano de 1974 e da noite para o dia, Portugal renasceu das cinzas e da obscuridade em que se encontrava, por acção dos Capitães de Abril.
Vamos comemorar os Quarenta anos de Liberdade e Democracia, é imperioso que se continue a recordar e homenagear os Militares de Abril e os que, não sendo Militares, lutaram activamente, alguns na clandestinidade, para que a Democracia fosse uma realidade em Portugal.
Este trabalho é uma forma de recordar e homenagear os que tornaram possível o retorno à Liberdade. Na vida das pessoas há ocasiões que nos levam a reviver o passado e a meditar sobre episódios vividos.
Recordar é viver, diz o Povo, este provérbio leva-nos a divagar nas boas e más recordações. São factos do presente que nos remetem a factos do passado, levando-nos por isso a compará-los com a vida do dia-a-dia.
Foi a declaração descabida e desastrada, a uma pergunta de um Jornalista, dada pela Senhora Presidente da Assembleia da República, sobre a presença dos Capitães de Abril na sessão solene do aniversário dos quarenta anos, que repudio e me obriga a manifestar o meu desagrado pela deselegância como foram tratados os obreiros da nossa Liberdade, negando-lhes o direito de intervir na Casa da Democracia de que eles foram os principais obreiros.
Em 1974 encontrava-me em Angola, precisamente na povoação (Madimba) onde em 11 de Março de 1961 eclodiu a luta armada dos nacionalistas da UPA, assaltando a Fazenda Primavera, propriedade da Firma Nogueira Angola Internacional. Na altura a Madimba era povoada por populações deslocadas (oriundas do Quanza Norte, uma vez que os naturais refugiaram-se na República do Zaire, além de uma Companhia do Exército e das Autoridades Civis.
As instalações Militares eram em casas pré-fabricadas com poucas condições e quando eram visitadas por superiores, o Comandante da Companhia solicitava ao Administrador a cedência de quartos para os albergar. No dia 24 de Abril a Companhia Independente ali sediada, estava sendo inspeccionada por um Major do Batalhão de que estavam dependentes e que pernoitou na minha casa, esse Oficial era o então Major Ramalho Eanes.
Em Angola era habitual termos rádios receptores de grande potência para podermos ouvir diversas Estações, especialmente as que transmitiam em Português (Emissora Nacional, Rádio Argel, Deustvella da África do Sul, Rádio Moscovo, Rádio Pequim, entre outras) e foi cerca das duas horas da madrugada, pela voz de Manuel Alegre (refugiado na Argélia) como apresentador do programa “Voz Portugal Livre” que deu a conhecer a Revolução dos Cravos. De imediato acordei o Major Ramalho Eanes, dê-lhe a notícia e ficamos toda a noite seguindo os diversos Noticiários, centralizando a nossa audição na Emissora Nacional.
Passado uma semana, o Gen. Spínola que se encontrava na Guiné, chamou o Major Eanes de quem foi seu braço direito. Nunca fiquei a saber se o actual General e Ex-Presidente da República foi ou não um dos Capitães de Abril.
O 25 de Abril é o grito de revolta dos Militares contra o despotismo de um Governo retrógrado, prepotente, fachista e que teimosamente queria continuar a explorar Povos e a negar-lhes a sua autodeterminação.
É a esses homens, é a esses Militares que devemos a Liberdade e a Democracia e é a eles que temos o dever de continuar a homenagear, dando-lhe na nossa sociedade o lugar a que têm direito. Não podemos permitir que lhes seja negado o direito de intervir publicamente, se o fizerem é uma desconsideração para com todos os que tornaram possível que os Portugueses vivam em Liberdade e Democracia.
Eu como tantos outros que estivemos em África estamos-lhes agradecidos, pela sua acção salvaram muitas vidas.
LIBERDADE SEMPRE.

Siripipi-Alentejano

quinta-feira, 10 de abril de 2014

FESTA DA ENXARA

         Na próxima semana, a Páscoa vai atingir o auge com a Romaria de Nossa Senhora da Enxara, aí vão estar muitas centenas de Campomaiorenses, cumprindo uma tradição com mais de cinquenta anos e que a maioria desta geração desconhece a sua génese.
        Durante a semana da Páscoa, os Campomaiorenses e grupos de cidadãos de outros concelhos e muitos Espanhóis, não prescindem de passar essa semana aí acampados, desfrutando de uma das zonas mais atraentes das margens do Rio Xévora, junto da Igreja, onde dizem ter aparecido Nossa Senhora.
Hoje a romaria tornou-se num evento de grandes dimensões e uma montra gastronómica, de diversões e de um fraterno convívio popular. Nessa semana, o Borrego é o elemento mais importante da gastronomia dos que ali vão acampar e a hospitalidade dos Campomaiorenses sobressai como o cantar das Saias, entoadas pelas suas vozes, acompanhadas pelas pandeiretas e castanholas.
É meu dever, como mais velho, dar a conhecer aos Jovens com menos de 50 anos a razão porque se começou a comemorar a Páscoa na Enxara, é uma História que se deve a alguns Campomaiorenses de barba rija, ela aí vai: “Decorria o ano de 1960, no Tribunal de Elvas, o Juiz de Direito Dr. Patrão condenou diversos Campomaiorenses, dois em penas de prisão (José Maria Napoleão com 30 dias e Mário Serpa, conhecido pelo Papa Ratos, em 40 dias) e outros (António Camilo, Matias Batuca, Cipriano Videira, João Centeno, José Passão, Manuel Borrega, Manuel Calaça, etc.) em 1.149$00 cada um (nessa altura era muito dinheiro) pelo crime de ULTRAJE Á MORAL PÚBLICA.
Esta condenação deveu-se ao facto de na primavera de 1959, como vinha sendo habitual, alguns grupos de amigos que procuravam as margens aprazíveis do Rio Xévora (Salvador e Enxara) para petisqueiras de são convívio. A maioria desses ajuntamentos tinham lugar junto da degradada Igreja de Nossa Senhora da Enxara (que nessa altura servia de guarida ao gado de um abastado agricultor da nossa Vila), terem encenado uma Procissão (simulada), o andor era uma padiola que se encontrava no interior da Igreja e a Imagem era o Valério Fialho (felizmente ainda vivo), ainda muito jovem.
Como se vivia em clima de opressão, em pleno Salazarismo, alguém denunciou ao Cónego Francisco Farinha o sucedido e este transmitiu-o à GNR, que por sua vez iniciou um inquérito e alertou a PIDE.
A verdade é que os Jornais da época fizeram manchetes, e o Jornal do Alentejo “A Defesa” na sua primeira página, em grandes parangonas, denominava o acontecimento como “Alerta Vermelho em Campo Maior”.
O obscurantismo que Salazar impunha e a repressão a que os Portugueses estavam votados, aproveitaram a inocência e a simplicidade de dezena e meia de Campomaiorenses, tentando transformá-los em revolucionários, apodando-os de Comunistas. Quanto muito e se alguma ilação se deveria ter tomado dessa manifestação, seria uma forma de revolta pelo estado de degradação e abandono do Santuário.
Felizmente que os Campomaiorenses tiveram essa percepção e hoje pode-se afirmar, que na década de 60, por esse facto, a Igreja foi entregue à Paróquia de São João Baptista, que procedeu à sua restauração e a abriu ao culto.
É a partir daqui que a População Campomaiorense faz da Enxara o palco especial das comemorações da semana da Páscoa. A Festa em honra de Nossa Senhora da Enxara é um dos momentos mais altos da vida dos Campomaiorenses, tornando-se numa Romaria procurada por centenas de famílias que ali acampam.
Se hoje a Enxara se tornou num local aprazível, de convívio e de culto, devemos reconhecer que isso só foi possível graças à Procissão que levou um Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Elvas, a condenar alguns Campomaiorenses por “Ultraje à Moral” e não como “Revolucionários Comunistas”. Bem-haja a esses Homens que ao cumprirem a sentença foram Pessoas de Vistas Largas.”.
Esta é a História da Romaria de Nossa Senhora da Enxara!
Siripipi-Alentejano






segunda-feira, 7 de abril de 2014


ACESSO A EDIFÍCIOS PÚBLICOS DIFICULTA DEFICIENTES
Há dias, dirigi-me a uma Repartição Pública de Campo Maior, para tratar de um assunto pessoal e verifiquei que um Senhor com dificuldades de mobilidade teve que ser ajudado para subir as escadas de acesso a essa Repartição. Fiquei apreensivo por saber que há legislação para a resolução deste problema e que aqui não tem sido aplicada.
A vida dos cidadãos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida torna-se por vezes difícil, para poderem ter acesso a edifícios afectos a serviços públicos de uso colectivo.
É de lamentar que em 2014, passados oito anos sobre a publicação da Lei nº. 163/2006 (Lei das Acessibilidades), continue um pouco por todo o lado, sem que esteja a ser aplicada.
Esta Lei estabelece as normas gerais e os critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e comunicação.
Campo Maior é um dos concelhos onde ainda existem barreiras que inibem esses cidadãos de se deslocarem livremente para tratar dos seus assuntos. Estão nestas condições: Câmara Municipal, Cartório Notarial, Repartição de Finanças, Tesouraria da Fazenda Pública, Biblioteca Municipal, todas as Escolas Primárias, as Igrejas da Matriz, São João e Convento.
A responsabilidade de fazer cumprir a Lei cabe às Autarquias, porque são elas que lhes compete aprovar e licenciar obras de urbanização, construção e remodelação de edifícios, contudo, o Estado também não cumpre a Lei, quando deveria ser o primeiro a dar o exemplo.
Tendo em conta que os novos projectos já são obrigados ao cumprimento da Lei das Acessibilidades, era bom que a nossa Autarquia desse o exemplo relativamente ao seu património e exigisse às restantes entidades oficiais que procedessem a adaptação urgente dos seus Serviços Públicos.
É bom salientar que nos espaços exteriores (passeios, passadeiras e residências de deficientes), a Câmara tem cumprido a legislação, o que me apraz referir, por ser uma demonstração de respeito pelos cidadãos com dificuldades de mobilidade.
A principal intenção deste post, além de ser um alerta, é também a chamada de atenção ao nosso Município para a necessidade do estudo de uma nova sinalização vertical e correcção de zonas de estacionamento em todo o Centro Histórico, dado que a maioria das Ruas são estreitas e com muitas viaturas estacionadas, o trânsito torna-se muito difícil.
A construção de Parques de Estacionamento, gratuitos e vigiados, descongestionariam o estacionamento e fluiria com mais eficácia e segurança, o trânsito de viaturas e espaços para isso não faltam.
Siripipi-Alentejano


sexta-feira, 4 de abril de 2014

CENTRO HISTÓRICO ENVELHECIDO E DEGRADADO

A riqueza de um Povo é avaliada em função da sua História e dos legados deixados pelos seus antepassados. As Povoações, através do seu Casario e Monumentos, dão-nos a conhecer o percurso que percorreram até aos dias de hoje. Cada Monumento, Igreja, Casa ou Solar permitem-nos reviver a sua História, analisando-a até ao mais ínfimo pormenor.
Campo Maior possui um vasto e riquíssimo património monumental e habitacional, basta olharmos para a sua situação geográfica e lembrarmo-nos das lutas que os seus antepassados viveram e a razão da existência de Muralhas e do Castelo, por necessidade de se defenderem dos Espanhóis, em volta do Castelo e intra-muralhas estendeu-se a Vila e construíram-se os Monumentos Religiosos.
É um orgulho para os Campomaiorenses existir tão grande património (Muralhas, Castelo, Fossos, Igreja do Mártir Santo, Convento, Matriz, São João, Misericórdia, Capela dos Ossos) alguns infelizmente em degradação progressiva, por falta de obras de manutenção e recuperação, da responsabilidade das Entidades Oficiais de que dependem.
Na verdade, a Autarquia Campomaiorense não pode e nem deve alhear-se desta situação, uma vez que tem poderes para estabelecer protocolos com as entidades públicas, na conservação, manutenção e recuperação do património das áreas classificadas, cabendo-lhes igualmente propor superiormente a classificação de imóveis considerados de interesse municipal. Existem alguns a merecerem essa designação, para memória futura como é o caso das várias Fontes que marcaram uma época e dos Tanques onde as Lavadeiras lavavam as roupas.
Em relação ao Parque Habitacional existente no Centro Histórico, é urgente que o Município faça um levantamento das habitações degradadas e de acordo com o estipulado na Lei das Autarquias Locais, proceda à notificação dos respectivos proprietários, estipulando-lhes um prazo que lhes permita proceder à sua recuperação, isentando-os das respectivas Taxas e de algumas facilidades para apresentação e aprovação dos projectos.
Existem também outros edifícios, que foram durante muitas décadas, referências da população quer por serem fontes de emprego, quer por outras actividades.
Importa ainda chamar a atenção que em matéria de Habitação, compete aos Municípios entre outras, garantir a conservação e manutenção do parque habitacional privado ou cooperativo, designadamente através da concessão de incentivos e da realização de obras coercivas de recuperação de edifícios. Podem igualmente ordenar, precedendo de vistoria, a demolição total ou parcial ou a beneficiação de construções que ameacem ruir ou constituam perigo para a saúde ou para a segurança das pessoas.
A verdade é que nestas condições existem imensos casos que merecem ser visto com a maior das urgências, veja-se o estado em que se encontra a Moagem, a antiga Fábrica do Anis Dómuz, o antigo Hospital da Misericórdia, algumas Casas da Rua Direita, dos Quartéis, da Soalheira e da Aldeia de Pastor, etc.
Uma Vila como Campo Maior, considerada e reconhecida como das mais bonitas e prósperas do Alentejo, a Terra que é a Capital do Café e onde a Primavera é num final de Agosto e recebe centenas de milhares de Turistas, não pode permitir que continue a degradar-se.
A Câmara Municipal tem que impor-se e usar as suas influências para junto do Governo tentar estabelecer um Protocolo que financie o Município (existem Programas no QREN) e exigir aos Proprietários dos Prédios em degradação que procedam à sua recuperação para bem de todos os Campomaiorenses e para dignificação da Leal e Valorosa Vila de Campo Maior.
Os Turistas que nos procuram merecem desfrutar de toda a nossa riqueza
Cultural e transmiti-la a outros possíveis visitantes, para isso é necessário um olhar atento para o vasto e riquíssimo Património que nos foi legado pelos nossos antepassados, é aqui que a Autarquia tem que exercer o seu PODER.
Siripipi-Alentejano