quinta-feira, 24 de abril de 2014

VAMOS CHAMAR OS BOIS PELOS SEUS NOMES

Portugal e os Portugueses estão vivendo um dos períodos mais difíceis da sua vida contemporânea, para não dizer da sua História recente. A verdade é que nos foi imposta uma austeridade implacável e que nos obriga a viver quase no limiar de uma extrema pobreza.
Muitos são os que já passaram períodos muito difíceis nos anos cinquenta e sessenta, que se viram confrontados com a miséria, a fome, a falta de trabalho e com a opressão imposta por uma Ditadura de mais de quarenta anos, contudo, actualmente em democracia, as dificuldades que vivemos são fruto da imposição de um grupo de agiotas que têm unicamente um objectivo – explorar os nossos recursos e recolher todos os dividendos possíveis, visando a obtenção de lucros que encham os seus cofres sem fundo.
Os incautos, que somos nós e que fomos sujeitos durante décadas a viver uma vida sem esperança e sem futuro, sofremos resignadamente esses horrores e contribuímos com a nossa passividade, que isso se tornasse possível.
Os da minha geração, hoje com mais de sessenta anos, filhos de gente pobre e honrada, lembram-se como foi a sua Juventude, como era querer comer e não o ter, ir para a escola em jejum, descalço, fizesse calor ou frio porque os Pais não lhes podiam proporcionar uma vida melhor.
O trabalho não abundava, o desemprego imperava, a vida era extremamente difícil, o sofrimento e as dificuldades das Pessoas estava expressa nos seus rostos tristes e as crianças que não estavam imunes a essa situação, eram o reflexo dessa vida e os que mais sofriam.
 Nesse tempo, muitos jovens, aos sábados, iam às casas dos Lavradores na esperança de que lhes dessem um Marrocate, um pedaço de queijo ou de toucinho para lhes saciar a fome, uma vez que nas suas casas as necessidades eram muitas e os Pais não tinham trabalho nem nada para lhes dar. Havia um contraste abismal entre os Pobres e os Ricos.
Além do trabalho na Agricultura e nos serviços, havia também quem se dedicava ao contrabando para poder angariar mais alguns recursos, era um trabalho duro e perigoso e que os sujeitava, quando apanhados pelas Autoridades Portuguesas ou Espanholas, à perda do contrabando e à prisão.
Na realidade, a forma de viver do Pobre era difícil, o futuro nunca lhes foi risonho, foi sempre tristonho e incógnito.
A esperança por uma melhor vida esteve sempre nas suas mentes, nunca baixaram os braços, aguardavam que melhores dias iriam aparecer e transformar a sua vida.
O renascer dessa esperança surgiu numa madrugada de Abril quando um punhado se Soldados, fartos das guerras de África e da opressão que se vivia, fruto da Ditadura que vigorava, resolveram devolver ao Povo a Liberdade e implantar a Democracia.
Essa Democracia está a esvaziar-se, está a perder a sua génese e o actual Desgoverno é o culpado dessa situação, é imperioso que se faça algo que permita fazê-la rejuvenescer para que não tenhamos, como diz o Povo, chamar os Bois pelo Nome, ou então apodá-lo de um Governo que deixou de ser Democratico para passar a ser novamente FACHISTA.
Não queremos nunca mais passar a viver como nas décadas de cinquenta e sessenta, queremos continuar a viver em Liberdade e em Democracia onde todos têm os mesmos direitos e deveres.
Siripipi-Alentejano


segunda-feira, 21 de abril de 2014

AS ARTES E OFÍCIOS POR ANDAM

Em meados do século passado, quando ainda se vivia sobre o jugo de uma Ditadura revanchista, o Povo Português estava subjugado pelos donos e Senhores deste País.
O dinheiro e o ouro armazenado por Salazar que enriquecia o País, mas que mantinha o Povo na miséria e no obscurantismo, era fruto da sua exploração e da riqueza produzida nas Colónias, essa riqueza acumulada nunca contribui para melhorar a vida dos Portugueses.
A educação e a cultura só servia para alguns, não havia interesse em que o Povo tivesse os olhos abertos, não lhes interessava que houvesse evolução para que não fossem desalojados dos seus Palácios e das suas mordomias.
O acesso ao Ensino Superior, por parte da população era bastante difícil por dificuldades económicas e nem todos tinham condições para mandarem os Filhos estudar nas poucas Faculdades que existiam. Só os abastados ou os filhos de médios proprietários ou empresários tinham acesso a esse ensino, os outros que eram a grande maioria, ficavam analfabetos ou limitava-se a frequentar o Ensino Básico e a aprender uma Arte ou Ofício. Os que nem isso conseguia, esperava-os os trabalhos agrícolas, servindo os senhores das Terras.
Nessa época, nem todas as Famílias podiam prescindir do salário que um Filho poderia auferir para o sustento da casa e se dedicassem, durante muitos anos e sem que ganhassem algo, a aprender uma profissão.
Nas décadas que antecederam o 25 de Abril, a Europa começava a evoluir lentamente, a tecnologia e as novas invenções começavam a dar os primeiros passos, a emigração que nos anos sessenta eclodiu, tornou-se numa nova esperança de vida e de oportunidade para o Povo, os Jovens que estavam fartos de uma Guerra Colonial que lhe era imposta e que os manietava, procuraram igualmente na emigração uma nova esperança de vida.
A agricultura era a actividade que maior número e mão-de-obra absorvia e as artes e ofícios que lhe servia de apoio, abarcava mais um número considerável de pessoas e os restantes dedicavam-se aos serviços.
Nesse tempos, Campo Maior tinham uma actividade enorme em diversas profissões – Carpinteiros, Serralheiros, Ferreiros, Sapateiros, Mecânicos, Latoeiros, Ferradores, Pedreiros, Alfaiates, Moleiros e nos períodos sazonais os Lagareiros, Caiadores e outros.
Estas actividades abarcavam grande parte da Juventude que queria aprender uma profissão e viam-se nas oficinas inúmeros aprendizes que davam continuidade a essas profissões.
Hoje, com a evolução tecnológica, muitas dessas profissões desapareceram, as oficinas fecharam, os mestres reformaram-se e os aprendizes deixaram de existir.
As grandes máquinas, as novas tecnologias, contribuíram para a diminuição de mão de obras, mas em contra partida, esta tornou-se mais especializada, obrigando o Homem a uma actualização permanente para acompanhar toda a evolução que surge em cada dia que passa.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, a verdade desta grande mudança é a inteligência humana, sem ela nada poderia ter evoluído, a agricultura de hoje é diferente, tal como as tecnologias de então deram lugar, com o evoluir da ciência, com o aparecimento da informática, da robótica e de outras modernidades, o Mundo é diferente e o Homem limitar-se-á a ser um mero observador, porque as máquinas passarão a fazer tudo.
Siripipi-Alentejano


quarta-feira, 16 de abril de 2014

QUARENTA QUATRO ANOS DE ABRIL
(A REVOLUÇÃO FEZ REVIVER A ESPERANÇA DOS PORTUGUESES)

Ao caminhar para os setenta anos de vida paro, medito e olho para o passado, mas sempre pensando num futuro risonho para todos os Portugueses.
         Estamos em Abril e a Primavera rejuvenesce os campos e as nossas mentes acompanham a vivência de uma estação de temperança e de vida. É altura de olhar os tempos que lá vão e de os analisar, comentando o que de bom ou mau nos trouxe.
Há um marco desse passado que reputo de extraordinária importância e que marcou a vida das gerações de setenta e as posteriores, decorria o ano de 1974 e da noite para o dia, Portugal renasceu das cinzas e da obscuridade em que se encontrava, por acção dos Capitães de Abril.
Vamos comemorar os Quarenta anos de Liberdade e Democracia, é imperioso que se continue a recordar e homenagear os Militares de Abril e os que, não sendo Militares, lutaram activamente, alguns na clandestinidade, para que a Democracia fosse uma realidade em Portugal.
Este trabalho é uma forma de recordar e homenagear os que tornaram possível o retorno à Liberdade. Na vida das pessoas há ocasiões que nos levam a reviver o passado e a meditar sobre episódios vividos.
Recordar é viver, diz o Povo, este provérbio leva-nos a divagar nas boas e más recordações. São factos do presente que nos remetem a factos do passado, levando-nos por isso a compará-los com a vida do dia-a-dia.
Foi a declaração descabida e desastrada, a uma pergunta de um Jornalista, dada pela Senhora Presidente da Assembleia da República, sobre a presença dos Capitães de Abril na sessão solene do aniversário dos quarenta anos, que repudio e me obriga a manifestar o meu desagrado pela deselegância como foram tratados os obreiros da nossa Liberdade, negando-lhes o direito de intervir na Casa da Democracia de que eles foram os principais obreiros.
Em 1974 encontrava-me em Angola, precisamente na povoação (Madimba) onde em 11 de Março de 1961 eclodiu a luta armada dos nacionalistas da UPA, assaltando a Fazenda Primavera, propriedade da Firma Nogueira Angola Internacional. Na altura a Madimba era povoada por populações deslocadas (oriundas do Quanza Norte, uma vez que os naturais refugiaram-se na República do Zaire, além de uma Companhia do Exército e das Autoridades Civis.
As instalações Militares eram em casas pré-fabricadas com poucas condições e quando eram visitadas por superiores, o Comandante da Companhia solicitava ao Administrador a cedência de quartos para os albergar. No dia 24 de Abril a Companhia Independente ali sediada, estava sendo inspeccionada por um Major do Batalhão de que estavam dependentes e que pernoitou na minha casa, esse Oficial era o então Major Ramalho Eanes.
Em Angola era habitual termos rádios receptores de grande potência para podermos ouvir diversas Estações, especialmente as que transmitiam em Português (Emissora Nacional, Rádio Argel, Deustvella da África do Sul, Rádio Moscovo, Rádio Pequim, entre outras) e foi cerca das duas horas da madrugada, pela voz de Manuel Alegre (refugiado na Argélia) como apresentador do programa “Voz Portugal Livre” que deu a conhecer a Revolução dos Cravos. De imediato acordei o Major Ramalho Eanes, dê-lhe a notícia e ficamos toda a noite seguindo os diversos Noticiários, centralizando a nossa audição na Emissora Nacional.
Passado uma semana, o Gen. Spínola que se encontrava na Guiné, chamou o Major Eanes de quem foi seu braço direito. Nunca fiquei a saber se o actual General e Ex-Presidente da República foi ou não um dos Capitães de Abril.
O 25 de Abril é o grito de revolta dos Militares contra o despotismo de um Governo retrógrado, prepotente, fachista e que teimosamente queria continuar a explorar Povos e a negar-lhes a sua autodeterminação.
É a esses homens, é a esses Militares que devemos a Liberdade e a Democracia e é a eles que temos o dever de continuar a homenagear, dando-lhe na nossa sociedade o lugar a que têm direito. Não podemos permitir que lhes seja negado o direito de intervir publicamente, se o fizerem é uma desconsideração para com todos os que tornaram possível que os Portugueses vivam em Liberdade e Democracia.
Eu como tantos outros que estivemos em África estamos-lhes agradecidos, pela sua acção salvaram muitas vidas.
LIBERDADE SEMPRE.

Siripipi-Alentejano

quinta-feira, 10 de abril de 2014

FESTA DA ENXARA

         Na próxima semana, a Páscoa vai atingir o auge com a Romaria de Nossa Senhora da Enxara, aí vão estar muitas centenas de Campomaiorenses, cumprindo uma tradição com mais de cinquenta anos e que a maioria desta geração desconhece a sua génese.
        Durante a semana da Páscoa, os Campomaiorenses e grupos de cidadãos de outros concelhos e muitos Espanhóis, não prescindem de passar essa semana aí acampados, desfrutando de uma das zonas mais atraentes das margens do Rio Xévora, junto da Igreja, onde dizem ter aparecido Nossa Senhora.
Hoje a romaria tornou-se num evento de grandes dimensões e uma montra gastronómica, de diversões e de um fraterno convívio popular. Nessa semana, o Borrego é o elemento mais importante da gastronomia dos que ali vão acampar e a hospitalidade dos Campomaiorenses sobressai como o cantar das Saias, entoadas pelas suas vozes, acompanhadas pelas pandeiretas e castanholas.
É meu dever, como mais velho, dar a conhecer aos Jovens com menos de 50 anos a razão porque se começou a comemorar a Páscoa na Enxara, é uma História que se deve a alguns Campomaiorenses de barba rija, ela aí vai: “Decorria o ano de 1960, no Tribunal de Elvas, o Juiz de Direito Dr. Patrão condenou diversos Campomaiorenses, dois em penas de prisão (José Maria Napoleão com 30 dias e Mário Serpa, conhecido pelo Papa Ratos, em 40 dias) e outros (António Camilo, Matias Batuca, Cipriano Videira, João Centeno, José Passão, Manuel Borrega, Manuel Calaça, etc.) em 1.149$00 cada um (nessa altura era muito dinheiro) pelo crime de ULTRAJE Á MORAL PÚBLICA.
Esta condenação deveu-se ao facto de na primavera de 1959, como vinha sendo habitual, alguns grupos de amigos que procuravam as margens aprazíveis do Rio Xévora (Salvador e Enxara) para petisqueiras de são convívio. A maioria desses ajuntamentos tinham lugar junto da degradada Igreja de Nossa Senhora da Enxara (que nessa altura servia de guarida ao gado de um abastado agricultor da nossa Vila), terem encenado uma Procissão (simulada), o andor era uma padiola que se encontrava no interior da Igreja e a Imagem era o Valério Fialho (felizmente ainda vivo), ainda muito jovem.
Como se vivia em clima de opressão, em pleno Salazarismo, alguém denunciou ao Cónego Francisco Farinha o sucedido e este transmitiu-o à GNR, que por sua vez iniciou um inquérito e alertou a PIDE.
A verdade é que os Jornais da época fizeram manchetes, e o Jornal do Alentejo “A Defesa” na sua primeira página, em grandes parangonas, denominava o acontecimento como “Alerta Vermelho em Campo Maior”.
O obscurantismo que Salazar impunha e a repressão a que os Portugueses estavam votados, aproveitaram a inocência e a simplicidade de dezena e meia de Campomaiorenses, tentando transformá-los em revolucionários, apodando-os de Comunistas. Quanto muito e se alguma ilação se deveria ter tomado dessa manifestação, seria uma forma de revolta pelo estado de degradação e abandono do Santuário.
Felizmente que os Campomaiorenses tiveram essa percepção e hoje pode-se afirmar, que na década de 60, por esse facto, a Igreja foi entregue à Paróquia de São João Baptista, que procedeu à sua restauração e a abriu ao culto.
É a partir daqui que a População Campomaiorense faz da Enxara o palco especial das comemorações da semana da Páscoa. A Festa em honra de Nossa Senhora da Enxara é um dos momentos mais altos da vida dos Campomaiorenses, tornando-se numa Romaria procurada por centenas de famílias que ali acampam.
Se hoje a Enxara se tornou num local aprazível, de convívio e de culto, devemos reconhecer que isso só foi possível graças à Procissão que levou um Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Elvas, a condenar alguns Campomaiorenses por “Ultraje à Moral” e não como “Revolucionários Comunistas”. Bem-haja a esses Homens que ao cumprirem a sentença foram Pessoas de Vistas Largas.”.
Esta é a História da Romaria de Nossa Senhora da Enxara!
Siripipi-Alentejano






segunda-feira, 7 de abril de 2014


ACESSO A EDIFÍCIOS PÚBLICOS DIFICULTA DEFICIENTES
Há dias, dirigi-me a uma Repartição Pública de Campo Maior, para tratar de um assunto pessoal e verifiquei que um Senhor com dificuldades de mobilidade teve que ser ajudado para subir as escadas de acesso a essa Repartição. Fiquei apreensivo por saber que há legislação para a resolução deste problema e que aqui não tem sido aplicada.
A vida dos cidadãos portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida torna-se por vezes difícil, para poderem ter acesso a edifícios afectos a serviços públicos de uso colectivo.
É de lamentar que em 2014, passados oito anos sobre a publicação da Lei nº. 163/2006 (Lei das Acessibilidades), continue um pouco por todo o lado, sem que esteja a ser aplicada.
Esta Lei estabelece as normas gerais e os critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e comunicação.
Campo Maior é um dos concelhos onde ainda existem barreiras que inibem esses cidadãos de se deslocarem livremente para tratar dos seus assuntos. Estão nestas condições: Câmara Municipal, Cartório Notarial, Repartição de Finanças, Tesouraria da Fazenda Pública, Biblioteca Municipal, todas as Escolas Primárias, as Igrejas da Matriz, São João e Convento.
A responsabilidade de fazer cumprir a Lei cabe às Autarquias, porque são elas que lhes compete aprovar e licenciar obras de urbanização, construção e remodelação de edifícios, contudo, o Estado também não cumpre a Lei, quando deveria ser o primeiro a dar o exemplo.
Tendo em conta que os novos projectos já são obrigados ao cumprimento da Lei das Acessibilidades, era bom que a nossa Autarquia desse o exemplo relativamente ao seu património e exigisse às restantes entidades oficiais que procedessem a adaptação urgente dos seus Serviços Públicos.
É bom salientar que nos espaços exteriores (passeios, passadeiras e residências de deficientes), a Câmara tem cumprido a legislação, o que me apraz referir, por ser uma demonstração de respeito pelos cidadãos com dificuldades de mobilidade.
A principal intenção deste post, além de ser um alerta, é também a chamada de atenção ao nosso Município para a necessidade do estudo de uma nova sinalização vertical e correcção de zonas de estacionamento em todo o Centro Histórico, dado que a maioria das Ruas são estreitas e com muitas viaturas estacionadas, o trânsito torna-se muito difícil.
A construção de Parques de Estacionamento, gratuitos e vigiados, descongestionariam o estacionamento e fluiria com mais eficácia e segurança, o trânsito de viaturas e espaços para isso não faltam.
Siripipi-Alentejano


sexta-feira, 4 de abril de 2014

CENTRO HISTÓRICO ENVELHECIDO E DEGRADADO

A riqueza de um Povo é avaliada em função da sua História e dos legados deixados pelos seus antepassados. As Povoações, através do seu Casario e Monumentos, dão-nos a conhecer o percurso que percorreram até aos dias de hoje. Cada Monumento, Igreja, Casa ou Solar permitem-nos reviver a sua História, analisando-a até ao mais ínfimo pormenor.
Campo Maior possui um vasto e riquíssimo património monumental e habitacional, basta olharmos para a sua situação geográfica e lembrarmo-nos das lutas que os seus antepassados viveram e a razão da existência de Muralhas e do Castelo, por necessidade de se defenderem dos Espanhóis, em volta do Castelo e intra-muralhas estendeu-se a Vila e construíram-se os Monumentos Religiosos.
É um orgulho para os Campomaiorenses existir tão grande património (Muralhas, Castelo, Fossos, Igreja do Mártir Santo, Convento, Matriz, São João, Misericórdia, Capela dos Ossos) alguns infelizmente em degradação progressiva, por falta de obras de manutenção e recuperação, da responsabilidade das Entidades Oficiais de que dependem.
Na verdade, a Autarquia Campomaiorense não pode e nem deve alhear-se desta situação, uma vez que tem poderes para estabelecer protocolos com as entidades públicas, na conservação, manutenção e recuperação do património das áreas classificadas, cabendo-lhes igualmente propor superiormente a classificação de imóveis considerados de interesse municipal. Existem alguns a merecerem essa designação, para memória futura como é o caso das várias Fontes que marcaram uma época e dos Tanques onde as Lavadeiras lavavam as roupas.
Em relação ao Parque Habitacional existente no Centro Histórico, é urgente que o Município faça um levantamento das habitações degradadas e de acordo com o estipulado na Lei das Autarquias Locais, proceda à notificação dos respectivos proprietários, estipulando-lhes um prazo que lhes permita proceder à sua recuperação, isentando-os das respectivas Taxas e de algumas facilidades para apresentação e aprovação dos projectos.
Existem também outros edifícios, que foram durante muitas décadas, referências da população quer por serem fontes de emprego, quer por outras actividades.
Importa ainda chamar a atenção que em matéria de Habitação, compete aos Municípios entre outras, garantir a conservação e manutenção do parque habitacional privado ou cooperativo, designadamente através da concessão de incentivos e da realização de obras coercivas de recuperação de edifícios. Podem igualmente ordenar, precedendo de vistoria, a demolição total ou parcial ou a beneficiação de construções que ameacem ruir ou constituam perigo para a saúde ou para a segurança das pessoas.
A verdade é que nestas condições existem imensos casos que merecem ser visto com a maior das urgências, veja-se o estado em que se encontra a Moagem, a antiga Fábrica do Anis Dómuz, o antigo Hospital da Misericórdia, algumas Casas da Rua Direita, dos Quartéis, da Soalheira e da Aldeia de Pastor, etc.
Uma Vila como Campo Maior, considerada e reconhecida como das mais bonitas e prósperas do Alentejo, a Terra que é a Capital do Café e onde a Primavera é num final de Agosto e recebe centenas de milhares de Turistas, não pode permitir que continue a degradar-se.
A Câmara Municipal tem que impor-se e usar as suas influências para junto do Governo tentar estabelecer um Protocolo que financie o Município (existem Programas no QREN) e exigir aos Proprietários dos Prédios em degradação que procedam à sua recuperação para bem de todos os Campomaiorenses e para dignificação da Leal e Valorosa Vila de Campo Maior.
Os Turistas que nos procuram merecem desfrutar de toda a nossa riqueza
Cultural e transmiti-la a outros possíveis visitantes, para isso é necessário um olhar atento para o vasto e riquíssimo Património que nos foi legado pelos nossos antepassados, é aqui que a Autarquia tem que exercer o seu PODER.
Siripipi-Alentejano



terça-feira, 1 de abril de 2014

VERDADES NO DIA DAS MENTIRAS

O Dia das Mentiras, segundo reza a história, comemora-se desde que em França, em meados do Século XVI, foi adoptado o Calendário Gregoriano. Dia de partidas e de mentiras inofensivas, o Dia das Mentiras, a 1 de Abril, é aproveitado por órgãos da comunicação para publicar notícias falsas.
É tradição organizar partidas ou contar mentiras a amigos, familiares e colegas de trabalho, com o objectivo de propagandear informação falsa ou comportarem-se de determinada forma.
Por se esquecerem que o dia 1 de Abril é o Dia das Mentiras, muitas pessoas acabam por acreditar em histórias que pouco ou nada têm de verídico.
Neste dia o que importa era que muitas verdades que se nos deparam pudessem ser mentiras, o que infelizmente não sucede!
Os Portugueses vivem uma crise extremamente difícil provocada pela inépcia, insensatez de um bando de incompetentes que pretendem governar-nos a mando de uma Troika insensível, usuária, ávida de milhões que nos são extorquidos pelos subservientes que os servem, infelizmente é uma verdade no dia das Mentiras!
A fome, o desemprego e a miséria que estes Senhores impõem ao nosso Povo, é ou não é uma verdade no dia das Mentiras?
É ou não é uma verdade, no dia das Mentiras, que esta acção governativa tornou os Pobres mais Pobres e os Ricos cada vez mais Ricos!
O Governo que está gerindo este País é dominado por Pessoas CEGAS porque não querem ver as manifestações reivindicativas de milhares e milhares de Portugueses e SURDAS porque não querem ouvir o que lhes têm a dizer. São insensíveis aos milhares de desempregados deste País e à emigração de mão-de-obra qualificada, cuja formação custou aos cofres do Estado milhares de milhões de Euros e que vão enriquecer os Países de acolhimento, é ou não é uma verdade no Dia das Mentiras!
Os Portugueses estão cada vez mais oprimidos pele dívida do Estado, que a pretende pagar a qualquer custo, doa a quem doer, o que é preciso é arranjar dinheiro de qualquer maneira e para isso cortam os Ordenados, Pensões e Reformas, diminui o Estado Social para que os mais necessitados sofram ainda mais, mas não deixa de injectar o nosso dinheiro nas PPP, nos Bancos Falidos e nos grandes Grupos Económicos, é ou não é uma verdade no Dia das Mentiras!
O passivo das Autarquias Locais também contribui para o agravamento das dívidas do Estado e somos igualmente nós que temos de contribuir para diminuir essas dívidas.
No final de 2012, segundo o Anuário da Direcção Geral de Administração Local, no Distrito de Portalegre, as Autarquias deviam em média, por Munícipe aos seus credores:
         Monforte……………..1.192 € por Munícipe;
         Portalegre…………….1.123 €;
         Crato…………………….1.025 €;
         Avis………………………   890 €;
         Sousel…………………    840 €;
         Nisa…………………….    749 €;
         Fronteira………………   570 €;
         Alter do Chão……….  445 €;
         Campo Maior………..    39 €;
As Câmaras Municipais de Arronches, Castelo de Vide, Elvas, Gavião, Marvão e Ponte de Sôr aparecem com endividamento nulo. Este endividamento líquido per capita mede o endividamento líquido total sobre a população residente. É mais uma verdade no Dia das Mentiras. Será que é esta a melhor forma de gerir o dinheiro dos Munícipes?
Perante tanta verdade no Dia das Mentiras resta-me regozijar-me porque o Governo, que reuniu ontem o Conselho de Ministros, deliberou na sequência de Petição Pública das Gentes de campo Maior, dar provimento ao seu pedido e determinou que os Cidadãos residentes no Mártir Santo e que não são naturais de Campo Maior, regressem às Terras onde residiam anteriormente.
Campo Maior, 1 de Abril de 2014

Siripipi-Alentejano