sábado, 25 de outubro de 2008

DIVAGANDO - Amizade e Fraternidade, um bem essencial!...

A maior fonte de problemas de um ser humano é sempre outro ser humano. No entanto não é menos verdade que a nossa melhor fonte de alegria também é sermos humanos com os outros e os outros connosco.
Todos nós precisamos dos outros para crescer, contudo o que isso implica de esforço, dificuldades e aprendizagem contínua, mas também de comunhão, alegria e partilha de sentimentos.
Aperfeiçoar a nossa capacidade de conviver com os outros é o desafio que se coloca a todos, mas é importante que tentemos evitar, tanto quanto possível, que estes sejam a causa principal das nossas frustrações ou tristezas maiores. Não podemos, no entanto, esquecer que aquilo que os outros provocam em nós é proporcional àquilo que esperamos deles: - quanto mais expectativas têm, mais possibilidades temos de sofrer.
À primeira vista parece mais sensato não esperar muito dos outros, já que quanto mais esperamos, mais riscos corremos de nos desiludirmos ou de nos magoarmos. E é exactamente aqui que reside uma das maiores dificuldades do relacionamento: -como temos sempre expectativas acerca do comportamento daqueles que mais gostamos ou, pelo menos, dos que estão mais próximos, ficamos mais vulneráveis ou susceptíveis às suas acções e reacções.
Uma das maiores dificuldades na ralação com os que nos são mais próximos baseia-se no seguinte paradoxo: - "O Homem é um ser social e simultaneamente egocêntrico". Como seres sociais, somos incapazes de viver sozinhos e, como seres egocêntricos, temos dificuldades em conceder aos outros o mesmo espaço e privilégios que reclamamos para nós próprios.
O Homem não foi criado para viver sozinho mas, por outro lado, viver em sociedade é difícil e trabalhoso. A verdade é que somos capazes de compensar esta dualidade, não apenas através de um esforço continuo para nos aperfeiçoarmos, mas também pela procura constante e a luta permanente para que o dia de amanhã seja melhor do que o de hoje.
Quando sofremos mágoas e frustrações, sejam elas fruto das circunstâncias ou conscientemente provocadas por alguém, a atitude mais correta seria tentar alterar a nossa postura, na consciência de que já que não podemos mudar os outros nem o Mundo à nossa volta, podemos começar por mudar a nossa maneira de ser e de ler a realidade.
Para evitar desilusões e sucessivas frustrações, devemos considerar que somos responsáveis pelos sentimentos que temos em relação aos outros, já que somos nós que alimentamos esses sentimentos e, por ventura, nos deixamos magoar, frustar e aborrecer com eles. Os nossos sentimentos têm uma origem interna e não externa. De facto, se nos sentirmos magoados, sem que isso tenha sido intenção do outro, a "culpa" também é da nossa sensibilidade, não nos devemos sentir culpados pelas vezes em que nos deixamos magoar. Importa perceber que quanto mais nos fortalecermos interiormente e menos esperarmos dos outros, mais centrados ficamos no essencial.
Se formos capazes de lidar com a realidade e não vivermos na ilusão de que o outro há-de mudar, ser como gostamos que fosse e, então sim, fazer-nos cada dia mais felizes. Antes de o outro mudar, temos de mudar nós próprios.
Tentar mudar os outros parece sempre mais fácil do que tentar mudar-nos nós próprios, pois constatamos quase sempre que o nosso maior adversário se encontra dentro de nós. Para ser mais compreensível, basta pensar que é mais fácil convencer alguns a tratar bem uma pessoa de quem gostamos do que fazê-los gostar dessa pessoa. O mais sensato é procurar viver bem com os sentimentos dos outros do que tentar magoá-los. Para não nos magoarmos, irritarmos com os outros é importante ter presente que todos temos sentimentos diferentes, existem vários factores em jogo: a nossa personalidade, idade, sensibilidade, educação, cultura, etc..
Não podemos, por isso, julgar que os outros estão errados quando não concordam connosco ou sentem o mesmo que nós.
A amizade é um bem que devemos preservar, é fruto duns são convívio que perdura ao longo dos anos. Vamos meditar nestas palavras e para que a amizade prevaleça, é bom esquecer os equívocos e olhar o futuro e sorrir sempre com um grande espírito de amizade e fraternidade.
Por hoje deixo de divagar, fico-vos estes conceitos para reflectirem e retirarem as ilações que acharem por convenientes.
Campo Maior, 25 de Outubro de 2008
siripipi-alentejano

terça-feira, 21 de outubro de 2008

OBSERVAÇÕES OPORTUNAS

Campo Maior é considerada a "alma mater" do P.S. do Distrito de Portalegre e por esse facto, o candidato a Presidente da Federação, Rui Simplicio, apresentou a sua Moção de Estratégia e enumerou as iniciativas que pretende levar a cabo durante o seu Mandato. Todos sabemos que prometer é fácil, todavia, cumprir essas promessas é mais difícil, no entanto é bom dar-lhe o benefício da dúvida e depois retirar as necessárias ilações.
Nessa Sessão falou-se da crise mundial que atravessamos e das consequências imediatas para nós, alertou-se para o problema da pobreza e da necessidade de todos serem solidários, mas também foi reconhecido que infelizmente, os ricos continuam mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, é uma verdade incontestável como diria o Senhor "La Palisse".
Depois de Rui Simplicio, usou da palavra como seu apoiante, o Presidente do Centro Regional de Segurança Social, Professor Arménio Toscano nosso conterrâneo, que explicou a acção que o Ministério da Segurança Social está desenvolvendo em prol dos mais carenciados e da população em geral, designadamente os apoios à velhice, aos cuidados continuados, aos Lares, aos Jardins Infantis, ATLs e no pagamento do Subsídio de Inserção Social a 149 famílias do nosso Concelho onde estão incluídas 26 famílias de etnia cigana. Ao mesmo tempo esclareceu que neste momento há regras bastante rígidas na atribuição desse Rendimento, nomeadamente, entre outras, a penalização dos beneficiados em caso de procedimentos judiciais, falta sistemáticas dos filhos à Escola ou por demonstração de sinais exteriores de riqueza.
É nesta parte que pretendo emitir algumas opiniões, pessoalmente concordo que é um direito constitucional erradicar a pobreza, mas para isso é necessário criarem-se as condições necessárias e o Governo tem essa obrigação. As ajudas devem ser dadas, mas também é imperioso que haja uma fiscalização competente e isenta que avalie o recebimento desses subsídios.
As reformas da maioria dos idosos são insuficientes para poderem sobreviver com o mínimo de dignidade, na maioria dos casos, os problemas de saúde leva-lhes os parcos rendimentos e aqui o Estado é o maior culpado por não cumprir a C.R.P. ao determinar " Todos têm direito à protecção da saúde pela criação de um serviço nacional de saúde universal geral e gratuito..."
A verdade é que há falta de vontade política, nas campanhas eleitorais tudo prometem, mas nunca cumprem essas promessas, a maioria dos políticos estão na política para se servirem e não para servirem os outros.
Voltando ao Rendimento Mínimo, todos sabemos que os itens atrás referidos são de difícil cumprimento e porquê: julgo que a maioria das famílias contempladas nessas 149 são Pessoas com alguma idade, doentes e sem filhos em idade escolar, pois não é do domínio público que são os beneficiados, mas o Senhor Presidente do Centro Regional adiantou que existiam actualmente 26 famílias de etnia cigana residentes em Campo Maior recebendo esse Rendimento e disse mais, que por vezes era visível a existência de famílias que se fazem passear em carros de alta gama e com outros sinais de riqueza, contudo, por estratégias usadas por esses utentes era difícil de provar a propriedade dessas viaturas, uma vez que as mesmas geralmente estão em nome de outros e são dadas como emprestadas. Também foi referido que já não é possível haver famílias a receber subsídios em mais de um concelho e que em termos de assiduidade escolar esta medida contribuiu para o aumento do número de jovens ciganos nos estabelecimentos escolares.
Fica aqui este esclarecimento, talvez muitos o desconhecessem, mas o mais importante é que os nossos Governantes usem o Princípio Constitucional que os obriga a tratar todos os Cidadãos de igual modo - o Princípio da Igualdade.
Campo Maior, 21 de Outubro de 2008
siripipi-alentejano

domingo, 19 de outubro de 2008

ACTAS E DECISÕES MUNICIPAIS ON LINE

As decisões das Câmara Municipais são tomadas nas reuniões e dessas decisões são lavradas Actas, que devem conter um resumo do que de essencial nela se tenha passado. As deliberações também só adquirem eficácia depois de aprovadas e assinadas as respectivas actas.
Para que essas deliberações tenham eficácia externa, bem como as decisões dos respectivos titulares, devem ser publicadas em editais afixados nos lugares do costume ou no Diário da República e Jornais Regionais ou Nacionais quando a Lei expressamente o determine.
A verdade é que há muitas decisões que não sendo obrigatórias, constam das actas, mas são desconhecidas da maioria dos Munícipes. A evolução tecnológica que a informática permite e a Internet, tornaram-se para os Municípios, o principal veículo de conhecimento dessas decisões, publicando on line as suas actas (quase todas as Câmaras têm o seu site).
Em Março do corrente ano, foi presente na reunião da Câmara uma proposta do Vereador João Muacho sugerindo que as actas fossem publicadas no site do Município na Internet e apesar dos Vereadores da Oposição não verem inconveniente, a Vereadora Ana Golaio usou da palavra e disse que não concordava uma vez que tem conhecimento de que ninguém consulta actas, a não ser agora algumas pessoas tenham necessidade de mostrar qualquer coisa (palavras transcritas em acta), no entanto o Senhor Presidente foi mais prudente e informou que iria consultar os Serviços dessa viabilidade e propôs remeter essa proposta para uma próxima reunião, o que foi aceite.
Já passaram alguns meses e essa decisão ainda não foi tomada, era de todo o interesse ser do conhecimento público a sua publicação no site da Câmara, mas enquanto isso não sucede é através da folha de informação de João Muacho (www.joaomuacho.info) que vamos tendo conhecimento do conteúdo das actas Municipais e das suas propostas, discussões e deliberações.
Essas publicações tiveram início em Março, eram assaz importante que os Campomaiorenses perdessem algum tempo e verificassem, com os vossos olhos, como funciona a nossa Câmara, dessa leitura irão tirar inúmeras ilações e poderão verificar da capacidade de intervenção de todos os elementos que constituem o Executivo Municipal e porque é que Campo Maior continua a marcar passo relativamente a outros concelhos vizinhos.
Aguardo essas leituras para depois podermos discutir a realidade e o futuro de Campo Maior, estamos a um ano de eleições autárquicas e é tempo de se poder separar o trigo do joio, por forma a que a nossa Terra se torne um concelho cada vez melhor e onde nos possamos sentir bem.
Campo Maior,19 de Outubro de 2008
siripipi-alentejano

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Poder Local e o Reverso da Medalha

O 25 de Abril de 1974 libertou-nos de uma ditadura e trouxe-nos a Liberdade e a Democracia, a revolução dos cravos instituiu o Poder Local e hoje podemos apregoar aos sete ventos, independentemente de muitos erros cometidos, que foi e continua a ser a mola real do desenvolvimento, da modernidade do nosso País. Foi através do Poder Local que os seus Eleitos, como representantes legítimos do Povo, criaram a realidade que são hoje as Cidades, Vilas e Aldeias de Portugal.
Os Municípios têm o direito e esperam dos Eleitos, serem rapidamente beneficiados pelas actividades desenvolvidas pelos Órgãos e Serviços; serem tratados com consideração; obterem fácil e rapidamente informações correctas sobre os seus problemas; cumprir as suas obrigações/deveres e obterem soluções rápidas para as suas pretensões sem perderem tempo; poderem influir directa ou indirectamente na tomada de decisões, nomeadamente naquelas que possam afectar a comunidade onde estão inseridos que influirão na sua qualidade de vida, na sua actividade e no seu património.
São esta premissas que devem nortear os Autarcas. Mesmo assim, os Eleitos confrontados com dificuldades de vária ordem, contribuíram desinteressadamente para que o Poder Local frutificasse e conseguiram com denodo, esforço e muito trabalho, arrancar da letargia, do marasmo em que se encontravam antes do 25 de Abril, a maioria dos nossos Concelhos. É um trabalho sobejamente reconhecido por todos e que merece o nosso respeito e admiração.
Passados que são mais de trinta anos, as Autarquias já conseguiram dar resposta à maioria das necessidades existentes e hoje podem dedicar-se ao cumprimento de outras competências e atribuições, designadamente nas áreas da Educação, Tempos Livres e Desporto, Saúde, Acção Social, Defesa do Consumidor, Protecção Civil, Promoção do Desenvolvimento, etc..
Campo Maior beneficiou desse desenvolvimento, contudo, ainda há muito por fazer e é pena ver que as verbas orçamentadas não estejam a ser aplicadas da melhor maneira. Uma das razões é o excesso da despesa com Pessoal ao serviço da Autarquia, com a Cultura e outras despesas correntes, restando muito pouco para investimento. O Pessoal ao serviço da Autarquia, segundo consta, ultrapassa as duas centenas e meia e dever-se-á perguntar, o que fazem?
As obras por administração directa são poucas e há ainda que ter em consideração a entrega da água em baixa à Aquamaior e da construção da Piscina Coberta à Campiscinas, a Câmara vai-se esvaziando de competências e o Pessoal mantem-se ao seu serviço, continuando-se diariamente a admitir mais pessoal para fazer o quê?
Mas as Festas, os Almoços e os passeios continuam ao longo do ano, são gastos algumas centenas de milhares de euros e o Presidente da Câmara aproveita todos esses eventos para fazer demagogia e propaganda eleitoral para uma nova candidatura. A verdade é que continuam a existir obras prementes que não se realizam por falta de vontade política, há projectos aprovados com financiamentos à sua disposição, no entanto a Estrada da Barragem, Estrada de Ouguela, C.M. 1109 e 1115, Requalificação do Centro Histórico, Recuperação do Parque Habitacional degradado responsabilizando os seus proprietários, Recuperação do Património Monumental. etc..
É isto que se deve fazer, as Festas também são necessárias, a Cultura necessita de uma dinamização diferente e a acção social também deve ser olhada de outra maneira.
De 18 a 26 de Outubro vão ter lugar a Festa dos Avós, é mais uma semana onde vão ser gastos milhares de euros, é uma Festa como as outras que já tiveram lugar e será um palco especial para que João Burrica inicie a sua campanha eleitoral e aproveite a ocasião para fazer política tendo sempre em vista os seus benefícios pessoais, espero que os avós não se deixem enganar uma vez que uma das suas intenções é fazer passar a ideia que são eles e só graça a eles é que são feitas estas Festas.
O show off vai começar e somos nós os pagantes, não estou contra uma homenagem aos Avós, eu também sou Avô, no entanto, julgo que há outras formas de celebrar e homenagear os Avós do nosso Concelho com gastos mais reduzidos, a época que atravessamos é de crise e não se sabe o que o futuro nos trará.
Voltando ao Poder Local e ao que afirmei no princípio deste trabalho, termino apelando ao bom senso dos futuros Autarcas, uma vez que daqui a um ano vai haver eleições autárquicas e dizer-lhes que em politica há princípios que se tornam difíceis de defender e até de alterar no Poder Local. Eu arriscava a defesa de um princípio que se poderia implementar e ao qual chamaria "Princípio da Harmonia e Coerência", basta que os futuros Eleitos ao tomarem posse dos seus cargos, ficassem lá fora as suas ideologias e em conjunto, sem a acção dos Partidos ou Coligações que os elegeram, sem preconceitos, unidos dessem as mãos e definissem como objectivo principal, uma luta constante em prol do bem estar e qualidade de vida das suas populações e do desenvolvimento da sua Terra.
Campo Maior, 15 de Outubro de 2008
siripipi-alentejano


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Alcunhas de Campo Maior

ALCUNHAS DE CAMPO MAIOR


Ao longo dos anos vai-se escrevendo e guardando esses escritos numa qualquer gaveta. De tempos a tempos vasculham-se as gavetas e os escritos aparecem, muitos deles são actualizados e até por vezes são publicados na imprensa.
Há dias ao abrir uma dessa gavetas da minha secretária, deparei com um pequeno opúsculo que intitulei de “Apodos e Gentílicos de Campo Maior” que continha algumas centenas de Alcunhas de Campomaiorenses, datado de 18 de Dezembro de 1993, uns ainda vivos e muitos deles já falecidos, todavia, essas alcunhas continuam vivas entre nós.
Por achar ser um trabalho interessante, merecedor de ser conhecido por todos os Campomaiorenses, resolvi em 2006 actualizá-lo por saber que existiam outras alcunhas mais recentes merecedoras de ali constarem.
Dessa actualização, este trabalho passou a conter quase 1200 alcunhas e espero que desperte em vós alguma satisfação em recordar essas pessoas.
Vou publicá-lo na Internet, no meu blog siripipi-alentejano e espero o vosso comentário e eventualmente a indicação de outras alcunhas.
A presente publicação é antecedida da Nota de Abertura que subscrevi em 1993, no entanto quero acrescentar-vos que já antes, por volta de 1986, tinha elaborado uma outra folha que só continha algumas dezenas de alcunhas.
Para terminar, quero aqui deixar-vos um pequeno esclarecimento, nas últimas Festas do Povo apareceu um livro de alcunhas cuja autora que não reside em Campo Maior, resolveu plagiar-me e até com essas alcunhas fez um poema que hoje é cantado.
O meu trabalho é fruto de uma recolha que fiz entre as gentes da nossa Terra, o que me lisonjeia poder dá-lo a conhecer.
O meu bem-haja

Campo Maior, 5 de Outubro de 2008

Siripipi-Alentejano
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Breves palavras

Apodos e Gentilicos

domingo, 5 de outubro de 2008

Câmara Municipal nega proposta de Vacinação contra a Meningite

Como já tive oportunidade de referir noutros trabalhos, as Autarquias Locais estão dotadas de competências e atribuições. É atribuição de uma Autarquia tudo o que diz respeito aos interesses próprios, comuns e específicos das suas Populações e , designadamente, entre outras, a Saúde.
Importa ainda referir que existem diversos princípios, mas segundo o Princípio da Especialidade, os Órgãos das Autarquias só podem deliberar no âmbito da sua competência e para realização das atribuições da respectiva Autarquia.
Face a este enquadramento legal, a Saúde é uma das áreas prioritárias, tanto na participação e no planeamento da rede de equipamentos de saúde concelhios, como na definição das políticas e das acções de saúde pública levadas a cabo pela Delegação de Saúde.
Este preâmbulo serve para que retirem as ilações necessárias da deliberação da nossa Câmara, tomada em reunião do dia 1 de Outubro, face à proposta apresentada pelo Vereador João Muacho.
Como é do conhecimento geral, existe um Plano Nacional de Vacinação em vigor desde 1 de Janeiro de 2006, que é da responsabilidade do Ministério da Saúde e integra as vacinas consideradas mais importantes para defender a saúde da população portuguesa. Estes programas de vacinação podem ser alterados de um ano para outro, em função da adaptação do Programa às necessidades da população, nomeadamente pela integração de novas vacinas.
A vacina contra a meningite designada pneumocócica conjugada heptavalente (Pn7), administrada em quatro doses foi retirada do Plano Nacional de Vacinação, não sendo por isso gratuita, o que significa que as crianças para ficarem imunes, ao tomá-las, têm que ser a expensas dos Pais.
Pela folha de informação do Vereador João Muacho, publicada na Internet, tive conhecimento, que na posse dos dados acima referidos, aquele Edil apresentou uma proposta no senti do de que a Câmara Municipal de Campo Maior (como já fizeram inumerissimos Concelhos) aprovasse um Plano Municipal de Vacinação para todas as crianças do Concelho, com idade para serem vacinadas com "Prevenar". Que os custos de aquisição (mais ou menos 15.ooo a 20.ooo €) de todas as vacinas necessárias para as quatro doses fossem adquiridas pelo Município, independentemente do estrato social e ou situação sócio-económica dos Pais.
Igualmente, o Vereador João Muacho, propôs que fosse articulado com o Centro de Saúde de Campo Maior e Farmácias do Concelho, a forma de divulgação, prescrição e fornecimento da vacina "Prevenar".
A presente proposta tinha por finalidade dar resposta a um problema dos jovens campomaiorenses em idade de serem vacinados contra a meningite, é um problema de saúde pública que deve merecer a maior atenção dos nossos Autarcas.
O custo médio de cada dose de Prevenar ronda os 71,00 € e não tem qualquer tipo de comparticipação, o que só por si se torna num valor difícil de suportar para a maioria das nossas famílias, que face às dificuldades económicas em que vivem, têm que tomar a difícil decisão de não vacinar os seus filhos (palavras de João Muacho).
Numa análise fria poder-se-á tirar esta ilação: é uma proposta consciente e de muita preocupação face ao período económico tão difícil. É uma proposta que traduz a preocupação de um Vereador visando o bem-estar e a saúde da população mais jovem da nossa Terra.
Infelizmente, no Executivo do nosso Município, nem todos pensam assim, a proposta foi submetida a apreciação e votação. Depois de apreciada e discutida, o Executivo deliberou, por incrível que pareça, REPROVAR A PROPOSTA do Vereador João Muacho. Votou a favor o autor da Proposta, votaram contra o Senhor Presidente da Câmara e a Vereadora Ana Golaio e abstiveram-se os Vereadores Francisco Fonenga e Isabel Raminhas.
É com muita indignação, com repúdio, como Municípe e antigo Dirigente Municipal que quero aqui expressar quanto sinto por esta tomada de posição. Como é possível que um Executivo, eleito por todod nós, não esteja atento a estas situações e de animo leve reprovem uma proposta justa e do maior interesse para toda a Comunidade.
Uma eventual aprovação desta despesa em nada contrariaria os preceitos orçamentais por não constituir nenhuma irregularidade. A verdade é que este Município tem cometido irregularidades gravíssimas, já denunciadas e em matéria de vacinação contra a meningite (despesa contemplada nas atribuições inerentes à Saúde), pretendem ser demasiado zelosos com os dinheiros públicos.
Não seria melhor abdicar dos gastos em Semanas das Tradições, dos Avós (e os Netos?), Festas, Festinhas e Festanças e aplicá-los na saúde e bem-estar dos filhos dos Campomaiorenses!
Finalmente deixo-vos este alerta, será que os Eleitos no Executivo Municipal merecem o nosso respeito?
Sem que alguém me tenha pedido, julgo, como já o disse noutro trabalho, a única oposição coerente e válida no Executivo Municipal é a exercida actualmente pelo Vereador João Muacho, os outros elementos da oposição só lá estão para, como diz o Povo: "Para verem passar a Banda"!...
Campo Maior, 5 de Outubro de 2008
siripipi-alentejano

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Semana das Tradições - Protesto

Na passada 2.ª Feira, dia 29 de Setembro, a Assembleia Municipal de Campo Maior, reuniu em sessão ordinária para análise e discussão de diversos assuntos de interesse concelhio. Como é habitual, antes dos assuntos agendados há um período em que os Deputados podem apresentar e
discutir assuntos diversos, apresentar moções ou formular propostas. A Semana das Tradições teve o seu epílogo, muito se escreveu e falou, uns concordaram e outros discordaram da sua realização e do aproveitamento politico que teve em descrédito das Festas do Povo. Como é a Assembleia Municipal um Órgão Deliberativo e Fiscalizador da Actividade Municipal, o Deputado eleito pelo M.I.C.M., Tiago Veríssimo, apresentou tal como no ano passado, a seguinte Nota de Protesto, que passo a transcrever: - Em 2007 apresentei neste Órgão Deliberativo um documento em que manifestava o meu desagrado pela realização das Varandas de São João, nessa Nota de Protesto referi a forma leviana que a Câmara Municipal adoptou para promover esse anacrónico evento.
A verdade é que a sua divulgação por todo o País e na Internet induziu erradamente inúmeros Turistas que se deslocaram a Campo Maior pensando tratar-se das Festas do Povo.
Apesar desse logro e do fiasco que foram as Varandas de São João (60 janelas ornamentadas), este ano o Executivo Municipal resolveu, de novo, lançar o evento e agora cognominando-o pomposamente de "Semana das Tradições".
Como é apanágio do Senhor Presidente João Burrica, a demagogia e o facilitismo fazem parte da sua governação e de novo na Nota de Abertura do Programa, quis-nos passar um atestado de burriquismo pensando que todos os Campomaiorenses são atrasados mentais e que não sabem e conhecem o que são Tradições e Usos e Costumes.
Na nota de Abertura é afirmado: "É a Festas que os Campomaiorenses gostam de participar, à qual assistem com alegria e que transportam no coração porque as suas raízes e a vivência das suas gentes estão nelas representadas. As Tradições são inequivocamente, um momento de grande exaltação à nossa cultura, ao nosso bairrismo, à nossa forma de ser Campomaiorense".
Como é possível que o representante de todos os Munícipes Campomaiorenses possa dizer estas barbaridades!
Mais uma vez lhe digo que a maior das nossas Tradições são as Festas do Povo e V.Exª. sacudindo a água do capote, mandou inserir no site do Município uma noua informando que as Festas do Povo não se realizavam porque não existia Direcção Administrativa, para com este Evento poder tapar o Sol com uma peneira.
O que é de lamentar é que o aproveitamento político da falta de uma Direcção atinge as raias do vergonhoso, como o que sucedeu durante a semana, quando nos visitaram centenas e centenas de pessoas vindas das mais diversas partes do País e até de Espanha, atraídos por publicidade enganadora com que a Organização do chamado evento "Varandas de São João (???) - São João em Agosto só pode ser para coincidir com as datas normais da realização das Festas do Povo - logo aqui começou o aproveitamento, não fornecendo informação antecipada a quem a procura, ficando-os na dúvida.
A finalidade é terem visitantes em número suficiente para que, depois, virem para a Comunicação Social falar em mais uma das suas iniciativas coroadas de "enorme êxito", ainda por cima quando havia umas dezenas de fachadas ornamentadas... e nas Ruas principais só haviam duas ou três...
Na organização deste evento, como de tentos outros, continua pois a imperar a máxima "Os fins justificam os meios".
Os visitantes que aqui estiveram vieram enganados e publicamente manifestaram a sua insatisfação. Foi a vergonha e o descrédito para Campo Maior e para quem nos (des) governa...
Será que este Turistas, que vimos indignados nos mais diversos pontos da Vila, cá voltam quando houver Festas? Campo Maior não merece comportamentos desta estirpe. Felizmente que nos resta uma consolação - a maior parte da população já vislumbrou o embuste e deixou de aderir a esta palhaçada.
Pelos factos apontados, o signatário na qualidade de Vogal deste Órgão, manifesto publicamente, o meu Protesto pela realização desta 3ª.edição das Varandas de São João e termino transcrevendo o que foi escrito na Internet, no Blogue - De Campo Maior - referindo-se à inexistência de Direcção Administrativa na Associação de Festas: "Só mesmo de muita má fé se pode fazer tal afirmação. Então, e antes de haver associação, como se faziam as Festas? Certas mentalidades continuam a pensar que basta dizer muitas vezes a mesma mentira para que ela comece a soar como se fosse verdade. Habituados a não ser contestados dentro da cirte em que se integram, esquecem que nem todos têm memória curta e que haverá pessoas com capacidade para discernir a verdade das coisa".
Foi este o protesto apresentado e que vai constar na acta daquela sessão, todavia, lamenta-se que o Senhor Presidente da Câmara e a sua Vereadora da Cultura não tenham proferido qualquer comentário e como diz o nosso Povo " Quem cala consente".
Campo Maior, 2 de Outubro de 2008
siripipi-alentejano