domingo, 31 de agosto de 2008

Convento de Santa Beatriz precisa da nossa ajuda

Normalmente no dia 1 de Setembro comemora-se o dia de Santa Beatriz da Silva, é uma data que especialmente diz respeito a todos os Campomaiorenses, por ser a única Santa Portuguesa canonizada e ter nascido em Campo Maior. Foi Santa Beatriz da Silva a fundadora da Ordem da Imaculada Conceição, também conhecidas pela Ordem das Concepcionistas, existindo vários Conventos em Espanha, Brasil e em Campo Maior.
Há dias apercebi-me da existência de um site na Internet "santabeatrizdasilva.blogspot.com" visitei-o e para meu espanto, deparei com uma carta de apelo das Irmãs residentes, que me permito transcrever alguns parágrafos, por entender merecer maior divulgação: "É com todo o respeito e humildade que nos dirigimos a vós. Somos uma comunidade de Vida Contemplativa da Ordem da Imaculada Conceição (Concepcionistas)....Pela graça do nosso bom Deus, somos uma comunidade florescente pois dos dezasseis elementos que a constituem, seis são Jovens. Vivemos em Campo Maior (Alentejo)-Portugal, terra onde nasceu a nossa fundadora - Santa Beatriz da Silva.
O Convento onde habitamos e a respectiva Igreja foram construídas em 1685 (Séc.XVII). Daí por ser um Convento já muito antigo vai precisando de obras e neste momento a Igreja do Mosteiro constitui uma fonte de preocupação para nós pois a chuva já entra pelo telhado e está danificando consideravelmente o tecto e as paredes.....
Se somos o coração da Igreja e se a nossa principal missão é rezar, levar até Deus as inquietações de toda a humanidade, então precisamos de criar um espaço propício que nos ajude a cumprir a nossa vocação-missão. Para tal precisamos de colocar um telhado novo na Igreja e dentro dela criar um espaço de oração para a comunidade.........
É esta a razão pela qual hoje nos dirigimos a vós. Temos necessidade de reconstruir a Igreja que nos está confiada mas para tal não o conseguimos fazer sozinhas, contando só com as nossas forças por isso recorremos hoje a si, buscando um apoio para o financiamento da restauração da Igreja".
É um apelo que me comove como Campomaiorense, quando sei que existe muito dinheiro dos contribuintes mal aplicado, muito desse dinheiro esbanjado em futilidades, era muito mais bem aplicado na reabilitação, manutenção e conservação do nosso Património Monumental, o Convento de Santa Beatriz da Silva, que todos conhecemos e onde, por vários motivos, já lá entramos, é um Monumento que necessita de ser preservado e que faz parte da nossa História.
Onde estão os Mecenas desta Terra? Porque é que a Câmara Municipal, que ajudou noutras recuperações (Igreja Matriz e Igreja de São Pedro) não faz uma pareceria com o Convento?
O Município tem Serviços Técnicos com Engenheiros Civis, Arquitectos, Desenhadores que poderão fazer o levantamento da situação e elaborar o projecto e respectivo orçamento de execução. À Câmara Municipal, nesta matéria pode igualmente, através do seu orçamento, tomar a iniciativa da obra sem que possa ser-lhe imputada alguma ilegalidade, é um património que pertence a Campo Maior e uma das funções do Município é zelar e conservar esse Património.
Os Mecenas, onde todos nós estamos incluídos, independentemente das suas dificuldades económicas, podemos contribuir depositando as suas dádivas na C.G.D. (Nib:0035202900009116230) - (Niban:PT0035.2029.0000.9116.2302.7).
Termino este apelo, citando as Irmãs Concepcionistas de Campo Maior : Sabemos que nos tempos que correm, a vida a nível económico está um pouco difícil, mas acreditamos que com a ajuda e a generosidade de todos aqueles que queiram contribuir com alguma dádiva, poderemos fazer face às despesas inerentes à obra.
Julgo que não são necessárias mais palavras, vou contribuir e apelo-vos que façam o mesmo,bem haja a todos o que o fizerem, as Irmãs do Convento e Santa Beatriz da Silva certamente saberáo reconhcer o nosso sacrifício. Somos um Povo com bom coração, é apanágio da nossa força de ser, ajudar quem precisa e este é um desses casos.
Campo Maior, 31 de Agosto de 2008
siripipi-alentejano

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Barragem do Caia - Aproveitamento Turístico e sua Limpeza

O verão deste ano não tem sido a estação a que estamos habituados, mas apesar disso alguns fins-de-semana permitiram a muitos cidadãos com uma vida sedentária, ir para o campo e respirar o ar puro, libertando-se do stress duma vida vivida em ambientes muitas vezes carregados e propícios à poluição.
Quando o Sol desperta, somos como os lagartos libertando-se do período de hibernação, voltando de novo à vida, o ser Humano é assim.
No passado domingo, a manhã convidava ao passeio, resolvi ir à Barragem do Caia e no paredão, olhando aquela imensa Albufeira que na sua plenitude pode atingir 203.000.000 m3 e saboreando aquela paisagem maravilhosa, senti-me deprimido e pequeno com o estado lastimoso em que se encontra. Mais sereno pude admirar alguns barcos à vela deslizando suavemente nas suas águas, vi pescadores deliciando-se no seu desporto favorito, enquanto outros em piquenique saboreavam lanches ou banhavam-se, enfim, era um contacto com a natureza assaz salutar.
A Barragem do Caia foi inaugurada em 1967, tem 41 anos de existência, é a maior albufeira do Distrito de Portalegre e foi construída com a finalidade de regar milhares de hectares de terrenos a jusante e também, mais recente, para abastecimento público dos concelhos de Campo Maior, Elvas e Arronches.
De repente e enquanto meditava, ocorreu-me um provérbio popular. O Povo na sua alta sabedoria nunca se engana e os provérbios têm sempre alguma verdade e este não foge à regra: "Deus dá nozes a quem não tem dentes".
É uma verdade que não podemos contestar, como também não é menos verdade que os responsáveis dos três Municípios já tentaram o impossível para contrariarem a verdade deste provérbio. A Barragem continua como dantes, penso que a situação ainda não foi ultrapassada, por falta de vontade política de alguns responsáveis ou por inépcia e interesse de liderança por parte de outros, mas a maior e única verdade é que passados 41 anos, continua-se sem se fazerem as infra-estruturas necessárias para o seu aproveitamento turístico e quiçá contributivas de desenvolvimento. A única infra-estrutura é o Parque de Campismo e esse, segundo o que consta, é mal administrado, com poucas condições e não serve convenientemente os seus utentes.
Mesmo assim a Barragem é procurada pelos nossos vizinhos Espanhóis, que durante a primavera e verão, fazem dela a sua principal estância balnear e de prática desportiva, nós somos os que menos nos servimos dela.
Após estas reflexões resolvi passar pelo Ninho da Cegonha e depois na margem da albufeira que confina com monte do Favas Verdes, fiquei perplexo com a sujidade deixada pelos utilizadores daqueles espaços, são garrafas de plástico, restos de comida, dejectos, enfim, um espaço conspurcado, é notório a falta de civismo de quem ali acampa.
Onde estão as Autoridades? Segundo sei, na Espanha há regras muito rígidas na utilização das albufeiras, não lhes é permitido tal procedimento e são aplicadas coimas elevadíssimas aos prevaricadores.
Hoje, existe na G.N.R. uma brigada especial para a defesa do meio ambiente, é pois para esta situação que chamo a atenção de quem de direito, a Barragem do Caia é um espaço público partilhado por todos, Portugueses e Espanhóis, que merece ser respeitado.
Há necessidade de se regulamentar a sua utilização, as Autoridades devem proceder à instalação de receptores de lixo e ao mesmo tempo criando equipas que procedam periodicamente à sua limpeza.
Os Minicipios abrangidos pela Albufeira, têm uma palavra a dizer, é necessário criar para bem do Turismo zonas de lazer, por exemplo: Construindo um Hangar para barcos; implantando um Parque de Merendas com todas as condições de segurança e de higiene; Construindo uma Zona de Recreio e uma Residencial que poderia ser objecto de uma concessão de exploração.
O Turismo é uma das maiores fontes de receita do nosso País e a nossa Barragem, devidamente aproveitada, poderia servir como uma estância turística de grande valor, como já outras que já existem em Portugal . Haja quem pegue na ideia e a implemente.
Campo Maior, 28 de Agosto de 2008
siripipi-alentejano

sábado, 23 de agosto de 2008

TRADIÇÕES

Perdoem-me os mais antigos, mas no tempo da velha senhora, os governantes para manterem o Povo sereno e distraído, davam-lhes festas e transmissões de futebol (ópio do povo) e assim mantinham nos afastados dos problemas do dia-a-dia (a guerra do ultramar, a fome, a discriminação e uma vida de opressão) foram estes contextos que levaram o nosso Povo a procurar a emigração no intuito de terem uma melhor vida e de fugir à ditadura.
Infelizmente a ditadura propriamente dita acabou, a democracia nasceu e a liberdade foi uma dádiva dos Capitães de Abril, todavia, ainda remanesceu alguns focos não da ditadura, mas sim de um novo sistema político mais moderno - a autocracia.
Ao longo da história mais recente, todas as manifestações festivas, quando não religiosas, tinham uma forte vertente política e os políticos com a sua esperteza, têm-se sempre socorrido dessas manifestações culturais para proveito próprio.
Uma das formas mais usadas para obter votos, são os favores políticos, as festas, as excursões, os almoços e jantares a qualquer pretexto, pois nessas práticas podem-se gastar o dinheiro dos contribuintes a seu belo prazer, o que interessa é que se amealhe mais um punhado de votos. O nosso Povo gosta muito destes tipos de actividade, mas as obras mais prementes e de maior necessidade ficam guardadas nas gavetas. O que mais interessa são as Festas!
As Festas do Povo são um símbolo vivo da cultura dos Campomaiorenses e constituem uma verdadeira enciclopédia das nossas tradições, dos nossos usos e costumes e da nossa hospitalidade. É um trabalho desinteressado feito ao longo de vários meses, é um verdadeiro trabalho de cariz comunitário, é um espectáculo genuíno da nossa cultura popular, poucos são os Povos que conseguem realizar esta tão grande magia de cor e beleza.
O investimento nas Festas do Povo é uma aposta no futuro de Campo Maior, é uma forma de criação de uma marca poderosa e de divulgação da nossa realidade e não nos podemos esquecer que as centenas de milhares de visitantes afirmam que as Festas do Povo são únicas no Mundo, porque representam o poder de criatividade, de esforço e de beleza dum Povo que há mais de um século sabe fazer das suas Festas o mais belo cartaz turístico da sua Terra e da sua Região.
É pena que a Câmara Municipal não aproveite este verdadeiro património popular e sacuda a água do capote, como diz o Povo, e no seu site de apresentação da Semana das Tradições diga: "A organização e gestão das Festas do Povo compete a uma Associação legalmente constituída para o efeito, em virtude da Direcção Administrativa se ter demitido não é possível realizar as Festas do Povo de 2008".
É compreensível a razão desta frase. Diria mesmo, que é desculpa de mau pagador e porquê?
Antigamente não existia Associação e as Festas, quando a vontade do Povo as decidia, organizava-se uma Comissão e com o apoio da Autarquia as Festas realizavam-se, não era preciso haver Associação, o que contava era a voz dos Campomaiorenses. Hoje, os tempos são outros e até a União Europeia tem programas que podem comparticipar as Festas, o que sucedeu nas últimas que foram comparticipadas em cerca de 250.000 € (50.000 contos).
O que é de lamentar é que se gaste milhares de contos na moeda antiga em todo o tipo de Festas e não existir vontade em apelar ao Povo para que não deixe morrer as Festas do Povo. Todos sabemos que existem dezenas de Terras a imitar-nos e os seus Municípios, mesmo sabendo que é um plágio, são os primeiros a dar-lhes apoio.
Em Campo Maior tudo é diferente, a nossa Cultura é uma fonte de despesismo e o que se deveria fazer fica no esquecimento, agora inventou-se a Semana das Tradições com Desfiles Etnográficos e as Varandas de São João. No próximo ano há eleições, talvez João Burrica o queira aproveitar para retirar alguns dividendos, nunca se sabe!
Neste evento de nove dias e segundo o programa oficial vão desfilar 20 agrupamentos de outros concelhos (deslocação, cache e alimentação) e 5 de Campo Maior (Grupo Etnográfico de Campo Maior; Rancho Folclórico de Campo maior; Grupo de Amigos das Harmónicas; Musical União de Degolados e Grupo de Saias de Campo Maior).
Das Tradições anunciadas a única que eventualmente tem a sua razão de ser são os Aventais e mesmo esses só os maiores de 60 anos se recordarão de serem exibidos pelas Mulheres em domingos e dias festivos. Os trajos das profissões são-nos mostrados pelos vinte grupos que nos visitam e que vão desfilar. os trajes de Campo Maior têm que ser retirados dos baús das nossa avós e os vestidos de chita são mais uma miragem da Senhora Vereadora da Cultura, é natural que a tenham elucidado que há alguma dezenas de anos, durante os carnavais, as marchas do Joaquim Elvas, António Bajé e Carrasco, mostravam e falavam de saias brancas e riscadinhas e de vestidos de chita (roupa usada no princípio do século passado).
Estas Tradições, na minha opinião, é mais um atentado à nossa cultura, aos nossos usos e costumes e à memória dos nossos antepassados e só servem para que os Restaurantes, na mostra de gastronomia, possam servir refeições às centenas de figurantes dos diversos grupos que se têm de alimentar. As Janelas de São João, como no ano passado, vão induzir erradamente alguns Turistas que se deslocam a Campo Maior pensando que se trata das Festas do Povo.
Finalmente e como já o fiz o ano passado, quero dizer ao Senhor Presidente da Câmara que contrariamente ao que afirma e subscreve no preâmbulo do Programa Oficial, estas Tradições não são as Festas que os Campomaiorenses gostam de participar, é uma grande mentira e até demagógico afirmar que se trata de um momento de grande exaltação da nossa cultura, do nosso bairrismo e da nossa forma de ser.
Se o saudoso Fernando Pessa fosse vivo diria: E esta heim!
Tudo o que alega João Burrica é sim aplicável às Festas do Povo e nunca às Tradições, por muito que queira fazer é o mesmo que dizer " É tapar os olhos com a peneira".
Campo Maior, 23 de Agosto de 2008
siripipi-alentejano

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Divagar - As Árvores Morrem de Pé

Às vezes apetece-me divagar ao sabor do querer. Para divagar e sem me debruçar num único assunto, percorro os caminhos do dia-a-dia e faço uma análise precisa e concisa do sucedido.
Os nossos olhos têm uma força avassaladora nos destinos da consciência e como dizia um grande filósofo: "O nada, é uma faca sem cabo à qual lhe extraímos a lâmina".
Perguntar-me-ão porque é que inicio assim esta divagação! A verdade é que sou campomaiorense e sofro imenso quando algo da minha Terra é destruído, é o mesmo do que assistir ao apunhalamento de algo que me é querido e sem poder prestar a minha ajuda.
Alguém escreveu que as Árvores Morrem de Pé, quando uma árvore é abatida é um ser que morre, é uma vida que se perde, é um património de todos que desaparece e que muita falta nos fazia.
Um dia em Campo Maior, alguém com poderes de decisão, para mostrar obra, resolveu remodelar o Jardim Municipal, a verdade é que não existia projecto nem orçamento (só na última reunião é que foi dado a conhecer esse projecto aos Vereadores da Oposição), mesmo assim e dessa inspirada decisão resultou o abate de sebes e da maioria das árvores e a impermeabilização do chão de terra que existia. As árvores que tiveram a sorte de não terem sido abatidas, privadas de água nas raízes, a curto prazo secarão.
Mais um atentado ao nosso património vegetal está-se consumando e como prometeu, o Senhor Presidente da Câmara iniciou no dia 18 de Agosto, o desmantelamento de mais uma parte do Jardim Municipal, mais cinco árvores viçosas e toda a vegetação junto da estátua de Santa Beatriz foi destruída, é mais uma das machadadas que João Burrica nos habituou.
Ironicamente o autor deste "genocídio" florestal convidou os cidadãos a desfrutar dele e apelou aos campomaiorenses que respeitem o Jardim. Apetece-me perguntar-lhe, o Senhor Presidente como Técnico Agrícola não respeitou um legado que lhe foi conferido e que era considerado e muito bem, um ex-libris da nossa Terra?
A incúria é a fonte de todos os males. O mal está feito, foi um acto lamentável, o que posso fazer é deixar aqui para memória futura nota desse facto e a minha mais veemente repulsa.
As árvores morrem de pé, mas a incúria de quem as liquidou continuará activa, quem sabe para dar próximas provas. E como diz o blogue "De Campo Maior" sobre o abate de árvores - Senhor Presidente - Pode efectivamente justificar tudo o que está a fazer a este Jardim, com a excelência dos seus conhecimentos técnicos? Demasiada convicção tende a confundir-se com excessiva presunção. Se as árvores não forem substituídas por outras mais adequadas às circunstâncias em que estão a ser utilizadas, o senhor arrisca-se a deixar como marca da sua gestão uma "Pégada Ecológica" muito superior à que o maior dinossauro poderá ter deixado sobre a superfície do território".
Não nos devemos esquecer que as ÁRVORES DEVEM MORRER DE PÉ.
Campo Maior, 19 de Agosto de 2008
siripipi-alentejano

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A Piscina Coberta que é de quem não é!

Encontra-se em fase de conclusão a Piscina Coberta, trata-se de uma obra do maior interesse para os Campomaiorenses e que é um dos seus mais velhos anseios, investimento com o qual concordo completamente, todavia, por ter sido um processo dúbio há necessidade de dar a conhecer como se processou, quanto custa e quem o vai pagar.
A maioria dos Municípios têm construído inúmeros equipamentos análogos socorrendo-se de candidaturas a Fundos Comunitários que poderão atingir os 70% de comparticipação e nos restantes 30% ainda lhes é permitido contrair empréstimo no Banco Europeu de Investimento a longo prazo, com uma taxa de juro reduzida, não contando este empréstimo para o plafond de endividamento.
O nosso Município julga que é muito rico e por isso não esteve interessado em candidatar a Piscina Coberta aos Fundos Comunitários como o fizeram outros Concelhos Alentejanos (Crato, Cuba, Castelo de Vide, Castro Verde, Elvas, Beja, Mértola, etc.).
Como queremos ser diferentes dos outros, apesar da Lei o permitir, a Câmara de Campo Maior criou em Maio de 2006 a Empresa Municipal CAMPOMAYOR XXI e à qual lhe foi definido como objectivo social: o desenvolvimento, implementação, construção e exploração de áreas de desenvolvimento urbano prioritárias - tratam-se de competências que a Câmara vai abdicar e que bem melhor as poderia exercer.
Enfim, há outros valores mais altos, que possivelmente estão no seu pensamento!
A Campomayor XXI foi constituída com um capital social de 50.000 €, verba transferida pelo Município. Criada esta Empresa, estavam reunidas as condições para que a Piscina Coberta fosse construída. Contrariando o PDM,a Câmara resolveu construir este equipamento na Fonte Nova quando havia melhores condições de edificação na Zona Desportiva onde já existem outros equipamentos desportivos e de lazer e onde os terrenos para essa expansão seriam mais baratos.
O Senhor Presidente da Câmara num processo inflacionário, com um método de aquisição de terrenos sem qualquer tipo de avaliação, adquiriu em Julho de 2006, pelo valor de 374.099 €, um prédio rústico na Fonte Nova, com a área de 20.258,68 m2 (a 18,47 €/m2 quando vinham sendo adquiridos outros terrenos a cerca de 5,00€/m2) parte deste prédio destinar-se-ia à Piscina Coberta e a um Centro Geriátrico.
O problema é que futuramente os proprietários dos prédios rústicos confinantes, sem qualquer tipo de infra-estruturas, não irão cedê-los a valores inferiores, assim estão criadas condições especulativas por culpa do Municipal ao inflacionar os valores.
Nesse mesmo mês, a Câmara com o aval da Assembleia Municipal, contraiu um empréstimo de 500.000 €, destinados à aquisição do referido terreno. Em Outubro, por iniciativa dos Senhores Presidentes da Câmara e Assembleia Municipal, foi constituída uma nova empresa a CAMPISCINAS S.A., com 51% do capital subscrito por privados e 49% pela Campomayor XXI.
Nesta constituição há um dado muit0 interessante e que me merece alguma reflexão, a Campomayor XXI com os seus 49% vai Presidir o Conselho de Administração. Que motivos levaram a Empreza Municipal a associar-se a um privado, ficando em posição minoritária (49% do Capital social) para a construção de um equipamento que vai ser pago integralmente pela Câmara?
Em Abril de 2007, a Câmara Municipal deliberou, por maioria, a provar a minuta da carta de conforto, para a concessão pela C.G.D. de um empréstimo de 4.250.000,00 € à CAMPISCINAS SA, para financiamento da construção do complexo de Piscinas e infra-estruturas acessórias. A responsabilidade deste empréstimo será dividida pela Empresa Privada (51%) e a Empresa Municipal (49%)?
Em Julho do mesmo ano, a Câmara fez doação do Lote 1-Fonte Nova (5.388 m2) à Empresa Campiscinas S.A. e em Setembro do mesmo ano foi igualmente deliberado reconhecer o interesse público daquela obra e isentá-la do pagamento das Taxas de Licenciamento.
Por sua vez a Campiscinas S.A. adjudicou, pelo valor de 3.450.000 €, à firma MRG-Engenharia e Construção, a construção daquele equipamento, desconhecendo-se se esta adjudicação foi precedida de concurso ou de consulta a outras empresas. Qual a contrapartida que a esta empresa privada (MRG) construtora das Piscinas tem neste negócio? Estará já a capitalozar lucros no orçamento da obra dado o mesmo ser unicamente verificado pela empresa adjudicatário de que a MRG é sócia maioritária?
A verdade é que o Município de Campo Maior nos próximos 20 anos é quem vai pagar a obra, os fúturos cinco Executivos vão ficar obrigados ao seu cumprimento. A exploração, manutenção e gestão das Piscinas caberá à Campiscinas, a Câmara limitar-se-á a cobrir os custos suportando juros e amortizações do capital dos empréstimos contraídos e eu continuarei a dizer: "A Piscina Coberta que é de quem não é!"
Campo Maior, 14 de Agosto de 2008
siripipi-alentejano

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Abatida Árvore na Avenida da Liberdade

Em Abril de 1996 subscrevi um artigo que intitulei de "O incrível aconteceu - Cortadas abusivamente duas árvores na Avenida da Liberdade em Campo Maior" e nesse trabalho escrevia que a Sociedade afirma diariamente que a protecção do meio ambiente é uma das preocupações mais importantes da nossa época e a necessidade de prevenir a poluição torna-se cada vez mais importante.

É preciso encontrar soluções para ajudae a despoluir ou a evitar a poluição. Da mesma maneira, é também um objectivo assaz importante, preservar a floresta, criar mais zonas verdes como forma de repor o espectro florestal e de enriquecimento da nossa qualidade de vida.

Infelizmente nessa ano de 1996, alguns cidadãos a mando de alguém e a seu belo prazer, sem respeito pelo próximo e pela sociedade que os rodeia, sem respeito pelo Meio Ambiente e Qualidade de Vida, sem respeito pelo seu património paisagístico, resolveram cortar duas árvores adultas, na Avenida da Liberdade em frente ao edifício da Caixa de Crédito Agricola.

Sabe-se os motivos que os levaram a esse procedimento. O meu trabalho teve eco e a Câmara Municipal de que o actual Presidente era Vereador, participou ao Ministério Público o acto praticado, por se tratar de um crime de abuso de confiança e de atentado contra o património paisagístico Municipal.

No dia 5 de Março de 1997, por iniciativa da Câmara e antes da decisão judicial, foram colocadas, no lugar das abatidas, duas árvores adultas. A Avenida da Liberdade foi ressarcida desse défice.

No entanto como diz o Povo "Não há bela sem senão"!

Esta semana voltou-se de novo a abater mais uma árvore, esta estava junto das que tinham sido replantadas. Este abate foi por determinação do Senhor Presidente da Câmara, certamente por ficar em frente de uma das várias passadeira de peões que proliferam por toda aquela Avenida (algumas a menos de 50 metros uma das outras), no entanto, só agora é que me apercebi, apesar de aí passNegritoar dezenas de vezes por dia, que as árvores repostas em 1997 também já não existem. Não sei quando foram cortadas e de quem foi a responsabilidade, a verdade é que o Senhor Presidente da Ccâmara deverá esclarecer porque desapareceram as árvores em frebte da Caixa de Crédito Agrícola. Se cortaram esta árvore, porque é que não procede igualmente em relação às restantes árvores que medeiam as outras passadeiras? Assim abataria mais algumas e sua satisfação seria total!

O nosso Jardim tem sofrido neste três últimos anos ataques constantes de destruição em nome da modernidade, deixamos de ter um jardim onde os Jardineiros se esmeravam, para passarmos ater um Jardim para os Calceteiros exercerem a sua actividade.

O Senhor Presidente, como Técnico Agrícola, deveria ter mais respeito pelas Árvores e pelo Jardim que lhe foi legado por um seu Colega que o criou há pouco mais de 60 anos.

Com o devido respeito pelo Autor do Blog "De Campo Maior" transcrevo um período do seu trabalho -Das Árvores da Avenida - "Aconselhe-se com quem poderá, eventual mente, saber mais e melhor. Olhe que os bons conselhos nunca são de mais. Seja previdente. Não arrisque a, por excesso de presunção, passar à memória colectiva por razões tão nocivas quantos os atentados ambientais e patrimoniais que tem vindo a produzir por falta de adequado aconselhamento."
Campo Maior, 8 de Agosto de 2008
siripipi-alentejano

domingo, 3 de agosto de 2008

João Burrica - Um Camaleão da Política

O Camaleão é um réptil que tem a particularidade de mudar de cor como camuflagem e adaptação a todo e qualquer habitat. A política é uma área onde impera uma grande variedade de répteis daquela espécie, mudam a sua cor política conforme a necessidade de se manterem no poleiro ou prosseguirem a sua apetência ao Poder, não olhando a meios para atingirem os seus objectivos.
Estamos a pouco mais de um ano para que tenham lugar as próximas Eleições Autárquicas, as lutas partidárias e de bastidores já tiveram início, é a altura indicada para que os Partidos e os Grupos Independentes comecem a escolher os seus Candidatos, também é agora que se deve fazer um balanço sério e exaustivo do que foi feito nos Concelhos e das necessidades mais prementes que devam ser incluídas nos seus programas eleitorais.
Não mos podemos olvidar que o Poder Local foi uma das grandes conquistas de Abril, é o Poder mais próximo das Pessoas. Há dias num outro trabalho referia que há Autárquias e Autarcas exemplares que poderiam ser apontados como exemplos e outros são assim-assim ou mesmo muito maus. O Poder Local não está isento de erros, há muita gente nele que em nada o abona. Deve-se tentar separar o trigo do joio. Em todos os sectores há gente competente e séria e que só veja os seus interesses, não se importando nada de atropelar tudo e todos no mesmo saco, todavia, não devemos meter todos no mesmo saco, mas quem falha deve pagar os erros que cometeu.
É para isso que os actos eleitorais servem e são nas eleições que os eleitores devem fazer o seu exame de consciência e votar no candidato que melhor poderá contribuir para o bem estar e desenvolvimento dos seu Concelho e da população.
As Eleições Autárquicas que se avizinham são um virar de página na vida dos Municípios.
O período de pré-campanha e campanha estão definidos na Lei Eleitoral, tudo o que agora possa vir a ser feito é um acto abusivo e ilegal, mas não impede que o trabalho de casa, como vulgarmente se diz, possa já ser iniciado.
Este trabalho vem a propósito e em continuidade dos post que em 11 de Maio último fiz circular na net sob o título "Eleições Autárquicas-João Burrica iniciou Pré-Campanha" e ainda pela leitura de um artigo publicado no blog "Oportuno e Actual" intitulado : "Está decidido - A nossa Terra, Campo Maior".
Todos sabemos que o actual Presidente da Câmara quer à viva força, para mal dos nossos pecados, continuar a ser Presidente e para isso terá que vestir a pele de Camaleão, não nos podemos esquecer que ele já militou na UDP, PCP e PS.
É um direito que lhe assiste como Cidadão, mas o que é de lamentar é que seja utilizada uma cerimónia oficial, realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, com a presença de um elemento do Governo, para que o Dr.Rui Pingo na qualidade de Presidente da Assembleia Municipal na sua intervenção, dê continuidade à pré-campanha iniciada na reunião de 10 de Abril último, promovida pelo movimento " A nossa Terra, Campo Maior" e que teve lugar no Salão dos Bombeiros.
A intervenção do dr. Rui Pingo, altamente demagógica, foi feita à margem do que determina a Lei Eleitoral e o mais grave é que deu a conhecer que João Burrica será candidato seja qual for a forma - pelo Partido Socialista ou como Independente no Movimento já em constituição (facto consumado). A ética e o bom senso determina que em actos oficiais não é curial fazer política e o Presidente da Assembleia Municipal o que fez foi um elogio de João Burrica, usando o cargo que representa e sem autorização do Órgão, aproveitando a presença de diversas Entidades Oficiais, Comunicação Social e alguma população.
A propósito do que se escreveu no "Oportuno e Actual" também subscrevi um comentário e entre outros, há um do "Observador disse" que não posso deixar de transcrever: A utilização do Salão dos Bombeiros foi paga por João Burrica, ou se por motivo dúbio, lhe foi perdoado o aluguer pelos Órgãos Directivos dos Bombeiros. A ser verdade será que esta situação seria justa para tantos outros "cidadãos privados" que com muito esforço pagam os cerca de 250 € dia, pelo aluguer da referida Sala?.
Quanto ao que comentei, afirmei que como Campomaiorense, pretendo o melhor para Campo Maior e que João Burrica já iniciou a sua pré-campanha, o sow off da sua actividade política continua a ser uma constante do dia-a-dia e o exemplo é o aproveitamento das festas, dos espectáculos, dos jantares, das excursões, dos desfiles,, utilizando as pessoas em seu favor, para retirar dividendos políticos e adulterando a nossa Cultura e os nossos Usos e Costumes.
Campo Maior continua a ser um Concelho que estagnou, os dinheiros da União Europeia não foram convenientemente aproveitados por falta de projectos de candidatura, basta olhar para o desenvolvimento de Elvas que soube aproveitar essas verbas e Campo Maior continua a viver num marasmo permanente.
João Burrica teve oportunidade para ser um grande Presidente, mas infelizmente tem sido um relógio parado.
É altura de virarmos esta página e candidatar um Campomaiorense que tenha a inteligência, o discernimento, a capacidade e a disponibilidade necessária para trabalhar em prol de Campo Maior. É necessário desenvolver Projectos estruturantes que criem postos de trabalho e o bem estar dos Campomaiorenses, deve igualmente pugnar pela preservação da nossa Cultura, dos nossos Usos e Costumes (As Festas do Povo não de podem perder) e não poderá esquecer que há um grande desafio a considerar - o TGV, o Comboio de Mercadorias Caia-Sines e a Plataforma Logística cuja implementação irá trazer grandes investimentos (directos e indirectos) para o triângulo Badajoz-Campo Maior-Elvas.
Campo Maior, 3 de Agosto de 2008
siriripi-alentejano

João Burrica - Um Camalião da Política